O Clube Yacht, em São Paulo, publicou um comunicado em seu Facebook dizendo que a casa foi interditada por falta de documentação.
“Queridos amigos do Club Yacht. Por conta de atrasos na obtenção da renovação de nossa licença, o Club Yacht encontra-se temporariamente fechado. Já foram tomadas todas as providências para retornarmos com a programação o mais breve possível. Confiram em nossas redes sociais as atualizações sobre a reabertura do clube. Pedimos desculpas pelo transtorno.”
BOATE DIZ A QUEM COMPROU INGRESSO QUE HÁ ESPERANÇA DE REABERTURA EM MENOS MENOS DE UM DIA
Mesmo com vários departamentos públicos em recesso neste período natal/ano novo, o clube pede para os que compraram ingressos ainda não solicitarem o reembolso: “nosso advogado vai saber a resposta amanhã”.
A ANEP (Associação da Noite e Entretenimento Paulistano) diz que mais de 8 órgãos municipais podem arbitrar e decidir se um local pode ter o alvará ou não. Segundo documento do site da Prefeitura de São Paulo, o processo de solicitação de alvará temporário deverá ser autuado com um prazo mínimo de 30 dias antes da realização do evento. Clique aqui para ler todo o documento.
INCIDENTES REINCIDENTES
A casa, mesmo que voltada para o público LGBT, vem sido denunciada por homofobia, por inúmeras agressões verbais – e até físicas – aos frequentadores, valores a mais inseridos na comanda de bebida, falta de respeito proveniente de toda a sorte de funcionários, entre outros. Na página do Facebook do clube, as últimas avaliações do local são, em sua maioria, negativas:
HOMOFOBIA NUM LUGAR LGBT
Demorou dois anos e meio até sair a sentença proferida em dezembro do ano passado. O Club Yacht foi condenado a pagar 8000 reais, além de despesas com o reparo dos dois dentes quebrados, ao jornalista Murilo Aguiar, de 28 anos. Em julho de 2013, ele foi agredido por um integrante da equipe de limpeza da casa – afastado após o episódio. Entre outros coisas, Aguiar diz ter escutado do funcionário terceirizado: “Todo gay tem HIV. Gay tem que ser mais humilde, tem que ler mais a bíblia”. O rapaz também sofreu luxações no rosto e dores na costela e ombro por causa da agressão.
A Yacht já entrou com pedido de recurso, por incrível que pareça. “Mesmo com a demora da Justiça, fico feliz em saber que eles foram condenados”, diz Aguiar, que nunca mais pisou na Yacht. Ele defende a criação de uma lei específica de combate a homofobia. “Essa demora aconteceu porque o caso foi analisado como um caso comum de agressão”, avalia. Procurado, o escritório Bragança Retto Advogados Associados, que defende o Yacht, diz que a Justiça não entendeu como um caso de homofobia – mas de uma agressão comum.
ACERTARAM O ROSTO, DERAM UM MATA LEÃO E ELA CAIU DE CARA NO CHÃO
“Ela foi agredida fisicamente, acertaram o rosto logo após um mata leão e ela foi jogada pra fora da balada com um empurrão e caiu de cara no chão”, conta uma amiga, em relato publicado no Facebook em março de 2016. “Ela foi agredida fisicamente, acertaram o rosto logo após um mata leão e ela foi jogada pra fora da balada com um empurrão e caiu de cara no chão”, completa.
Segundo a amiga, Fernanda foi vítima de machismo. “Não dá pra acreditar numa coisa dessas, mas infelizmente aconteceu e eu não presenciei para poder ajudá-la de alguma forma, e já que temos a tecnologia a nosso favor precisamos nos unir e acabar com esses seres escrotos, sem amor ao próximo e dar um fim nesse machismo. Porque SIM, machismo existe e é em todo lugar”.
ULTRALOUNGE NÃO ERA DIFERENTE
A finada casa Ultralounge (2000-2006) que Bob Yang (nome social) possuía antes do Club Yacht, fechou várias vezes também por não possuir documentação. Os episódios de agressões, comandas com itens não consumidos e funcionários tratando consumidores com falta de respeito também eram comuns – a diferença é que não havia redes sociais para as denúncias viralizarem.
No Ultralounge a história foi um pouco mais feia. Quando o clube fechou, os funcionários foram tentar sacar o fundo de garantia e descobriram o que o clube nunca depositou nada no FGTS deles. Ou seja, por anos, 10% do salário dos funcionários era descontado e embolsado pelo clube. Injustiçados, o funcionários recorreram à justiça e descobriram que Bob Yang não possuía nenhum bem em seu nome. Inclusive, o Club Yacht está no nome do seu parceiro sexual, conhecido como Fred.
Com informações: Veja SP, Globo, IG, Music Non Stop, Glamurama, Facebook e Google
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