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Nesta segunda-feira (04), a Prefeitura do Rio divulgou dados sobre a realidade da população trans do município. Os números são resultado de entrevistas realizadas com 526 pessoas trans e travestis, cadastradas na primeira etapa do projeto “Garupa”,  entre julho e outubro de 2021. De acordo com a pesquisa, 83% dos(as) entrevistados(as) já foram vítimas de violência dentro da escola, e dois em cada três já foram violentadas por serem trans.

Os números são resultado de entrevistas realizadas pelo projeto “Garupa” (Foto: Alexandre Macieira/ Prefeitura do Rio)

De acordo com a Prefeitura, o levantamento incluiu perguntas sobre a realidade socioeconômica, escolaridade e acesso ao mercado formal de trabalho da população trans e travesti carioca.  Os dados mostram que um a cada três entrevistados faz apenas uma refeição por dia ou menos, e que 72% dos participantes deixaram de estudar devido a dificuldades financeiras ou à falta de dinheiro.

Dentro da comunidade LGBTI+, as pessoas trans e travestis são as que enfrentam as maiores barreiras de acesso à saúde, ao trabalho formal e a condições dignas de vida, e estudos apontam que a pandemia agravou ainda mais este cenário. Estes dados dão um panorama de como ainda há muito a se fazer em prol destas pessoas, e poderão servir de base para inúmeras políticas públicas“, disse o coordenador executivo da Diversidade Sexual, Carlos Tufvesson.

(Foto: Alexandre Macieira/ Prefeitura do Rio)

A pesquisa também revelou que 71% das pessoas trans e travestis já sofreram preconceito durante uma entrevista de emprego. Quando o assunto é saúde, 56% das pessoas entrevistadas nunca receberam orientação do serviço de saúde pública sobre hormônios e silicone, por exemplo. Já na educação, a renda e o preconceito são os principais motivos para desistir da escola, entretanto, 83% gostaria de voltar a estudar.

Estabelecer políticas públicas de promoção da dignidade de todas as pessoas só é possível por meio do comprometimento com a garantia do acesso delas à renda, à saúde, à cultura e à educação. A partir do Garupa, pavimentamos este caminho que vem sendo construído pela Prefeitura do Rio com o objetivo de assegurar e ampliar os direitos da população trans e travesti, que merece toda a atenção do poder público“, pontua o secretário municipal de Governo e Integridade Pública, Tony Chalita.

A iniciativa foi da Secretaria Municipal de Governo e Integridade Pública, por meio da Coordenadoria Executiva da Diversidade Sexual, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e a Coordenadoria-Geral de Relações Internacionais e Cooperação. Confira os números completos da pesquisa no site da Prefeitura do Rio aqui.




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Jornalista gaúcho formado na Universidade Franciscana (UFN) e Especialista em Estudos de Gênero pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)