Todo jornalista provavelmente já pensou em mudar de vida em algum momento – trocar as pautas diárias para vender miçanga na praia, por exemplo, ou estudar uma nova área. Mas o americano Jim Walker foi além. Como profissional de comunicação, trilhou uma carreira de 23 anos com passagem por várias emissoras de TV nos Estados Unidos, incluindo a KBAK (afiliada da CBS) em Bakersfield, na Califórnia; KBTV (afiliada da Fox) em Beaumont, no Texas; e a WBBH (afiliada da NBC) em Fort Myers, na Flórida.

Esse currículo pomposo o projetou à fama na área, mas foi aos 44 (ele está com 51 atualmente) que o comunicólogo deixou as bancadas para trás, adotou o nome de Dallas Steele e passou a ganhar a vida como ator pornô, assinando contrato exclusivo com uma das gigantes da indústria do entretenimento adulto nos EUA, a TitanMen.

“A verdade é que ganho muito mais dinheiro hoje, como ator pornô e acompanhante, do que como jornalista”, afirma, acrescentando que boa parte da renda vem também do trabalho como garoto de programa – ele não revela as cifras de seu contracheque, mas garante que a conta bancária não reclama. “O pornô é, no fundo, um grande marketing para o trabalho de acompanhante. As pessoas assistem aos seus filmes e querem sair com você”, acrescenta.
A notícia sobre a mudança de carreira de Jim Walker percorreu o mundo e trouxe a ele ainda mais visibilidade. Jornais de todas as partes publicaram a informação, inclusive os portais de notícias brasileiros. O Inside Porn foi o primeiro a entrevistar o repórter, cuja agenda se divide entre viagens a trabalho, gravações e o recente papel de estar do lado de cá, concedendo entrevistas.

SE VOCÊ COMPARAR A SUA CARREIRA COM UM JORNALISTA CONHECIDO EM SUA REGIÃO E, AO MESMO TEMPO, DE UM ATOR PORNÔ COM GRANDES POSSIBILIDADES DE CRESCIMENTO, VOCÊ DIRIA QUE É MAIS DIFÍCIL FAZER NOME COMO PROFISSIONAL DE COMUNICAÇÃO OU COMO ATOR PORNÔ?
Fortalecer um nome no pornô tem sido mais fácil para mim do que foi como jornalista, principalmente a partir dessa interação que as redes sociais proporcionam. Quando eu comecei a trabalhar como repórter de TV, nós nem tínhamos internet, e a comunicação mudou muito de lá para cá. Com o pornô, a audiência é internacional. Nos jornais que eu apresentava, as pessoas que me conheciam eram aquelas que moravam na região. Hoje eu estou aqui falando com você, de outro país, que conhece meu trabalho.
ENTÃO ISSO SIGNIFICA QUE VOCÊ FAZ MAIS DINHEIRO AGORA DO QUE ANTES?
Eu realmente faço mais dinheiro agora do que antes, mas não vem apenas do pornô. Eu também trabalho como garoto de programa. O pornô é, no fundo, um grande marketing promocional para os atores que querem trabalhar como acompanhante. O público vê você atuando e pensa, “eu quero sair com esse cara”. Aliás, os brasileiros interessados podem me contratar pelo rentmen.com/DallasSteele. Eu viajo o ano inteiro pelo mundo para atender clientes. O interessante é que, quando o cliente é do exterior, ele me contrata por pelo menos duas noites e paga todas as despesas, mas tudo é negociável.

O QUE VOCÊ APRENDEU AO LONGO DE MAIS DE DUAS DÉCADAS NO JORNALISMO QUE PODE SER UTILIZADO NO OFÍCIO COMO ATOR PORNÔ?
No início, eu não imaginava que poderia transferir os conhecimentos de uma área para outra. Acaba que muitas qualidades que fazem você ter sucesso nos noticiários são as mesmas que fazem você ter sucesso no pornô. Por exemplo, é preciso ter atenção e familiaridade com a câmera, onde ela está, o que o diretor quer que você faça, suas falas, e profundo conhecimento sobre qual parte do seu corpo vai aparecer melhor para o público. No caso, além do meu melhor ângulo no rosto, agora sei qual é o lado mais favorável do meu corpo.
E QUAL É?
Você precisa assistir aos meus filmes para saber, mas aqui vai uma dica. Com a grana do pornô, acabei colocando silicone na bunda.

DÁ PARA DIZER QUE O MEIO JORNALÍSTICO, SEMPRE TÃO APRESSADO E SUPERFICIAL, CANSOU SUA BELEZA?
Digo que, em 23 anos, eu fiz muita coisa legal. Contei boas histórias e as minhas melhores nunca foram incêndios, assassinatos, tragédias em geral, mas histórias que pude ajudar as pessoas de um jeito ou de outro. Por outro lado, o jornalismo não é apenas essa beleza que as pessoas do lado de fora imaginam. Na televisão, por exemplo, a direção interfere bastante na forma pela qual essas histórias são contadas. Algumas vezes, mais do que deviam – o que não digo que seja apenas ruim, mas às vezes aquilo que não é importante ganha muito mais atenção do que deveria.

A MAIORIA DOS PROFISSIONAIS DESSE RAMO DIZ QUE, PARA SE DAR BEM NA CARREIRA, É PRECISO GOSTAR DE SEXO, CASO CONTRÁRIO, VOCÊ NÃO DURARÁ MUITO…
Eu gosto de sexo, claro, mas eu diria que gosto de forma normal. Não sou um maluco compulsivo. Gosto de transar, gosto de homens gostosos e adoro me exibir. Em minha opinião, para ser ator pornô, mais do que ter um desejo grande por sexo, é preciso gostar de si e gostar de se exibir para os outros, sem ter vergonha do seu corpo. Além disso, acredito que, para durar nessa indústria, é preciso ser versátil e adaptável às mudanças – justamente como tive que me adaptar ao longo das transformações que a comunicação passou nas últimas décadas. Você também precisa entender onde pode ser útil e quais projetos e produtoras são apropriadas para a sua idade e tipo físico.

NO BRASIL, O JORNALISMO PASSA TAMBÉM POR TRANSFORMAÇÕES IMPORTANTES, QUE TÊM IMPACTADO NO GANHA PÃO DOS NOSSOS PROFISSIONAIS. SALÁRIOS BAIXOS, DEMISSÕES EM MASSA, OS FAMOSOS PASSARALHOS. QUAL O SEU CONSELHO PARA ESSAS PESSOAS?
Eu não considero o pornô como uma carreira para mim ou para qualquer pessoa. Então, não vou fazer recomendações. É apenas uma parada, um atalho, algo que aparece no caminho de algumas pessoas como a oportunidade de fazer uma grana extra além daquilo que você estudou para fazer profissionalmente. Se você tem um trabalho que, apesar do salário, te dá prazer, fique com ele. Mas se a coisa está ficando pior a cada dia, talvez seja realmente a hora de olhar para fora e verificar quais são as possibilidades. Aí pode ser o trabalho no pornô, no caixa do supermercado ou um piloto de aviação comercial. Tem um mundo de opções aí.

VOCÊ CONSIDERA VOLTAR PARA AS BANCADAS DOS JORNAIS?
Não.
MAS BATE AQUELA SAUDADE DE CONTAR BOAS HISTÓRIAS?
Sim. Eu realmente sinto falta da notícia, contar histórias e emocionar pessoas. Também sinto falta daquela loucura que é trabalhar com TV. Mas a minha popularidade está crescendo, tenho uma bagagem que me permitirá voltar a contar essas histórias, mas dessa vez, do meu próprio jeito, sem interferências. O maior desafio para mim é conseguir fazer isso sem ficar marcado como o cara que apenas quer fazer pornô. Eu passei a acreditar que tem espaço para tudo, embora as pessoas vão sempre pensar que, ao trabalhar com sexo, eu anulo quem eu sou. Não acredito nisso. São mais de duas décadas de profissão no jornalismo e isso está bem guardado aqui.
ATÉ AGORA, VOCÊ ESTRELOU 11 FILMES. VOCÊ SE VÊ PERMANECENDO NA INDÚSTRIA POR MUITO TEMPO?
Sim. Espero ficar mais alguns anos no pornô, mas não sei definir quanto tempo me restará. Tem um monte de ator que eu gostaria de trabalhar e fazer cenas mais audaciosas envolvendo fantasias e acessórios. Tenho um contrato exclusivo com a produtora TitanMen e estou prestes a assinar o segundo contrato para o segundo ano de exclusividade.
Siga o jornalista no Twitter @DallasSteeleXXX
E também justfor.fans/DallasSteeleXXX ou onlyfans.com/dallassteelexxx

Junte-se à nossa comunidade
Mais de 20 milhões de homens gays e bissexuais no mundo inteiro usam o aplicativo SCRUFF para fazer amizades e marcar encontros. Saiba quais são melhores festas, festivais, eventos e paradas LGBTQIA+ na aba "Explorar" do app. Seja um embaixador do SCRUFF Venture e ajude com dicas os visitantes da sua cidade. E sim, desfrute de mais de 30 recursos extras com o SCRUFF Pro. Faça download gratuito do SCRUFF aqui.
[…] + Dallas Steele – From TV Reporter To Porn Actor – “I Make A Lot More Money Now” [Gay.blog.br] […]