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Falando sobre PrEP: os profissionais do sexo estão entre as chamadas populações-chave do Ministério da Saúde quando o assunto é prevenção ao HIV. Hoje, com mais acesso as informações, boa parte diz utilizar preservativo para prevenir infecções sexualmente transmissíveis. Ainda assim, há casos em que os clientes pedem para não usar camisinha e oferecem mais dinheiro. Diana Soares tem 58 anos e faz programa há 30 anos. No início, ela nem sabia que existia uma forma de se cuidar: “Eu mesma tive gonorreia por três vezes por não usar camisinha, por desconhecer”.

Londrinos fazendo campanha pró-Prep (foto: avert.org)
Londrinos fazendo campanha pró-Prep (foto: avert.org)

E se antes Diana tinha vergonha de assumir para os amigos e para a família que trabalhava como garota de programa, hoje ela não só escancarou a condição, como aconselha meninas em Natal, no Rio Grande do Norte, quando o assunto é prevenção:

“Era questão de sobrevivência mesmo, a gente tinha que usar. Do jeito que outros profissionais tinham seus equipamentos de segurança, a gente tinha que ter o preservativo como um dos equipamentos”.

Dados do UNAIDS mostram que, num contexto global, a prevalência do HIV entre as populações-chave, que inclui os profissionais do sexo, é bem maior que a da população geral. Para a socióloga e doutora em saúde pública Regina Figueiredo, normalmente a vulnerabilidade dos profissionais do sexo está associada a condições sociais:

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“Situação de extrema pobreza, porque ela paga quartos, ela tem um baixo cuidado e uma baixa referência cultural também, as políticas urbanas atingem menos ela e ela vive 24 horas nessa situação de submundo. Então, obviamente, sua clientela também é ligada”.

A boa notícia é que a prevenção vai ganhar mais um componente: a PrEP, a Profilaxia Pré-Exposição. É um medicamento que poderá ser usado por pessoas que não vivem com HIV, mas que são vulneráveis ao vírus. É o caso de gays, homens que fazem sexo com outros homens, travestis, transexuais, profissionais do sexo, casais soro diferentes e usuários de drogas. Para o infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do Projeto PrEP Brasil, Ricardo Vasconcelos, a Profilaxia Pré-Exposição dá autonomia aos profissionais do sexo:

“Tem situações que a profissional do sexo também passa por contexto de violência. Que ela não consegue negociar o uso do preservativo. Tem arma, tem droga, tem álcool no meio, e ela não vai conseguir negociar o uso do preservativo. E quando ela escolhe tomar a PrEP acabou. O cliente dela não precisa mais escolher se ele vai usar a camisinha ou não”.

O Brasil é o primeiro país da América Latina a oferecer a PrEP no sistema público de saúde. A expectativa é de que o Governo Federal anuncie implantação a partir deste mês de dezembro.

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Por Denise Ribeiro para CBN




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