Por ocasião dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020, realizados em 2021 por conta da pandemia do novo coronavírus, o Sesc São Paulo apresenta uma série de atividades que convidam o público para uma reflexão acerca da diversidade no esporte. Destaque no mês de julho, a exposição digital “Ser Atleta”, realizada em formato online pelo Sesc Itaquera, será disponibilizada a partir do dia 19 em seratleta.sescsp.org.br.
Em diferentes unidades no estado, uma série de cursos, palestras, vivências e bate-papos abordam temas adjacentes, como as transformações sociais do fenômeno olímpico, seus marcos históricos e as narrativas em torno da diversidade de corpos na cultura esportiva.
A proposta da exposição – que conta com a parceria institucional do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) – é trazer como protagonistas 20 esportistas olímpicos e 10 paralímpicos brasileiros, apresentando de forma crítica a história do esporte nacional a partir da ótica dos próprios atletas, num resgate de suas múltiplas identidades, por meio de cinco eixos temáticos: “Ser Diferente?”, “Ser LGBTQIAP+”, “Ser Migrante”, “Ser Mulher e Ser Negra e Ser Negro”.
A curadoria é da jornalista, psicóloga e professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo Katia Rubio, que há mais de 20 anos se dedica à pesquisa da trajetória dos atletas olímpicos. A exposição ficará disponível até 30 novembro de 2021.
Dentre os atletas homenageados pela exposição estão, entre outros, Daniel Bispo (Boxe), Evelyn Vieira (bocha paraolímpica) e Fabiana Alvim (Voleibol), no segmento “Ser Diferente?”; Edênia Garcia (Natação), Ian Matos (Saltos ornamentais) e Tuany Barbosa (atletismo), no segmento “Ser LGBTQIAP+”; Edinanci Silva (Judô), Fernando Meligeni (Tênis) e Maurício Dumbo (Futebol de 5), no segmento “Ser Migrante”; Ádria Santos (Atletismo), Joanna Maranhão (Natação) e Yane Marques (Pentatlo) no segmento “Ser Mulher”; e Alfredo Gomes (1899-1963, Atletismo), Diogo Silva (Atletismo) e Roseane Ferreira dos Santos (Atletismo), no segmento “Ser Negra e Ser Negro”.
A abertura da exposição ocorrerá por meio de um bate-papo on-line, transmitido ao vivo pelo canal do Sesc São Paulo no Youtube no dia 19 de julho, segunda-feira, às 19h, com a presença de Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo, Katia Rubio, curadora da mostra, a pentatleta Yane Marques e Maurício Dumbo, futebolista paralímpico angolano naturalizado brasileiro.
Para a curadora Katia Rubio, “Ser Atleta refere-se a pessoas que existem para representar a identidade de quem se dedica ao esporte. Trata-se de cidadãs e cidadãos de um século marcado por profundas cicatrizes nacionais e internacionais. No cotidiano dessas pessoas, não raro atravessado pela precariedade, pela desigualdade e falta de oportunidade, brilha o ideal de um imaginário olímpico que consagra esses poucos à eternidade de quem se dedica ao esporte”.
E complementa: “Além de atletas, são também pessoas que vivem a diversidade cultural do momento histórico ao qual pertencem. Diversos, alteras, diferentes, negros, mulheres, migrantes, LGBTQIAP+ são acima de tudo pessoas de seu tempo que ilustram com suas vidas a complexa relação entre esporte e sociedade”.
Importante salientar que a apresentação das histórias dos atletas homenageados será dividida em três partes. As primeiras dez narrativas estreiam com a abertura da exposição em julho. Em agosto, serão lançados outros dez novos conteúdos e, finalizando, em setembro, com a inserção dos últimos dez.
O ambiente digital que hospeda a exposição também conta com um espaço educativo e materiais direcionados para professores e educadores, além de disponibilizar visitas mediadas virtuais, quatro jogos online e uma Linha do Tempo com 100 marcos históricos, que destacam avanços e retrocessos sociais relacionados aos cinco eixos temáticos que norteiam a curadoria.
“Entendendo que reconhecimento e respeito à alteridade são fundamentais para a conquista de uma sociedade mais justa e democrática, o Sesc São Paulo propõe uma reflexão sobre as relações entre esporte e temas contemporâneos emergentes, a fim de corroborar com a reflexão acerca dos papéis sociais que todos nós temos na defesa de direitos e no exercício da cidadania, enquanto participantes de uma mesma sociedade”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo, que complementa: “A livre vivência dessas diversidades, quando dificultada, impacta, direta ou indiretamente, toda a sociedade”.

PROGRAMAÇÃO
Exposição Ser Atleta
20 atletas brasileiros olímpicos e 10 paralímpicos têm suas trajetórias exaltadas na exposição que apresenta parte da história do esporte nacional a partir da ótica dos próprios atletas, num resgate de suas múltiplas identidades, por meio de cinco eixos temáticos:
SER DIFERENTE?
A proposta é colocar em xeque a ideia de normalidade e discutir padrões sociais referentes aos corpos dos esportistas, desmistificando a imagem estereotipada do atleta alto, forte e rápido. O eixo traz histórias de diversos atletas que contemplam a pluralidade dos corpos.
Daniel Bispo (Boxe) | Darlan Romani (Atletismo) | Evelyn Vieira (Bocha Paraolímpica) | Fabiana Alvim (Voleibol) | Joana Neves (Natação) | Maria Elizabete (Levantamento de Peso)
SER LGBTQIAP+
O eixo apresenta temas relacionados à orientação sexual e identidade de gênero. As histórias dos atletas perpassam pelas lutas contra a homofobia pela defesa de direitos e da cidadania.
Edênia Garcia (Natação) | Ian Matos (Salto Ornamental) | Isadora Cerullo (Rugby) | Julia Vasconcelos (Taekwondo) | Tuany Barbosa (Atletismo) | Walmes Rangel (Atletismo)
SER MIGRANTE
Nesse arco serão contadas histórias de atletas que se deslocaram internamente ou imigrantes de outros países que se estabeleceram no Brasil. São abordados aspectos como o impacto desses deslocamentos nas formações dos atletas, xenofobia e a política migratória brasileira.
Burkhard Cordes (Vela) | Edinanci Silva (Judô) | Edson Cavalcante (Atletismo) | Fernando Meligeni (Tênis) | Juliano Fiori (Rugby) | Maurício Dumbo (Futebol de 5)
SER MULHER
Proibidas de participar da primeira edição dos Jogos Olímpicos da era moderna, em 1896, a luta das mulheres por reconhecimento e acesso ao esporte são temas desse eixo. As narrativas das atletas abordam histórias de pioneirismo em modalidades, lutas contra o machismo e o protagonismo feminino no esporte e na sociedade.
Ádria Santos (Atletismo) | Benedicta Souza Oliveira (Atletismo) | Camille Rodrigues (Natação) | Jackie Silva (Vôlei de Praia) | Joanna Maranhão (Natação) | Yane Marques (Pentatlo)
SER NEGRA E SER NEGRO
Histórias de enfrentamento ao racismo estão presentes nas histórias dos atletas que compõem esse eixo. As narrativas envolvem temas do apagamento de identidades, da invisibilidade no esporte e das relações étnico-raciais no Brasil.
Alfredo Gomes (Atletismo) | Diogo Silva (Atletismo) | Irenice Maria Rodrigues (Atletismo) | Milton Castro (Atletismo) | Raissa Rocha (Atletismo) | Roseane Ferreira dos Santos (Atletismo)
Abertura
- Dia: 19 de julho
- Horário: 19h
- Participantes: Prof. Danilo Santos de Miranda, Katia Rubio, Yane Marques e Maurício Dumbo
- Transmissão: Canal do Sesc São Paulo no Youtube
FICHA TÉCNICA
- Curadoria: Katia Rubio
- Assessoria de Diversidade: Adriana Inês de Paula; Neilton de Sousa Ferreira Junior; Leonardo Morjan Britto Peçanha; William Douglas de Almeida; Luciane M. M. Tonon; Ellen Moraes Scherrer
- Ação Educativa: Zebra 5 e equipe de Educadores do Sesc Itaquera
- Produção Artística: Loma Filmes
- Produção Esportiva: Abajur Eventos
- Parceria Institucional: Comitê Olímpico do Brasil (COB) e Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)
- Realização: Sesc Itaquera
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