Desde meados do século XX, as festas LGBT têm crescido constantemente em tamanho e popularidade. Embora antes fossem pequenas reuniões, geralmente secretas, no círculo do underground, hoje é fácil encontrar festas massivas de todos os tipos.
Mesmo que ainda existam várias festas LGBT que mantêm seu status de under, hoje decidimos escolher algumas das mais populares e famosas da América Latina. As 3 festas ou eventos que escolhemos acontecem nas ruas e atraem milhões de pessoas.
A Marcha do Orgulho de São Paulo
Vamos começar com um dos maiores eventos populares do Brasil: a marcha do Orgulho de São Paulo. Por mais de vinte anos, esta marcha tem sido uma das maiores do mundo. De fato, com mais de dois milhões e meio de pessoas, esta marcha ganhou o título de maior do mundo no ano de 2006, e tem conseguido mantê-la até 2016.
Dizer que este evento é massivo não seria fazer-lhe justiça. Em 2019, a Marcha do Orgulho de São Paulo foi o segundo evento na cidade que mobilizou a maior quantidade de dinheiro, sendo superado apenas pelo carnaval (mas permanecendo em primeiro lugar na mobilização diária). Em 2010, a cidade até investiu um milhão de reais neste evento, portanto podemos dizer que o povo de São Paulo o leva muito a sério.
Durante a marcha, basicamente toda a cidade adota as cores do arco-íris por um dia, e uma gigantesca multidão de eventos culturais como música ao vivo, dança, por exemplo, inundam as ruas.
A marcha acontece anualmente no primeiro domingo depois de Corpus Christi, portanto, este ano ela acontecerá no dia 11 de junho. O ponto de encontro permanece fixo: a marcha começa no Museu de Arte de São Paulo (MASP) ao meio-dia, e começa a se movimentar por volta das duas ou três da tarde e termina na Praça Roosevelt por volta das dez da noite (embora não seja raro que as comemorações continuem até as primeiras horas da manhã).
Juntamente com a marcha do Rio de Janeiro, estas duas atraem pessoas de todo o Brasil. Isto faz com que terminais de trens, ônibus, estradas e avenidas fiquem congestionadas na véspera do evento. Também não é raro ouvir que grandes companhias aéreas, como a Gol, esgotem os voos durante estas datas.

A Marcha do Orgulho de Buenos Aires
Também não é tão estranho que não uma, mas duas marchas do Orgulho tenham chegado a esta lista. No mundo todo, estes eventos massivos são uma oportunidade para a comunidade LGBT celebrar e tomar as ruas com danças e alegria. Neste caso, um dos maiores da América Latina é, sem dúvida, a Marcha do Orgulho de Buenos Aires.
A Marcha do Orgulho LGBT+ de Buenos Aires foi realizada pela primeira vez em 1992, e desde então tem sido realizada no primeiro sábado de cada novembro. Devido ao clima tenso da época, aquela primeira edição da marcha teve apenas 250 participantes, muitos dos quais marcharam com máscaras de papelão por medo de serem discriminados. Hoje, este evento reúne mais de 1,3 milhões de pessoas, e também foi utilizado para exigir direitos como o casamento em 2010 ou a Lei de Identidade de Gênero em 2011.
Como a maioria das marchas LGBT ao redor do mundo, a marcha do Orgulho de Buenos Aires se caracteriza por ser uma grande festa ao ar livre, onde os carros alegóricos e a música ocupam o centro do palco. Muitos nativos até chamam este evento de festa de orgulho e celebram este evento como um gol.
De um modo geral, esta marcha começa ao meio-dia na Plaza de Mayo, onde os milhares de manifestantes e os vários carros alegóricos se dirigem ao Congresso Nacional, o que ajuda a mostrar o forte peso político da Marcha do Orgulho de Buenos Aires.
Ao contrário de outros países, na Argentina a data da festa do Orgulho varia de cidade para cidade. Isto porque uma grande parte do país participa da marcha na capital. Embora um grande número de pessoas de cidades vizinhas viaja para o evento, também não é incomum que pessoas de toda a Argentina adquiram passagens aéreas exclusivamente para participar da marcha.

O Carnaval do Rio de Janeiro
Apesar de não ser um festival exclusivamente LGBT, é inegável que a cada ano esta comunidade tem uma forte presença nas festividades. Esta presença data dos anos 60, quando gays, bissexuais, lésbicas e travestis começaram a ter uma presença muito mais forte no carnaval, mesmo tendo seus próprios carros alegóricos e escolas de samba.
De fato, uma das mais famosas destas escolas, Beija Flor, veio a ter participações dedicadas a esta comunidade, como em 2018, que tinha como tema “Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu”.
Por outro lado, há muitos blocos LGBT que, ano após ano, participam do carnaval. Um dos mais importantes, a Banda de Ipanema, tem mais de 50 anos de história, que remonta ao carnaval de 1964.
A forte presença da comunidade LGBT no carnaval é facilmente explicada considerando que o Rio de Janeiro é uma das cidades com a maior população gay do mundo. Em 2009, a Universidade de São Paulo pesquisou a orientação sexual dos habitantes de 10 das cidades mais populosas do Brasil e constatou que nesta cidade 19% dos homens e 9,3% das mulheres eram homossexuais ou bissexuais.
Para fazer uma comparação, Nova Iorque, conhecida mundialmente por sua forte comunidade LGBT, tem apenas 6% de seus habitantes identificados como homossexuais ou bissexuais.
De uma forma ou de outra, qualquer um destes eventos aparece como uma forma de combinar a forte necessidade de visibilidade da comunidade com a alegria e celebração da identidade que tem caracterizado os vários movimentos LGBT.

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