O ator Tyrone Power (1914-1958) tinha a fama de encantar não apenas as mulheres que assistiam a seus filmes, mas também as atrizes com quem trabalhava. Astro do cinema entre os anos 1930 e 1950, Power mantinha um romance secreto (não para Hollywood) com o ator Cesar Romero (1907- 1994) que interpretou o vilão Coringa na série de TV “Batman“, mas que “posava” de garanhão ao lado de belas mulheres. Dentre vários filmes de sucesso ao longo de sua carreira, provavelmente Power será sempre reconhecido por “A Marca do Zorro”, no papel título.

Em 1938, assim como vários astros e estrelas da sétima arte, Power esteve no Brasil em uma viagem publicitária patrocinada pela Fox. O jovem ator, na ocasião com 24 anos, embarcou em Buenos Aires em direção ao Rio de Janeiro a bordo de um bimotor Douglas DC-3. Porém, o voo incluía uma breve escala para reabastecimento em Porto Alegre (RS). A curta passagem do galã pelo sul do país levou uma multidão de fãs e curiosos para o aeródromo, gerando uma confusão jamais vista.

Todos queriam vê-lo de perto, tocá-lo e não havia segurança para tamanho tumulto, assustando o ator, que passaria por situação semelhante no Rio (porém menos avassaladora). Na cidade maravilhosa, fez passeio de lancha pela baía de Guanabara, visitou Petrópolis, se hospedando no tradicional hotel Copacabana Palace. Ele retornaria ao Brasil em 1946, pilotando seu próprio avião, na companhia do ator Cesar Romero, onde visitaram cidades como Salvador (BA), Natal (RN), Belém (PA) e Manaus (AM).

Segundo relatos de pessoas ligadas a Hollywood, Power era bissexual, e se envolveu com pessoas de ambos os gêneros como as atrizes Lana Turner (1921-1995) e Linda Christian (1923- 2011), além do compositor Lorentz Hart. Dentre seus vários amigos gays, o mais conhecido era o galã Cary Grant (1904- 1986). Em 1939, Power casou-se com a atriz francesa Annabella, a união durou apenas quatro anos. Nos bastidores, apontaram como motivo o relacionamento extraconjugal com outra estrela – Judy Garland.

Após a sua morte, uma avalanche de livros e biografias foram lançados sempre mencionando a bissexualidade do ator e sua variedade de parceiros. Em autobiografia escrita em 1994, “Crying With Laughter”, o comediante e ator britânico Bob Monkhouse declarou ter recusado as cantadas de Power. O crítico de modas Mr. Blackwell, em sua autobiografia de 1995 “From Rags to Bitches”, declarou que encontrara Power com um jovem ator em “momentos românticos” em seu camarim.

Em seu livro, “Errol Flynn: The Untold Story”, o autor Charles Higham afirma que Power tinha um relação com o ator australiano Errol Flynn. Em seu livro “The Evening Crowd at Kirmser’s: A Gay Life in the 1940s”, Ricardo J. Brown menciona que quando esteve em Nova York, presenciou “a lot of queer people in the theater and the movies” (“um monte de bichas no teatro e nos cinemas”), entre eles Tyrone Power. Em “Who’s Who in Contemporary Gay and Lesbian History: From World War II to the Present Day”, Robert Aldrich e Garry Wotherspoon’s colocam Power em uma “Lista de astros e estrelas campeãs de bilheteria que eram gays ou bissexuais”.

Entretanto, as mulheres que se envolveram com ele, sempre negaram que o ator gostasse também de homens. Quando Lana Turner foi indagada sobre o assunto no programa “Phil Donahue Show”, em 1982, ela respondeu: “Só ouvi falar disso após a sua morte (…), mas o tempo todo em que estive com ele, nunca houve um sinal disso. Acredite em mim, ele era todo homem“.

Romina Power, filha do astro, também saiu em defesa do pai quando os boatos começaram vir a tona: “Tyrone Power não era gay ou bissexual. É muito fácil ganhar dinheiro com alguém que não está mais aqui para contar a história. É interessante ver o que as pessoas supõem sobre as outras. Mas, mais interessante ainda, é a verdade”, declarou ela. O ator faleceu no set durante as filmagens de “Solomon and Sheba” na Espanha, após sofrer um infarto enquanto rodava uma cena de duelo. O ator tinha três filhos e morreu ao 44 anos.
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