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Na última semana, o ator Lucas Drummond (30), que deu vida ao personagem “Rael” na série “Todxs Nós” (HBO Brasil), fez uma postagem em seu Instagram ao lado de seu namorado, o também ator Vitor Rocha (24), para celebrar o “Dia de São Valentim”, data na qual é tida em alguns países como Dia dos Namorados.

“Feliz dia ❤️ #ValentinesDay”, escreveu Lucas na legenda da foto, onde apareceu pela primeira vez em seu “feed” abraçado com o namorado.

Vitor Rocha e Lucas Drummond / Reprodução
Vitor Rocha e Lucas Drummond / Reprodução

Após a publicação, Lucas Drummond fez uma série de “stories” na rede social revelando estar surpreso ao perceber que mais de 300 seguidores o deixaram de seguir: “Aos que se foram, obrigado pelo livramento! Aos que ficam, vamos construir juntos um espaço virtual de amor, respeito e alegria? Eu topo”.

No entanto, na sequência, Lucas comemorou que seu engajamento com a postagem foi superior aos que o rechaçaram: “Fico feliz que o número de pessoas que se alegraram com a minha felicidade seja 7 vezes maior do que as que, infelizmente, se incomodaram com ela”.

“Botem a boca no trombone e gritem o amor hoje e sempre”, finalizou.

Até o final desta reportagem, o ator havia ganhado o equivalente ao dobro de seguidores que perdeu, tendo atualmente 10.153 seguidores no total.

DE LARANJEIRAS PARA O MUNDO

Lucas Gaulia Drummond nasceu no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, em 26 de agosto de 1991, e além de ator é roteirista, produtor, escritor e dramaturgo. Filho de um psiquiatra e uma juíza, Lucas é formado em Comunicação Social pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECo-UFRJ).

Seu envolvimento com o teatro começou aos 11 anos, no Teatro O Tablado, onde foi aluno de Aracy e Cacá Mourthé, Guida Vianna e Sura Berditchevsky. Aos 17, começou a fazer aulas de sapateado com o renomado sapateador e coreógrafo Flávio Salles, na Academia do Tap, onde foi aluno ainda de Christiane Tachlitsky e Patricia Carillo.

Após postar foto com namorado, ator Lucas Drummond ganha o equivalente ao dobro de seguidores que perdeu
Após postar foto com namorado, ator Lucas Drummond ganha o equivalente ao dobro de seguidores que perdeu – Reprodução

Em 2010, aos 18 anos, estreou profissionalmente como ator na versão brasileira do musical da Broadway Gypsy, sob direção de Charles Moeller e Claudio Botelho. Ainda neste mesmo ano, começou também a estudar jazz com a bailarina e coreógrafa Janice Botelho, no Ballet Dalal Achcar, no Rio de Janeiro, e fez cursos livres na Casa de Artes OperÁria, em São Paulo, a fim de aprimorar suas habilidades em dança. Desde então participou de diversos espetáculos musicais, entre eles, Um Violinista no Telhado (2011), também de Moeller e Botelho; Xanadu (2012), de Miguel Falabella; Shrek – O Musical (2013), no qual viveu o personagem Pinóquio; Nadistas e Tudistas (2013), dirigido por Daniel Herz e inspirado no livro homônimo de Doc Comparato; Se Eu Fosse Você – O Musical (2014), dirigido por Alonso Barros e Daniel Filho; Chacrinha – O Musical (2015), sob a direção de Andrucha Waddington; O Menino das Marchinhas – Braguinha para crianças (2015), escrito por Pedro Henrique Lopes e dirigido por Diego Morais; entre outros.

Teve suas primeiras experiências com cinema nos curtas universitários Idaho (2013), de Fabiano Battaglin, e Lemming (2014), de Thiago Lethi, ainda na UFRJ. O primeiro, no entanto, nunca ficou pronto. Em 2014, fez também a sua estreia na televisão, na primeira temporada da série Questão de Família (GNT), dirigida por Sérgio Rezende, com quem voltaria a trabalhar em 2017, no longa-metragem O Paciente: o caso Tancredo Neves, inspirado no livro homônimo de Luís Mir e no qual interpretou o político Aécio Neves.

Em 2015, fundou a Nossa! Cia. de Atores ao lado dos atores Leila Savary e Thiago Marinho, contemporâneos da época do Teatro O Tablado. Juntos idealizaram o espetáculo Tudo o que há Flora, escrito por Luiza Prado, dirigido por Daniel Herz e inspirado no Teatro do Absurdo. O espetáculo estreou no dia 17 de junho de 2016, no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, e realizou outras 5 temporadas – quatro na capital carioca (Teatro Ipanema, Teatro Cesgranrio, Teatro Armando Gonzaga e Teatro Maria Clara Machado) e uma na capital federal, no CCBB de Brasília. Durante a temporada brasiliense, Lucas alternou o papel com o ator Felipe Frazão, por estar em cartaz concomitantemente no Rio de Janeiro com a comédia Online, ao lado do ator e humorista Paulo Gustavo. Considerado pela crítica “um dos melhores espetáculos em cartaz no Rio de Janeiro”, o espetáculo Tudo o que há Flora venceu três prêmios: Botequim Cultural de Melhor Autora (Luiza Prado) e Cenografia (Fernando Mello da Costa); e Cenym de Melhor Cia de teatro (Nossa! Cia de Atores), despertando a atenção da classe artística para o surgimento do grupo, estreante no mercado teatral.

Ainda em 2016, Lucas estreou também no mercado editorial com o livro 50 Anos de Novelas: A trajetória da representação homossexual e o beijo gay que parou o Brasil, publicado pela editora Appris, no qual faz uma análise da representação de personagens gays nas novelas da TV Globo. A pesquisa foi resultado do seu trabalho de conclusão de curso na faculdade e a publicação deu-se a convite da editora de Curitiba.

Tudo o que há Flora selou também o início da parceria com o produtor Bruno Mariozz, diretor da Palavra Z Produções Culturais, que seria responsável também pela produção do segundo espetáculo do grupo – o infantojuvenil O Pescador e a Estrela, contemplado pelo edital de patrocínio do Banco do Brasil, o musical estreou presencialmente em dezembro de 2020, durante a pandemia do COVID-19, no mesmo teatro em que, quatro anos antes, a Flora fez sua primeira apresentação. Escrito por Lucas e Thiago (Marinho), o espetáculo foi dirigido por Karen Acioly e contou com músicas originais de Wladimir Pinheiro. Após temporada no Rio de Janeiro, o espetáculo seguiu viagem para o CCBB-DF, em Brasília, onde estreou no dia 26 de fevereiro. Logo após a estreia da peça, o governador do Distrito Federal decretou medidas de lockdown total em função do agravamento da pandemia, o que ocasionou a suspensão da temporada. O Pescador e a Estrela voltou aos palcos do CCBB quatro meses depois, em julho de 2021, para uma temporada de sucesso de 11 apresentações, já no momento de retomada cultural da cidade. Nos meses que se seguiram, o espetáculo circulou ainda pelas cidades de São Paulo e Belo Horizonte, também através do CCBB, e voltou em cartaz no Rio de Janeiro.

Em 2018, após morar 4 meses em Nova York e concluir um conservatório de verão no Stella Adler Studio of Acting, Lucas realizou um projeto que se tornaria um ponto de virada na sua carreira: o curta Depois Daquela Festa (2018). Idealizado em homenagem ao seu pai, Luiz Eduardo, que acabara de descobrir um câncer em estágio avançado no pulmão, o projeto foi realizado inteiramente com financiamento coletivo. Escrito em parceria com a atriz e roteirista Mel Carvalho e dirigido por Caio Scot, o filme estreou no 37º Reeling: Chicago LGBTQ+ Film Festival, nos Estados Unidos, em setembro de 2019, seis meses após o falecimento do pai de Lucas. Integrou a seleção oficial de 62 festivais em 26 países e venceu 9 prêmios, entre eles o de Melhor Ator para Lucas no Festival Audiovisual Comunicurtas UEPB 2019. Participou de dois dos mais prestigiados festivais de filmes LGBTQ+ do mundo: o INSIDE OUT, em Toronto (Canadá), e o BFI FLARE, em Londres (Reino Unido). Neste, além de integrar a seleção oficial, foi um dos cinco escolhidos, para compor o #FiveFilms4Freedom2020, a maior campanha online em defesa dos direitos LGBTQ+ através do cinema, promovida anualmente pelo British Council em parceria com o British Film Institute. Através deste programa, foi exibido em mais de 110 países e assistido por mais de 500.000 pessoas em 12 dias, tendo sido o segundo curta brasileiro da história a participar da campanha. Além disso, o projeto marcou a estreia de Lucas como roteirista e o início da sua carreira como produtor também no cinema.

Em 2019, Lucas se mudou para São Paulo para dois trabalhos: a série Todxs Nós (HBO Brasil), dirigida por Daniel Ribeiro e Vera Egito, e o musical Chaves – Um tributo Musical (2019), dirigido por Zé Henrique de Paula Permaneceu em São Paulo por quase um ano, até março de 2020, quando voltou a morar no Rio de Janeiro, por conta da pandemia do coronavírus. Durante a pandemia, desenvolveu novamente em parceria com Mel Carvalho o roteiro do curta Todos Os Prêmios Que Eu Nunca Te Dei, filmado no início de 2021, após ser contemplado pelo edital de Retomada Cultural da Secec-RJ, através da Lei Aldir Blanc.




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Jornalista formado pela PUC do Rio de Janeiro, dedicou sua vida a falar sobre cultura nerd/geek. Gay desde que se entende por gente, sempre teve desejo de trabalhar com o público LGBT+ e crê que a informação é a a melhor arma contra qualquer tipo de "fobia"