Uma escola localizada em Anápolis, a 55 km de Goiânia, está atualmente sob investigação devido a uma palestra realizada em suas dependências que gerou controvérsia. Um dos denunciantes relatou à polícia que a palestrante teria promovido a chamada “cura gay” durante a apresentação aos alunos.
A palestrante, segundo informações do advogado Alex Costa, membro da comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Goiás (OAB Goiás), está associada a uma igreja e se apresenta como “ex-transexual”.

Costa afirma que o palestrante teria mencionado que sua vida estava destinada à condenação e à morte, e que não se sentia feliz ou aceita. Ela teria afirmado que a única solução seria “destransicionar”, aceitar sua identidade de gênero biológica, aderir à religião cristã, casar-se com alguém do sexo oposto, ter filhos e formar uma família tradicional.
A palestra ocorreu no início deste ano no Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Doutor Mauá Cavalcante Sávio, mas o caso só veio à tona recentemente. A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que a equipe gestora da escola na época do incidente foi afastada enquanto os fatos são investigados. A Polícia Civil está conduzindo uma investigação sobre o caso, e o Ministério Público de Goiás também expressou a intenção de realizar uma apuração mais detalhada.
A igreja, no entanto, informou por meio de mensagem que as acusações são falsas e que o pastor explicaria os fatos de maneira mais completa em um pronunciamento oficial. No Instagram, o perfil da igreja publicou uma nota negando a crença na existência da “cura gay” e afirmando que as informações sobre a palestra são inverídicas.
Segundo a direção atual da escola, o grupo da igreja realizou três encontros nas instalações da escola para abordar questões relacionadas à saúde mental, com a aprovação da gestão da época. A escola negou o uso do termo “cura gay”, mas reconheceu que o conteúdo da palestrante incomodou os estudantes devido à natureza de suas declarações. A direção afirmou que a escola não tolera nenhum discurso que promova discriminação com base na orientação sexual, identidade de gênero, religião ou raça.
A Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) também emitiu uma nota, informando que, diante das denúncias de pregações com teor preconceituoso, foi iniciado um processo administrativo e a equipe gestora responsável pela organização da palestra foi afastada enquanto o caso é apurado. A Seduc Goiás reiterou que não apoia, de forma alguma, qualquer ação que viole os princípios constitucionais e a dignidade humana, especialmente no ambiente escolar, que deve ser caracterizado pela diversidade e respeito.
Conselho Federal de Psicologia condena prática de ‘cura gay’: ‘Não é doença e nem desvio’
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