Elida Miranda, candidata a deputada estadual de AL: “Defender direitos e políticas públicas para todos”

A jornalista Elida Miranda (PT), de 38 anos, concorre a deputada estadual em Alagoas. Lésbica, ela é moradora de Macéio (AL) e conversou com o Gay Blog BR para o especial "Eleições 2022"

A jornalista Elida Miranda (PT), de 38 anos, concorre a deputada estadual em Alagoas. Lésbica, ela é moradora de Maceió (AL) e já atuou em diversas áreas da comunicação, com foco na democratização da comunicação.

A motivação para a sua candidatura veio das lutas populares e partidária. Elida se coloca contra as opressões e o sistema capitalista que, segundo ela, se sustentam a partir da exploração da força de trabalho da classe trabalhadora, machismo, racismo e LGBTfobia. “O capitalismo vai nos oprimindo como classe e reiterando o poder dessas elites de acumulação de capital“, afirma a jornalista.

“Meu compromisso é defender direitos e políticas públicas para todas, todos e todes. Principalmente para a população LGBTQIA+ onde sofrem ataques e violações de direitos por divergirem do padrão de sexualidade vigente. Entre muitos compromissos assumidos, enfrentar a violência contra as pessoas LGBTs é uma das nossas bandeiras”, declara Elida, que é uma das entrevistadas da semana no especial “Eleições 2022” do Gay Blog BR.

Elida Miranda, candidata a deputada estadual pelo PT de AL (Foto: Divulgação)

Confira na íntegra a entrevista com Elida Miranda

GAY BLOG BR: Qual a sua formação e trajetória profissional?

Elida Miranda: Formação em Comunicação Social – Jornalismo. Minha trajetória profissional, a princípio, foi em jornal impresso, depois em assessoria parlamentar, assessoria de eventos e assessoria e produção cultural. Hoje em dia também trabalho com redes sociais, tendo sempre como foco a democratização da comunicação.

GB: O que a motivou a se candidatar?

Elida: A motivação para a minha candidatura veio das lutas populares e, posteriormente, da luta partidária, contra as opressões e contra esses pilares de opressão dentro do sistema capitalista que se sustenta a partir não apenas da exploração da força de trabalho da classe trabalhadora, mas a partir do machismo, do racismo, da LGBTQIA+fobia, o capitalismo vai nos oprimindo como classe e reiterando o poder dessas elites de acumulação de capital.

GB: Quais os desafios enfrentados ao ser uma candidatura abertamente LGBT+?

Elida: O desafio, como sempre, é ser alvo do preconceito, dentro do partido, dentro da família e o medo da rejeição, além do discurso falso de que nós vamos perder votos ao afirmar a nossa condição, a nossa identidade. Nós temos que ser respeitados, e esse conflito do esconder ou assumir reaparece no contexto da candidatura. Na verdade, quando damos esse passo de coragem também libertamos outras pessoas da população que pensam: “Se alguém abertamente LGBTQIA+ pode se apresentar para representar o conjunto da população, independente da sua identidade sexual ou de gênero, posso viver minha vida da forma que eu desejar”. Então, uma candidatura abertamente LGBTQ+ acaba cumprindo um papel muito importante, contribuindo para a libertação e para essa narrativa verdadeira.

GB: Quais são as suas principais propostas? Há pautas exclusivamente para LGBT+?

Elida: Sim. Meu compromisso é defender direitos e políticas públicas para todas, todos e todes. Principalmente para a população LGBTQIA+ onde sofrem ataques e violações de direitos por divergirem do padrão de sexualidade vigente. Entre muitos compromissos assumidos, enfrentar a violência contra as pessoas LGBTs é uma das nossas bandeiras.

Para isso queremos enviar um projeto de lei que garanta a criminalização da LGBTfobia em Alagoas, responsabilizando e punindo a gestão pública e privada quando agir de forma discriminatória e negligente com a comunidade LGBT.

Outra pauta é educar para a diversidade, prevenir a violência e acolher as vítimas. Para isso, propomos a criação de um Centro de  Referência LGBTQIA+ com equipe multidisciplina, para atuar de forma conjunta e integrada promovendo educação e informação para os servidores públicos.

Pensamos também, especificamente, na comunidade de pessoas trans que sofrem com a exclusão e precariedade a qual são submetidas. Nesse sentido, vamos propor um projeto de lei que garanta cotas para pessoas trans tanto na educação pública superior quanto em concursos públicos, para que o Estado repare os danos causados a essa comunidade.

GB: Quais medidas você acredita serem necessárias para combater a LGBTfobia?

Elida: O combate a LGBTfobia passa por diversos caminhos. Através da educação onde precisamos inserir no currículo o debate sobre gênero, sexualidade e diversidade, levando informação e conhecimento seguros e responsáveis sobre a temática de acordo com cada fase da vida estudantil.

Criar e consolidar leis de promoção e em defesa das vidas lgbts e enfrentamento e combate da violência. Implementação de equipamentos especializados para acolher as vítimas de violência LGBTfóbica, tais como delegacias e Centros de Referência, com equipes multidisciplinares.

Esse é um caminho longo e que precisa da atuação de diversos atores do Estado para coibir a cultura da violência contra a comunidade LGBTQIA+. Por isso, me coloco à disposição através da minha candidatura a deputada estadual para ser uma voz legítima que faz política para quem mais precisa e lutar por nossos direitos.

GB: O que você pensa sobre o uso e políticas da PrEP?

Elida: Essa é uma grande conquista do SUS e da política nacional de Saúde LGBT que foi implantada no Governo do Presidente Lula e consolidada no Governo da Presidenta Dilma. Garantir o tratamento para as pessoas com HIV público, gratuito e universal é um dos grandes avanços do nosso sistema de saúde que é referência no mundo inteiro. A PrEP é um importante instrumento na prevenção da transmissão do HIV e isso coloca o Brasil mais uma vez na vanguarda da proteção à saúde do povo brasileiro.

GB: Como você avalia o governo de Bolsonaro?

Elida: O desgoverno do Bolsonaro e seus cumplices é o reflexo do avanço da luta de direita no Brasil, que plantou a semente do ódio ao PT, a semente do ódio a organização de movimentos de esquerda e de partidos de esquerda, esse fortalecimento que tirou dos esconderijos e esgotos políticos do nosso país essa forma de preconceito, essa forma do que eles chamam de “pautas de costume”. Então, o Bolsonaro é expressão disso, de todo o ódio e de uma política econômica voltada a aprofundar a miséria e aprofundar a acumulação de capital das elites. É para isso que serve o Governo Bolsonaro. Por isso que ele não serve para o conjunto da população brasileira e que ele precisa ser retirado da presidência da república.

GB: Qual o verdadeiro papel de um/a deputado/a estadual?

Elida: Ser o/a fiscal do povo na elaboração e execução do orçamento público. Precisamos cultivar esse olhar de fiscalização e colocar o bem estar e o cuidado com a população em primeiro lugar. O orçamento que não tem compromisso com o povo gera distorções e ausência de políticas públicas.

Confira a lista de candidaturas LGBTQIA+ de 2022 neste link.

Lista de candidatos LGBTQ+ nas eleições 2022 | Deputados, Senadores, Governadores




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