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A Rede Globo transmitiu, através do programa Fantástico (03/02), uma matéria bastante confusa e depreciativa sobre a vida de Lourival Bezerra de Sá, que faleceu em agosto de 2018. No Mato Grosso do Sul, o corpo está há esses quatro meses sem ser enterrado porque a médica plantonista “descobriu” que Lourival era um homem trans. E, por este fato, deu-se a reportagem, em oito minutos, em um patamar de fala de Damares Alves. Foi, inclusive, replicada no G1.

Para assistir ao vídeo, clique aqui.

Fantástico
globoplay.globo.com/v/7351781/

As reações no Twitter confirmam que os telespectadores assistiram a um show de horror:

TRANSFOBIA

transfobia é uma série de atitudes ou sentimentos ou ações negativas em relação às pessoas travestis, transexuais e transgêneros. Seja intencional ou não, o comportamento discriminatório ou intolerante pode ser direto (desde formas fisicamente violentas ou verbais até recusas em comunicar com a pessoa em causa) ou indireto (como recusar-se a garantir que pessoas trans sejam tratadas da mesma forma que as pessoas cissexuais).

A transfobia também pode ser definida como aversão sem controle, repugnância, ódio, preconceito de algumas pessoas ou grupos contra pessoas e grupos com identidades de gênero travestis, transgêneros, transexuais, também denominados população trans. Historicamente, há uma sobreposição dos papéis socialmente construídos para homens e mulheres às anatomias genitais tradicionalmente entendidas como feminina (vagina) ou masculina (pênis). Essa sobreposição leva ao entendimento da categoria sexo como algo universal (todos os seres vivos teriam sexo), binário (macho e fêmea) e globalizante das identidades e papéis sociais. Assim, pessoas e grupos trans vivenciam vários níveis de discriminação, o que incorre em sofrimento e negação de direitos.

No Brasil ainda não há a tipificação desse tipo de crime. Encontra-se no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 122/2006 (PL 122), apresentado em 2006 na Câmara dos Deputados do Brasil, mas que ainda não tramitou pelas duas Casas que compõem o Congresso Nacional do Brasil para que possa ser assinado como Lei. O PL tem como objetivo criminalizar a discriminação motivada pela orientação sexual ou pela identidade de gênero da pessoa discriminada, ou seja, tem o objetivo de criminalizar homofobia, transfobia e lesbofobia.

Em 29 de janeiro de 2004, ativistas transexuais participaram, no Congresso Nacional, do lançamento da primeira campanha contra a transfobia no país. A partir de então, 29 de janeiro é o Dia da Visibilidade Trans, cujo objetivo é ressaltar a importância da diversidade e respeito para o movimento trans (travestis, transexuais e transgêneros).

Há muitos exemplos de transfobia em diferentes formas e manifestações pela sociedade. Algumas instâncias claramente envolvem violência e extrema malícia, enquanto outras envolvem uma falta de conhecimento ou experiência com a condição, às vezes envolvendo predisposição inconsciente baseada em ditos religiosos ou convenções sociais.

Segundo agências internacionais como a Transgender Europe e Trans Respect Versus Transphobia Worldwide, cerca da metade dos homicídios de transexuais do mundo ocorrem no Brasil.

Um exemplo é o caso de Roberta Góes Luiz em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Roberta entrou com processo de adoção de uma criança cujos cuidados lhe foram entregues pela própria mãe da criança, uma menor de idade que não tinha condições de cuidar do recém-nascido. O Tribunal de Justiça, a pedido do promotor de justiça Cláudio Santos de Moraes, negou a guarda da criança à Roberta com a justificativa de que “Roberta e o companheiro, Paulo, são pessoas de bem, têm condições financeiras, mas não formam um casal normal.”

Outro exemplo é o de Luíza Mouraria em São Vicente, litoral paulista. Luiza manteve um relacionamento amoroso com um rapaz. Daniel Guilherme ao saber que se namorava uma mulher trans, planejou com seu irmão o assassinato de Luiza. A mesma foi agredida até a morte com socos, pontapés e um pedaço de madeira. Depois, prenderam junto ao corpo uma pedra e o atiraram ao mar. André e Daniel tiveram prisão preventiva, mas foram soltos 30 dias depois devido a um habeas-corpus concedido pelo Supremo Tribunal de Justiça. No processo (HC 53296) Luíza é tratada como um “homossexual que se travestia de mulher e se apresentava como Luíza.”

História de cangaceiro gay já foi narrada em 1956 em ‘Grande Sertão: Veredas’, de Guimarães Rosa




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