Performance ‘Ciclos para Desvio’ usa Lilith para debater parâmetros heteronormativos

Felipe Teixeira e Mariana Molinos reconhecem facetas de gênero, raciais e sociais, abrindo fissuras de sensibilização para prática da empatia

Destaque na cena teatral de São Paulo, o projeto FTMM domina antigos conceitos da humanidade para falar sobre a figura da mulher. Estrelada por Felipe Teixeira e Mariana Molinos, a performance “Ciclos para Desvio” ganha uma nova sessão no dia 17 de maio, na Galeria Olido, às 20h. A dupla também protagoniza o número “Material Bruto”, no dia seguinte, às 19h30, no mesmo espaço. A entrada é gratuita.

“O convite é localizar os momentos em que a sensação de inadequação ou as normas invisíveis da sociedade nos fizeram silenciar ou nos adequar a situações em que ‘esvaziaram o tesão’, que nos tiraram da nossa potência, e, quiçá reconhecer estratégias para se ouvir mais e abrir possibilidades para que outres se sintam mais companhades para sustentar suas posições ‘desviantes'”, explicam Teixeira e Molinos, em entrevista ao GAY BLOG BR.

Para se aprofundar nessa questão, a dupla parte do reconhecimento das facetas de gênero, raciais e sociais, e vai além dos arquétipos, abrindo fissuras de sensibilização para a prática da empatia, sem imposições. Sendo assim, “Ciclos para Desvio” é todo centrado em dança e nos limites do corpo.

FTMM em cena (Imagem: @transfonico/Divulgação)

Mais do que isso, a proposta é questionar os parâmetros heteronormativos e misóginos atramados na figura da mulher – seja ela cis ou trans.

“O trabalho atravessa as imagens estereotipadas da mulher doce, dócil, submissa, objeto do desejo alheio, para gradualmente ir revelando as inúmeras possibilidade de justapor a natureza voraz, animalesca, forte, dominante, dona de sua sexualidade, trazendo a tona às inúmeras possibilidades de se construir mulher”, complementam os artistas.

Tal questão sobre o feminino e a construção na sociedade acaba tendo o suporte da figura de Lilith. Na tradição judaico-cristã, ela teria sido a primeira mulher criada por Deus que acaba expulsa do Paraíso por não se subordinar a Adão.

Assim, o conceito da Lilith como suporte imagético e lúdico emana as múltiplas facetas que as pessoas possuem – integrando, assim, a doçura, a força, a violência e a sexualidade como elementos norteadores de todos. “Falar da Lilith é fazer ver aquilo que querem que a gente silencie e ponha na sombra. Colocá-la à frente da cena é poder expressar, com muito humor, a recusa à sensação de inadequação, à invisibilização e a retirada das nossas vozes.”

FTMM em cena (Imagem: Mayra Azzi/Divulgação)

No fim, “Ciclos para Desvio” se trata de um momento para o público se deleitar com movimentos.

“Pretendemos, em cada trabalho, tocar sensivelmente o público para através do campo invisível do afeto e da sensação, criar contexto para que as pessoas possam dar espaço à multiplicidade de expressões, dos modos de ocupar o mundo, de se relacionar…”, finalizam.

Performance ‘Ciclos para Desvio’
Data: 17/5, às 20h
Local: Centro Cultural Olido
Endereço: Av São João, 473 – Centro Histórico – São Paulo
Classificação indicativa: 14 anos
Grátis
Mais informações: @felipeteixeiraemarianamolinos




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