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João Lucas Reis, número 415 do ranking da Associação de Tenistas Profissionais (ATP), estreia neste sábado (15) nas eliminatórias do Rio Open contra Chun-Hsin Tseng, de Taipé Chinesa. O tenista de 24 anos chamou atenção no fim de 2023 ao publicar uma foto com o namorado, Gui Sampaio, no aniversário dele, tornando-se, assim, o primeiro jogador declaradamente gay da ATV em atividade.
A repercussão do post foi imediata, com mensagens de apoio e reconhecimento. Apesar de ter recebido alguns comentários negativos, João destacou o impacto positivo da situação. “Confesso que, no início, quando tudo explodiu, eu tive um pouco de recebimento da parte negativa. Mas a repercussão foi boa. Eu recebi muitas mensagens de pessoas falando que se identificavam comigo, que queriam me ver no topo do tênis. E eu achei isso muito motivador”, afirmou em matéria do O Globo, veiculada neste sábado.
João Lucas Reis destaca apoio da família
O tenista afirma que sua sexualidade já era conhecida por familiares, amigos e até no meio esportivo antes da publicação. A decisão de tornar o relacionamento público aconteceu de forma natural, fruto de um processo de autoconhecimento e confiança. “Eu já vivia dessa forma, aberto, no meu meio do tênis, dos meus treinadores, dos meus amigos. Aos 17 ou 18 anos, eu nunca imaginei que eu estaria no momento de agora, que eu pudesse falar para todo mundo abertamente. Fiquei feliz com essa maturidade”, contou.
Apesar do receio inicial sobre a reação da família, João encontrou total apoio. O pai, Antônio Raimundo, diz que a notícia não foi uma surpresa e que a relação sempre foi natural. “Ele se acordou como gay, e a família toda acordou junto. Pronto. Seguimos de forma muito tranquila. Para nós, é uma surpresa tamanha repercussão. Já passou o boom. Com o tempo, vai acabar sendo uma coisa normal, como deve ser”, afirmou.
Mudança positiva no meio esportivo
No ambiente do tênis, o cenário também mudou. Antes da declaração pública, João ouvia comentários preconceituosos nos vestiários e entre colegas, o que vem diminuindo. “Acabou está sendo muito mais leve. Eu posso ser o mesmo. Com os meus treinadores, eu tinha que falar coisas que eram bem profundas e eu não conseguia. Tinha uma ou outra coisa que eu ainda tinha medo de ainda abrir. E isso me ajudou muito em relação ao tênis naquele momento”, disse.
Segundo ele, o que sentia passou a ser validado. “Consegui falar abertamente sobre os meus sentimentos, sobre tudo o que se passava na minha cabeça e coisas também que refletiram dentro da quadra. Obviamente, faz uma diferença”, completou durante a conversa.
João também conta com o apoio do namorado, que acompanha algumas competições. Ator e estudante de teatro, Gui não tinha conhecimento sobre tênis, mas passou a se envolver com o esporte. “Ele me acompanha em vários torneios, a maioria no Brasil. Já fomos para a Argentina, passamos uma semana na Finlândia […]Quando não estou em competição, começamos o tempo todos juntos. Ele foi acolhido muito bem, pelos meus amigos, pelos tenistas, pelos meus treinadores”, compartilhou.
“Hoje ele entende as regras e o que acontece. Mas é uma cara muito inteligente, e entende muito de questões de inteligência emocional e tudo mais. Ele tenta abrir meus olhos também para eu conseguir alcançar meu maior desempenho. Confesso que tenho um pouco de resistência. Mas eu sei que ele só quer me ajudar. E ele me ajuda”, João completou.
Agora, o foco do tenista está no Rio Open, onde busca vaga na chave principal. João destaca também o momento positivo do tênis brasileiro, com nomes como João Fonseca e Thiago Wild se destacando. “Dá uma visibilidade muito legal. Isso traz muito mais gente para jogar. Se tem mais jogadores, tem mais gente indo atrás desses objetivos, mais gente tem para despontar também. É muito legal ver o Thiago Wild, nas quartas em Buenos Aires, o João Fonseca… É incrível o que ele está fazendo, é muito motivador”, concluiu o tenista.
João Lucas Reis se torna 1º tenista da ATP em atividade a se declarar gay
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