No dia da independência do Paquistão, a modelo trans Kami Sid subiu em um rooftop em Karachi, capital do país, segurando a bandeira de sua nação.
Ela escreveu em um post no Facebook sobre o momento: “Pensando sobre dignidade e inclusão neste dia da independência. Eu espero que, sendo transgênera e parte de um grupo marginalizado, nós tenhamos nossa independência em breve, e que ninguém possa nos julgar baseando-se no nosso gênero ou sexualidade.”
A modelo e ativista já foi fotografada na Dinamarca, deu palestras em Londres e foi clicada para a revista de moda Libas, do Paquistão. Ela tem se mostrado cada vez mais uma voz para os direitos humanos no mundo, mas é em seu país que ela mais deseja mudanças: o Paquistão que não tem leis de proteção para mulheres, minorias religiosas ou pessoas trans. No ano passado, a ativista trans Alisha foi assassinada por um grupo conservador da província de Khyber Pakhtunkhwa.
Além de modelar, Sid faz parte da organização sem fins lucrativos Street to School, que ensina diversidade cultural e educação sexual para as crianças paquistanesas na escola. Ela é também a coordenadora do programa Aks International Minorities Festival, em Copenhagen, na Dinamarca, que começa amanhã e continua até 20.8.
Ela não está sozinha: a população trans do Paquistão é composta por cerca de 500 mil pessoas. “É muito difícil ser uma pessoa pública no Paquistão, para mim é como viver no perigo”, conta ela para a i-D. “Como uma comunidade trans, nós sofremos violência verbal e física diariamente, porque a sociedade só nos entende como objeto sexual, o que é completamente maluco”, continuou.
Ela ainda não tem segurança e não consegue muitos trabalhos como modelo, mas a ativista está sendo conhecida como “a próxima Laxmi Narayan Tripathi”, ativista indiana. Seus sonhos, no entanto, são grandes: “quem sabe um dia teremos uma agência de modelos trans no Paquistão. É muito difícil, mas eu espero que um dia, num futuro próximo, a gente comece algo assim. Por enquanto, estamos lutando por direitos iguais.”
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