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SEXUALIDADE HUMANA JOAQUIM LEAES DE CASTRO


A sexualidade humana representa o conjunto de comportamentos que concernem à satisfação da necessidade e do desejo sexual. Igualmente a outros primatas, os seres humanos utilizam a excitação sexual para fins reprodutivos e para a manutenção de vínculos sociais, mas agregam o gozo e o prazer próprio e do outro. O sexo também desenvolve facetas profundas da afetividade e da consciência da personalidade. Em relação a isto, muitas culturas dão um sentido religioso ou espiritual ao ato sexual, assim como veem nele um método para melhorar (ou perder) a saúde.

A OMS define que a “sexualidade faz parte da personalidade de cada um, sendo uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, portanto a saúde física e mental”.

Atualmente, ocorre por parte de alguns estudiosos, a tentativa de afastamento do conceito de sexualidade da noção de reprodução animal associada ao sexo. Enquanto que esta noção se prende com o nível físico do homem enquanto animal, a sexualidade tende a se referir ao plano psicológico do indivíduo. Além dos fatores biológicos (anatômicos, fisiológicos, etc.), a sexualidade de um indivíduo pode ser fortemente afetada pelo ambiente sócio-cultural e religioso em que este se insere. Um exemplo disto é que em algumas sociedades, na sua maioria orientais, promove-se a poligamia ou bigamia, ou seja, a possibilidade ou dever de ter múltiplos parceiros.

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Em algumas partes do mundo a sexualidade explícita ainda é considerada como uma ameaça aos valores político-sociais ou religiosos.

Falar sobre a sexualidade humana é buscar entender a gênese do ser humano em seu aspecto mais íntimo e privativo. É penetrar na esfera mais profunda de cada ser.

Este ato nos impulsiona a ter uma postura humilde e de respeitabilidade pelo outro, conciliando a nossa maneira de tratar a questão com uma análise crítica sobre a questão, buscando ampliar nosso entendimento sobre o que é ter comportamentos ‘aceitáveis’ ou ‘normais’ dentro da sexualidade.

Devemos, como educadores sempre nos lembrar que os padrões atuais foram definidos pelas crenças e valores de nossa sociedade no transcorrer de nossa história.

Mas, para podermos ter esta postura, muitas vezes, somos obrigados a iniciar esta reflexão através de nossa própria concepção do que sexualidade. Como vivenciamos a nossa sexualidade? É a pergunta básica para que cada educador possa iniciar-se no estudo desta temática. Outra é: como entendemos a construção do que é definido como sexual diante de todo o conhecimento desenvolvido pela a ciência, a filosofia, a psicologia?

A postura mais comum era do senso-comum que, até recentemente, acreditava na construção de identidade sexual dos indivíduos apenas no respaldo da biologia, onde as características físicas das genitálias humanas eram as únicas definidoras de nossa identidade sexual.

Nenhuma outra forma de pensar esta questão nos era proposto. Muito menos estudar sobre a influência da cultura neste processo de reconhecimento do indivíduo com portador de uma sexualidade, na qual os significados de ser homem ou mulher estariam mais relacionados aos significados dado pelo grupo social do que pelas características físicas.

Esta é uma das maiores contribuições ao tema da sexualidade humana oferecida pela teoria sócio-histórica de Vygotsky. A nossa proposta neste texto é exatamente esta: através dos fundamentos deixados pelo psicólogo russo, esperamos que a sexualidade, o erotismo, o sexo, o amor, o gênero e a educação sexual, possam ser re-significados de forma a contribuir para uma sadia construção da identidade humana, em que o respeito pelo indivíduo esteja acima de qualquer forma de preconceito.

Não temos a pretensão de esgotar o assunto, mas almejamos contribuir para a discussão colocada. Desejamos, em especial, refletir sobre a atuação dos educadores com agentes diretamente envolvidos neste processo de formação de cada um de seus alunos, já que a escola nos últimos tempos tomou para si, a responsabilidade de construir os cidadãos de nossa nação, inclusive em seu aspecto sexual, determinando em lei a abertura curricular do que ficou convencionalmente denominado de educação sexual.

Neste trabalho, entendemos a questão da sexualidade como decorrente de todo o processo de desenvolvimento apresentado pela teoria sócio-histórica proposta por Lev. S. Vygotsky e, através deste, com o diálogo com outros autores, identificar qual é a importância da educação sexual oferecida pelas as nossas escolas e, consequentemente, a ação pedagógica mediada pelos nossos educadores com relação a este tema.

Será que estamos atendendo as expectativas de nossos alunos e de nossa sociedade? Será que estamos contribuindo para a formação sadia da sexualidade de nossos alunos? Ou pelo contrário estamos criando maiores dificuldades?

Para tentarmos responder estas indagações, iniciamos nossa exposição buscando delimitar os conceitos que o grupo entende por: sexualidade humana, sexo, amor e formação de gênero.

Depois, recorreremos aos argumentos históricos para corroborar nossa posição a respeito de como se dá a gênese da sexualidade humana. Pontuaremos as grandes mudanças sofridas por estes conceitos ao longo de mais de três mil anos de história, partindo da Antigüidade até os nossos dias, culminando no limiar do século XX com a própria legitimação da Psicologia como Ciência e a contribuição de alguns nomes desta linha de pesquisa sobre a questão.

Tivemos o cuidado de escolher entre os autores renomados dos últimos cem anos de história da Psicologia, como disciplina do conhecimento humano, aqueles cujos trabalhos influenciaram a maneira como nós, atualmente, entendemos a nossa sexualidade e como a escola vê o conteúdo curricular da educação sexual.

Iniciando com o pai da psicanálise, Freud – responsável por tirar do mundo a inocência sobre a sexualidade, preocupamo-nos em focar um pouco, o trabalho de Piaget, por este autor ainda muito influente dentro das práticas pedagógicas e por decorrência, na maneira como abordamos este tema na sala de aula. Entretanto, como nossa proposta é trabalharmos com o argumento sócio-histórico, evocamos os pressupostos do marxista Vygotsky, que nos dá elementos fundamentais para este tipo de interpretação da sexualidade humana. E como não poderíamos deixar de mencionar, por ser atualmente o grande impulsionador desta nova percepção sexual, nos deteremos um pouquinho na proposta de análise de Foucault, em quem os pressupostos levantados pelo estudioso russo ganham uma nova resignificação, difícil de ser negada pelos intelectuais atuais.

Depois de toda esta parte de fundamentação teórica, retomamos a nossa questão principal – por que é importante a educação sexual? – e através de uma breve reconstrução os grandes movimentos sociais, culturais e políticos pós-1945 na sociedade ocidental, começamos a trabalhar mais diretamente com a nossa pergunta-tema.

Buscamos correlacionar o discurso deste período com o que a lei educacional brasileira, através dos documentos denominados PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais esperam que cada escola realize quanto à educação sexual de nossos jovens. Buscamos também identificar quais são as expectativas e implicações oriundas deste texto sobre a prática pedagógica escolar.

Para reconhecermos quais foram as inovações impulsionadas tanto pela orientação do MEC – quanto pelas pesquisas se propuseram continuaram a trabalhar com a posição de Foucault e Vygotsky, entendemos ser necessário comparamos o antes e depois da educação sexual, evidenciando quais sofram os seus avanços nos últimos anos.

Por fim, para não ficarmos dependentes da opinião de terceiros, o grupo buscou ir atrás de uma experiência atual desta prática, busca esta que resultou num relato que concluirá este trabalho. Acreditamos que, desta forma, conseguiremos atingir o nosso objetivo com este trabalho: provocar no leitor a necessidade de refletir a sexualidade humana e o papel da escola, com a franqueza e clareza que a questão necessita. Somente assim, acreditamos ser possível dar uma formação integral aos futuros cidadãos de nosso país.




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