Kaká di Polly lamenta que Parada SP tenha apagado a história da comunidade LGBT+ em troca de likes

"Sabemos que esse desabafo vai ser abafado, que não receberemos ao menos um pedido de desculpas", escreveu em seu blog a drag veterana da militância LGBT+

No último domingo, 14 de junho, seria dia de LGBTs ocuparem a Avenida Paulista com a Parada SP. Com a pandemia, a organização do evento fez uma edição virtual para celebrar a diversidade, não que isso signifique necessariamente ter a diversidade celebrada.

Kaká di Polly em 1996, na primeira Parada de SP - reprodução
Kaká di Polly em 1996, na primeira Parada de SP – reprodução

Precursora da comunidade LGBT em São Paulo, Kaká di Polly não foi uma das diversidades celebradas. Em vídeo, a drag lamentou que a organização da Parada tenha ignorado ícones da militância e até homenagens póstumas: “Cadê a homenagem a Miss Biá? Foi a primeira a sair na rua com tinta na cara pra levar coió de polícia pra hoje vocês estarem aí”.

Assista ao depoimento:

Em seu site, Kaká ainda escreveu: “Além de me esquecerem, também não se viu ou ouviu falar de ícones como Paulette Pink, Divina Núbia, Silvetty Montilla, Miss Biá que faleceu esses dias de covid, Salete Campari, Tchaka (que teve uma participação mínima, sendo que ela que leva a Parada no percurso Paulista/Consolação no gogó), Dimmy Kieer, Esquadrão das Drags, Márcia Pantera, enfim, são tantos talentos que eu usaria linhas para dar seus nomes. Nenhuma de nós foi convidada, fomos trocadas por meia dúzia de Youtubers com menos de cinco anos de carreira. Deixaram para trás artistas que realmente tiveram a ver com a luta, empenho e história da parada. Entendemos que é um evento virtual e que nisso os Youtubers tem seus valores sim, mas até então, eu mesma faço live três vezes por semana e num debate teria muito pra falar e argumentar, outras poderiam fazer shows de suas casas ou cantar, como a Léo Áquilla, Mariana Munhoz entre outras pessoas talentosas. O novo é sempre bem-vindo, mas a história jamais pode ser esquecida. Mais decepcionados ainda com os Youtubers que nos conhecem, sabem de nossa existência (ou ao menos deveriam saber) e nenhum se dignou a fazer referência a algum de nós. O pior de tudo é que quem fez a história, sempre fez por amor e pela causa, por militância. E bem sabemos que todos foram pagos e patrocinados para estarem ali. Outra coisa, para que pedir dinheiro sendo que grandes patrocinadores injetaram grandes somas? Queremos saber onde foi parar esse dinheiro, que destino vai ter e o que vai ser feito dele. Sabemos que pelos patrocinadores a escolha foi feita pelos Youtubers e seus números de seguidores, mas cabia à Associação ter alguém para não deixar cair no esquecimento uma luta nossa de 23 anos. Enfim, sabemos que esse desabafo vai ser abafado, que não receberemos ao menos  um pedido de desculpas, mas novembro está aí, se Deus quiser estaremos livres de pandemia e, por amor à causa, por militância, nós, as “velhas esquecidas” estaremos lá na Av. Paulista mostrando ao mundo mais uma vez, que temos Orgulho em ser LGBTQIA+”, concluiu.

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