Professor e doutor em história, Leandro Karnal assumiu um relacionamento homoafetivo em janeiro deste ano. Na ocasião, o intelectual de 60 anos, revelou estar casado há quatro anos com cantor Vitor Fadul, de 27 anos e portador de autismo. Com mais de 20 livros lançados, que somam cerca de 1 milhão de cópias vendidas, o palestrante falou sobre o seu casamento e a repercussão dele à Veja.

Para a família e amigos de Karnal, seus relacionamentos nunca foram escondidos. “Eu tenho uma certa resistência a pessoas que vivem toda a sua vida privada em público. Não gosto muito, mas atualmente parece que não se posicionar perante o grande público significa concordar com o silenciamento e a repressão. […] Às vezes, ver uma figura pública e bem estabelecida profissionalmente assumindo o que sente pode encorajá-las“, explicou o historiador.
“E eu acho que a minha situação é atípica. Em uma tacada só expus três questões demonizadas por parte da sociedade: a homoafetividade, o etarismo e o autismo. Mas estou em uma posição privilegiada. Além de ser branco, tenho uma carreira sólida e, por consequência, sou de classe média. Várias outras pessoas correm o risco de perder o emprego, ser expulsas de casa, até sofrer uma agressão física caso façam o mesmo que eu”, acrescentou Karnal.

Para o historiador, a diferença de idade entre ele e Fadul nunca foi uma barreira. “A gente brinca entre nós que o ‘velho’ da relação é o Vitor. Ele se autodeclara com 81 anos, porque quem não quer sair, odeia barulho — inclusive por causa do autismo — e quer voltar para casa logo é sempre ele. Eu sou um pouquinho mais dinâmico do que isso. Mas provavelmente não me relacionaria com alguém de 27 anos, se fosse alguém que gostasse de ir para baladas, se embebedar e ouvir rock pesado todo fim de semana“, comentou ele.
Antes de declarar nas redes sociais sobre seu casamento com Fadul, Karnal disse ter ficado com um certo medo da reação do público. “Já namorei homens e mulheres, tenho 60 anos e não cresci em um ambiente livre de homofobia. Ouvi piadas, músicas vexatórias, ironias e ataques a terceiros. Com o tempo, entendi que, quando não há argumentos em uma discussão, um agressor tenta atacar a moral dizendo que fulano é gay“, explicou.
Karnal também prefere evitar rótulos a respeito da sua sexualidade. “O rótulo é uma necessidade do observador, não minha“, afirmou ele. “Apontar se sou hétero, homossexual, bissexual é uma necessidade que fala de posicionamento, mas serve mais ao outro para se referir a mim. Eu sou uma pessoa sexuada — e que, neste momento, decidi me casar com um outro homem. Eu não tenho um ‘tipo’ certo de interesse amoroso. Me encantei pela personalidade, criatividade e beleza do Vitor“, pontou.
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