O Dezembro Vermelho marca um período de conscientização sobre o HIV e a Aids, ampliando o debate para além da saúde pública. A proposta do movimento é estimular reflexões sobre memória, estigma, políticas sociais, ciência e as experiências humanas atravessadas pela epidemia.
Mesmo com os avanços significativos em prevenção, diagnóstico e tratamento, os impactos sociais e emocionais da Aids permanecem presentes. Histórias silenciadas, famílias afetadas e comunidades que enfrentaram o preconceito continuam a moldar a forma como o tema é percebido e discutido.
Nesse contexto, a literatura surge como uma ferramenta para recuperar narrativas apagadas e oferecer novas leituras sobre o passado e o presente da epidemia. Livros que tratam do HIV e da Aids ajudam a entender a história e os impactos sociais do tema, além de colaborar para o combate ao estigma.

Sangue Neon
Entre as obras indicadas está “Sangue neon”, de Marcelo Henrique Silva, vencedor do Prêmio Jabuti 2025. Ambientado no início da epidemia no Brasil, o livro acompanha personagens inspirados em fatos reais e retrata iniciativas de acolhimento, contrabando de medicamentos e a atuação de profissionais da saúde em um período de profundas transformações sociais.
Figuras da noite, salas de aeroporto, quartos de hospital, casas do subúrbio. A chegada da epidemia de AIDS no Brasil transformou tudo. Histórias e vidas que jamais se cruzariam enovelam-se em tramas cintilantes como um farol em meio às trevas.
Baseado em personagens e eventos reais, Sangue neon se passa entre os anos 70 e 90, período de profundas mudanças na sociedade, política e saúde do país. Tempo em que surgem urgentes novas vozes em favor da busca de dignidade, liberdade e o direito à vida. Figuras invisíveis que ajudaram a transformar a saúde pública brasileira. Pessoas como uma travesti nordestina que monta o primeiro centro de acolhimento a pacientes com HIV do país, um grupo de comissários de bordo que inicia um esquema de contrabando de medicamentos através dos aeroportos, e médicos com o sonho impossível de criar um novo sistema de saúde, o maior que o mundo já havia visto.

Do Tarja Preta à São Silvestre
Outro destaque é “Do Tarja Preta à São Silvestre”, de Marcelo do Rego. A obra reúne memórias pessoais do autor ao lidar com a morte da mãe, portadora do HIV, e aborda o silêncio, o medo e o impacto do estigma dentro do ambiente familiar.
Este não é um livro sobre corrida, e muito menos um manual padrão de autoajuda. É uma história sobre coragem, consciência, superação e recomeço. Marcelo do Rego narra a travessia de quem mergulhou na escuridão da depressão, enfrentou o luto, o trauma e a culpa, e reencontrou no autoconhecimento e na paternidade a força para se reconstruir. Com uma escrita visceral e acessível, ele compartilha memórias, quedas e aprendizados reais, revelando que o caminho da superação pessoal não é linear, mas sempre possível. De cada dor nasce um passo, e de cada passo nasce um novo propósito de vida. Do Tarja Preta à São Silvestre é mais do que uma história pessoal; é o início de um movimento que inspira quem deseja mudar a própria vida e motivar as pessoas que ama através do próprio exemplo. Um livro para quem busca: Sair do automático e reencontrar sentido. Vencer o medo e a ansiedade com consciência. Redescobrir o poder da paternidade e dos relacionamentos. Viver com mais propósito, equilíbrio e leveza. “Não tema que sua vida termine. Tema que ela nunca tenha começado.”

De Miasmas a Vacinas – Uma história das doenças infecciosas
A seleção inclui ainda “De Miasmas a Vacinas – Uma história das doenças infecciosas“, de Eduardo Toffoli Pandini. O livro apresenta um panorama histórico das grandes epidemias, desde a Antiguidade até o surgimento das teorias sobre transmissão, servindo como base para uma trilogia que abordará a Aids em volumes futuros.
Este livro é fruto de um extenso trabalho de pesquisa não apenas sobre a História das grandes epidemias, mas da nossa relação com as doenças infecciosas em geral. É o primeiro volume de uma trilogia que se propõe a narrar a trajetória da Humanidade sob a ótica da nossa relação com os micro-organismos. Nele conheceremos as primeiras epidemias na Antiguidade e os horrores da Peste Negra, das epidemias trazidas pelos europeus para as Américas, da sífilis e do tifo, mas também os primeiros vislumbres através do microscópio e os esforços iniciais para se compreender os mecanismos de transmissão dos patógenos ainda em um mundo pré-industrial. Uma obra repleta de conteúdo voltada para aqueles que se interessam pela Medicina, pela História e, principalmente, pelas muitas intersecções entre ambas.

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