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Karlo Karrera é um varão de 1,85cm de altura e foi um dos primeiros atores pornôs da indústria do entretenimento adulto “hétero” a filmar com mulheres trans, levantando a bandeira da diversidade em uma carreira, por vezes, muito padronizada.

Natural da República Dominicana e radicado em Los Angeles, Estados Unidos, Karrera caminhou para que outros gigantes, como Xander Corvus e Ramon Nomar, pudessem “correr”, ou melhor, surfar no mercado de homens héteros cis gravando com atrizes trans.

Nesta entrevista exclusiva ao Inside Porn, o ator de 42 anos fala sobre o preconceito que enfrentou e garante que, apesar de agressivo nas cenas, é um “amorzinho” na vida real. Karrera também conta sobre o reality show que participou nos Estados Unidos e explica por que recusou uma vaga em The Bachelor.

Karlo Karrera (Foto: Reprodução)

É verdade que você é paramédico?

Karlo Karrera: Sim. Comecei a trabalhar na indústria em 2008 em Miami, Flórida. E sim, sou paramédico licenciado, acredite ou não (risos). Enquanto estudava, trabalhava em uma empresa de ambulância e, ao mesmo tempo, usava meus atributos físicos para modelar para algumas marcas, como Macy’s e Nordstrom. Num desses ensaios eu conheci uma fotógrafa, que acabou virando namorada, e ela me perguntou se eu conseguiria fazer sexo na frente de uma câmera e eu ri. Da brincadeira algo sério surgiu: dias depois ela me apresentou um agente e comecei a filmar cerca de duas cenas por semana enquanto ainda estava na faculdade e trabalhando em tempo integral.

E o dinheiro compensa?

Karlo Karrera: Sim, dá pra dizer isso. Mas nada supera a paixão que eu tinha para adentrar o Corpo de Bombeiros trabalhando como paramédico. Sabe, sinto-me muito confortável em tomar decisões que podem não ser comuns para a maioria das pessoas. É difícil, mas pra mim, não foi. Eu senti que o diploma ia vir de qualquer jeito, então me formei e, como um indivíduo de mente aberta que gosta de arriscar coisas novas, eu passei a encarar o pornô como carreira.

Você disse no Twitter que tem mudado a cara do pornô em 2021. Hoje é muito diferente do que aquele de uma década como você começou?

Karlo Karrera: Absolutamente. Quando eu comecei, há mais de uma década, o setor já estava mudando, a internet deixou todo mundo rico e a mesma internet deixou todo mundo pobre. Todos tiveram que se reinventar. No meu caso, sei que eu e outros colegas estamos ressignificando o que é ser um ator pornô em 2021.

(Foto: Reprodução)

E você se refere ao pornô com mulheres transexuais, certo?

Karlo Karrera: Sim. Desde que passei a filmar com mulheres trans, parece que todo mundo agora quer fazer o mesmo (risos). Alguém precisa começar, não é?

Por que essa mudança nos rumos da indústria?

Karlo Karrera: Bem… existe potencial financeiro nesse mercado, então é natural que haja essa mudança de perspectiva. Eu sempre tive amigos que são parte dessa indústria. Na verdade, foi uma namorada da época da faculdade que me apresentou para esse mercado. As pessoas me chamam de oportunista, mas a verdade é que eu aliei minhas preferências sexuais com a oportunidade de trabalhar da mesma forma que eu gosto de fuder na vida real: com paixão.

Dá pra citar o Xander Corvus, o Ramon Nomar e o Small Hands como os últimos a entrarem para o mercado trans. Você acha que abriu caminho para que isso acontecesse?

Karlo Karrera: Tenho orgulho disso. Embora eu nunca tenha sentido necessidade de provar algo para alguém. Sou grato ao Ramon Nomar, que me deu uma mão quando eu cheguei em Los Angeles 11 anos atrás e o Xander é um dos caras mais legais que eu conheço. Eles são excelentes no que fazem, e mantêm as pessoas sempre interessadas em seus trabalhos. São partes do grande time do pornô mundial.

(Foto: Reprodução)

Acha que outros nomes famosos vão começar a filmar com mulheres trans a partir de agora?

Karlo Karrera: Risos. Sem dúvidas. Na verdade, muitos já estão gravando cenas para seus Onlyfans. E está tudo bem!

Você voltaria a fazer filmes gays, com homens?

Karlo Karrera: Infelizmente, não. Como disse antes, paixão é o que me faz diferente nessa indústria – além de ser esse gigante que vocês veem em cena, risos. Então tenho minha preferência por mulheres trans e filmo com elas.

Você é valentão na vida real como vemos nos filmes?

Karlo Karrera: Não. Se você perguntar a alguém que me conhece pessoalmente, eles dirão que sou um gigante amigável, um amorzinho.

É possível separar os dois caras que vivem em um, o ator Karlo do Mario?

Karlo Karrera: Eu consigo. Mas não é para todos. Tento manter as coisas simples.

Como assim?

Karlo Karrera: Na minha mente, o pornô é um trabalho que me paga bem e sou bom nisso para ganhar a vida, então é uma questão de encontrar o equilíbrio e sempre ter objetivos, porque depois de estar na indústria por mais de uma década, não se trata apenas de transar com os profissionais mais famosos ou filmar para os principais estúdios mais. Você precisa se manter no jogo. Dentro ou fora do pornô.

(Foto: Reprodução)

Falando de fora do pornô, eu tenho certeza de que vi você em um episódio de um reality show uma vez.

Karlo Karrera: É verdade. Algumas pessoas me conhecem fora do pornô também. Eu fiz “Millionaire Matchmaker Sons of Anarchy”. Meu antigo agente quando me mudei para Los Angeles me arranjou esses shows. (Karlos também foi um concorrente do Thressome da MTV).

Foi você no programa ou o Karlo Karrera?

Karlo Karrera: Não, esse era eu como Mario (nome dele verdadeiro). Eu cheguei entre os dois finalistas na 6ª temporada do MMM, então eles queriam me trazer de volta para que eu pudesse dizer na final, ao vivo, que eu era, na verdade, uma estrela pornô. Um dia antes, liguei para eles e disse que ainda não estava confortável para fazer isso em rede nacional. Mas agora eu gostaria de ter feito.

Espera. Você se recusou a voltar ao show?

Karlo Karrera: Sim. O programa era sobre namoro. A produção colocou dois milionários e 60 concorrentes Eu era um dos 60 e a garota gostou de mim. Fui bem longe no jogo.

(Foto: Reprodução)

Você faria outro reality show na TV?

Karlo Karrera: Faria, mas na época relutei bastante. Fui convidado para participar do The Bachelor uma vez, e recusei.

Por quê? Pela questão do pornô?

Karlo Karrera: Sim. A pessoa que fazia o cast não tinha ideia de que sou um ator adulto, então, para aquele programa em particular, eu acho que não funcionaria.

Você acha que o pornô se tornou o mainstream?

Karlo Karrera: Absolutamente. A pornografia está em toda parte. As mulheres, homens, gays assistem toneladas de pornografia e agora está tudo aí com as mídias sociais e tal, e as pessoas estão aceitando mais pornografia. Não é mais um tabu como antes.

(Foto: Reprodução)

Karlo Karrera no Twitter: @karlokarrera
Ou no
onlyfans.com/KarloKarrera




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