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Engana-se quem imaginou que o início de carreira de Klaus Hee havia sido no grupo Dominó. O rapaz, que foi apelidado de Tom Cruise brasileiro, começou muito antes como modelo, tendo estampado diversos editoriais de moda, desfiles, comerciais de TV. Hee também foi assistente de palco da apresentadora Angélica no programa Passa ou Repassa.

Espontâneo, Hee falou com o GAY BLOG BR sobre qualquer assunto com bom humor. Inclusive, em primeira mão, sobre a treta com o apresentador Clodovil a qual nunca havia comentado antes; aliás, uma situação bastante engraçada que rendeu várias alfinetadas do apresentador/estilista que, claro, Klaus levou tudo numa boa.

Klaus Hee
Reprodução

Você começou a carreira como modelo, foi aí que surgiu o apelido “Tom Cruise brasileiro”?

O apelido surgiu nessa época do mundo da moda, os fotógrafos das campanhas de publicidade, catálogos de moda, eles falavam “nossa parece o Tom Cruise!”. Primeiramente era de perfil, né, mas depois as pessoas começaram a falar até de frente que era parecido. E todo mundo foi falando, todos os fotógrafos famosos da época. Eu estourei em 1994, na Taxi Models. Em 1995 eu entrei no Passa ou Repassa, apresentado pela Angélica, e continuei modelando, modelando… quando foi final de 1996, eu estava na Elite Models e todo mundo falando que eu parecia aquele do filme Jerry Maguire. Nossa, eu estava idêntico a ele no filme, até fiz um material P/B exatamente igual com o Carrasco na maquiagem, Mingui na produção e o fotógrafo foi um cara fera da época. Mas desde a época do Coquetel (filme do Tom Cruise de 1988), que eu assisti no shopping Iguatemi (risos), já foi a minha inspiração. E depois, com Missão Impossível também. Eu sou meio Tom Cruise, né, eu faço umas coisas meio impossíveis. Bom, aí eu estourei como modelo: fui para o Chile, Miami, fiz campanhas. Fiz desfiles da Iódice, fiz showroom da Zoomp… Putz, fiz fotos para tantas grifes, tantos catálogos de moda, fiz com a Ana Beatriz Barros, capa da Atrevida com a Alessandra Ambrósio, todos os castings que eu ia eu pegava. Fui para o Caribe gravar comercial da Kaiser, depois eu fiz comercial da Kaiser aqui, no litoral de Pernambuco. Desfiles para a Hugo Boss, Jeziel Moraes um dos pioneiros do São Paulo Fashion Week, eu estava no mundo fashion, né? Estava na Elite, estava com os melhores bookers, os empresários e empresárias das modelos que estouraram todas são todas da minha época, a gente andava de carro juntos, a gente ia aos castings no meu carro, eu levava as modelos… Karina Bacchi, namorei a Karina na época, a gente fez comerciais com cenas de beijo, fiz propaganda da Troppo, da Yopa como principal, fiz do presunto Perdigão… E aí, depois fotos de tudo que era banco: Banco do Brasil, Banco Real… Tanta coisa, não dá nem pra explicar assim (risos). Aí segui paralelo a televisão, mas nunca parei no mundo de modelo, nunca parei mesmo. O que me deu muita grana foi a publicidade. Televisão eu gravava uma vez por semana.

Reprodução

Você entrou no grupo Dominó em 2001 após a saída do Rodrigo Phavanello, qual era o seu envolvimento com música antes de fazer parte do grupo? Aliás, na internet tem informações que você entrou em meados dos anos 90…

Eu fiquei no Passa ou Repassa muitos e muitos anos, estava lá no SBT, fui capa da Íntima (publicação) em 1999. Primeiro eu saí na Íntima em maio, como o modelo do editorial interno, que na capa tinha o Renato Gaúcho. Quando foi agosto, eu fui capa da Íntima e aí, meu amigo, eu fui parar na banheira do Gugu e quem que estava lá? O grupo Dominó e o Axé Blond. O Phavanello estava empolgado porque estava com um empresário e queria levar a carreira solo, porque ele fez um baita sucesso realmente e quis seguir o caminho dele como o Afonso Nigro seguiu, como o Nill, como alguns integrantes do grupo. E ele seguiu o caminho dele e abriu a brecha; eu estava no Passa ou Repassa, que saiu do ar e exatamente na semana seguinte me chamaram para entrar no Dominó. Cara, eu nem precisei fazer teste, eu precisei fazer uma social, conhecer o Augusto Liberato (Gugu), conhecer o produtor do Domingo Legal. Eu saí direto do Passa ou Repassa; passei na frente de todo o mundo que estava fazendo teste para o grupo Dominó há muito tempo, que eram todos moleques mais novos, só que eu já era maduro e já estava pronto porque eu dançava muito no Passa ou Repassa. Então, eu estava pronto para dançar no Dominó, eu tinha altura do Phavanello, o biotipo do Phavanello, só o cabelo que eu acho que não era igual, mas era muito parecido, então encaixou, sabe, perfeitamente. Ele deu essa brecha e eu entrei. A formação do Dominó foi uma formação madura. O mais novo ia fazer 19 anos  e o mais velho tinha 28. E eu tinha acho que 23… 24 anos. Então era uma formação que arrancava suspiros na mulherada, de uma forma assim… eu não era mais menino, garotinho. Eram homens. A gente ficou junto até 2003. Saiu todo mundo e eu fiquei até 2004, quando prometeram me lançar em carreira solo. Aí fui gravar alguns programas de TV, segurei a onda do Dominó sozinho com os moleques mais novos e aí fiquei “vamos gravar a carreira solo ou não vamos?”. “Ah, vamos… vamos”, eles disseram. Acabou que brigamos e fui o último integrante a sair do grupo Dominó. Eu fui o último, depois de mim não existiu mais grupo Dominó, existiu foi projeto do grupo Dominó… boyband, outro estilo… street dance… nada a ver. Então foi 2004 e a última música que a gente cantou foi “…nos meus sonhos outro dia, eu vi você dizer, que o amor não é fantasia, é possível acontecer…”, que era uma versão do Bee Gees. Então, a última música do grupo Dominó foi essa, com a Promoart com o Júnior e o Carlinhos Muniz o empresário.

E Dominó não repetiu o sucesso que teve nos anos 80, repetiu?

Não é que ele não repetiu o sucesso, ele só não teve investimento, o empresário já estava há mais de 20 anos no grupo e ele já estava de saco cheio, saturado, e ele não sabia investir nas novas músicas, no novo repertório. Então a última música gravada foi essa que cantei e uma com o Arnaldo Saccomani também, “Não Diga Não”. Então, depois, foi falta de relação: as músicas e também o contrato dos meninos acabavam e eu fui o único que estendi, só que eu saí porque eu vi que não ia ter investimento também na minha carreira e aí eu saí.

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No auge do sucesso (fama, assédios dos fãs, shows no Brasil todo, etc) você deu uma deslumbrada?

Quanto ao Dominó, eu já vinha de um sucesso, né? Quem foi “Angélico” uma vez, quem trabalhou com a Angélica, quem viajou, quem fez capa de revista com a Alessandra Ambrósio, circulava com as modelos internacionais da agência Elite, fazia casting com elas… Se eu tivesse entrado na primeira geração do Dominó talvez eu tremesse, mas era a terceira geração, eu já estava maduro. Já estava na terceira geração do Passa ou Repassa, já tinha cumprido a minha missão no Passa ou Repassa. Aliás, hoje, se me chamarem para ir no Passa ou Repassa ou alguma coisa, eu só iria pra apresentar, né? Que é um sonho meu, que eu adoro gincana, eu adoro games desse tipo. 

Reprodução (Klaus com a Paola Oliveira)

Então, depois que eu passei pela Angélica, por tudo isso… Porque na Angélica, aí sim eu tremia lá, ali era complicado… E ali era o antigo SBT, as meninas e os fãs até hoje me seguem. Tem um rapaz que é assessor de imprensa, o Iris… acho que é esse o nome dele… enfim, ele me falou recentemente: “Lembra de mim? Eu era aquela bichinha pequenininha que ia na saída do Passa ou Repassa lá na Ataliba Leonel”. Eu falei “Caralho, era você?”. O povo pirava na época da Angélica, era mais do que no grupo Dominó, pelo menos na TV né. O grupo Dominó na TV não rasgavam as nossas roupas, só quando a gente ia até ao auditório. Mas no Passa ou Repassa as meninas rasgavam as nossas roupas, o auditório invadia. A gente saía do SBT e tinha que tinha que atravessar a rua, o pessoal estava todo na rua, loucos pela Angélica e loucos pelos Angélicos e Anjos Rebeldes. Na verdade, a gente era os Anjos Rebeldes. Então o grupo Dominó não subiu à cabeça não, não subiu mesmo. Eu já tinha tanta coisa feita, foi gostoso, foi prazeroso, foi legal… Era um prazer. Tenho muito respeito pelo Hebér (Albêncio, ex-integrante do Dominó), era o cabeludo. Pra mim ele era o ícone do grupo, que eu via sempre no Domingo Legal, no Gugu, no Sabadão… Pra mim ele era o meu ídolo e eu estava do lado dele. Da formação que eu entrei, os outros dois pra mim eram menos que eu achava tipo, eu não achava eles tão foda. Foda pra mim era o Heber e ele nem cantava, mas ele era o símbolo, o Don Juan da banda. E ele pegava todas, ele era o cara. E foi ele que me ensinou as coreografias, rapidinho eu peguei. Quando a gente ia fazer show, aí sim, parava o carro, eles quase derrubavam o carro. Isso aconteceu várias vezes. Tinha fã na van agarrando a gente, a gente não conseguia entrar no hotel. Mas eu me divertia porque eu já tinha passado pela Angélica, fazia show com ela, viajava com ela.

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E você era amigo da Angélica? 

Eu trabalhei com ela em 1995, 1996 até o final da saída dela para a Rede Globo. Ela até consultava a gente: “Vocês acham que devo ficar? Que devo ir?”. Ela era muito amiga, muito verdadeira, muito na boa e super acessível. Só quando estava gravando que ela ficava no camarim dela concentrada e só aparecia no palco para gravar. Mas nos shows, a gente fez baile aí no Scala (antiga casa noturna carioca), matinê, dançando, a gente fazia shows pelo Brasil de jatinho. Primeira vez que eu viajei de avião de jatinho foi com ela. E era um barato, era muito bom. E no TV Animal eu participei com ela também, só na Casa da Angélica que eu não fui. No TV Animal eu fui e ganhei e tenho essa foto com ela. E também meu primeiro musical antes do grupo Dominó – só pra você ver que eu não tremi no grupo Dominó – eu dancei “Sonhos” com a Angélica [Klaus canta um trecho da música no telefone], que é com o Latino, conhece essa música? E eu fui no Sabadão Sertanejo cantar no SBT essa música com ela, porque ela dançava com os meninos e não com as meninas. Aí eu perdi todo o medo depois disso aí, ali eu tremia… No primeiro show da Sony Music, aqui no Palladium, ali eu quase fiz nas calças. Então, depois, com o Dominó foi suave.

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Você posou nu três vezes, sendo dois para a extinta revista G Magazine. Foi muito difícil fazer um ensaio nu e de ‘barraca armada’?

Foram três vezes sim; foi em 1999 a Íntima; em 2004 a G Magazine, que me sondou por cinco anos. Amigo, por cinco anos eu recusava porque eu fazia campanhas do Banco do Brasil, empreendimentos imobiliários. Eu ainda muito jovem e fiz as campanhas de todas as cervejas. Hoje em dia você tem que ter acima de 24 anos para fazer [anúncio] de cerveja. Naquela época eu era o rei das campanhas de cerveja. As campanhas de cerveja eram sempre com o Klaus porque eu funcionava muito, não sei se era o meu perfil Tom Cruise (risos), não sei o que era, mas eu tinha algo mais, diferente dos outros modelos. Então, pra quê eu iria sair na G Magazine, né? Eu não tinha o porquê. Eu já tinha saído na Íntima, fui o primeiro nu frontal da Íntima e já tinha causado impacto. Detalhe, levei a minha equipe da Elite Models: maquiador, produtor… tudo meu, não fiz a revista Íntima com produção deles. E quando fui fazer a minha primeira G (Magazine) em 2004, acabei aceitando, né? Aí sim eu já tinha saído do grupo Dominó, acabou o contrato, foi exatamente em 2004 que eu saí. “Vou fazer a G Magazine e vamos botar pra mostrar” (risos). 

Klaus Hee - Capas G Magazine
<3

Eu fiquei 13 dias em um spa em Itu e eles foram lá fazer as fotos. Foi a mesma fotógrafa da Íntima, a mesma equipe que produziu, então eu me senti muito à vontade. Não foi o Paulo Branco da G Magazine com a equipe dele, porque eles faziam umas coisas muito eróticas. E eu fiz um ensaio lindo, puro, na natureza, em um spa e todo mundo estava no spa passeando, foi uma aventura. O pessoal estava no spa e eu fotografando pelado, eu nunca tive pudor de tirar a roupa, sempre tive coragem, acho mais fácil fazer foto sem roupa do que com roupa, porque, às vezes, a roupa não te vende bem, né, não veste bem. E aí foi um sucesso, foi um cachê razoavelmente pra bom. Não foi um puta cachê, mas foi um cachê “razoável pra bom”. Depois de dois anos o povo encheu o saco pra eu sair na G de novo. “Vamos sair, vamos sair…” E aí quando foi dezembro de 2006, quase em 2007, aí eu topei outro ensaio para G Magazine.

E as fotos de ‘barraca armada’?

Pois é meu amigo, aí foi aquele negócio mais picante, né? Foi a equipe deles, porém eu fiz um contrato de cinco vezes o cachê da última G Magazine. O meu primo que tem as revistas até hoje e que é o meu advogado (Tico Hee). Ele que me deu as revistas agora, estavam guardadas lá, estavam na casa do meu pai, estava no escritório, estava na minha casa estorvando, então eu resolvi… E foi ele que fechou o contrato da segunda edição para posar. Na época ele disse: “Primo, eu consegui um dinheiro assim… de valor inimaginável, você não vai acreditar o que eu consegui negociar com a G Magazine, vamos fechar?”. Eu falei “P***, quanto?… Tá!”. [Com o valor do segundo cachê] fui na Honda e peguei um New Civic novo. Essa que foi a real, você calcula por aí quanto custava um Civic… Foi o quanto eu peguei lá (da revista). Então, barraca armada, já tinha armado a barraca na primeira edição e tal… Mas eu estava no meio da natureza, naquele silêncio, eu ficava quieto. Qual que era a tática? Eu amarrava uma toalha na cintura e ficava apalpando o benguelo, né, o pinóquio… Aí o pinóquio crescia, tirava a toalha e beleza… Sem viagra, sem nada. Também fiquei duas semanas no spa, né, minha cor era outra, meu peso era outro, meu peso perfeito em 2004, 78 kg, um corpo magistral. E 2006 aí já foi aquela coisa, foi numa locação, foi numa mansão, lá em Sorocaba. E aí já deu aquele clima de tesão mesmo, tinha moto… Tinha Harley Davidson. E vou te falar, hoje eu abri o CD e achei todas as imagens, imagens inéditas… em cima da moto, imagens sensacionais que em dezembro eu planejo fazer algum acontecimento com essas fotos. E eu não descarto de fazer um novo ensaio… Mas se for será após o lançamento dessas fotos aí que, se eu fizer, vai ser um presente de Natal.

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E como foi esse ensaio?

E aí foi um tesão. Eu tomei meio viagrinha e fiquei na banheira, brincava com o patinho, fiquei excitadão mesmo, nas duas G. Mas na segunda eu estava mais na pegada mesmo, se tivesse uma mulher lá eu pegava firme. E foi isso meu amigo. Depois disso, em 2007, eu entrei para o teatro. Estava n’A Praça é Nossa e comecei a namorar sério, fiquei noivo e falei “ah, cara, vou participar de mais alguns programas” e aí fiz Gilberto Barros (Boa Noite Brasil). Parei de ir no SuperPop porque eu estava indo demais lá, parei de ir na Adriane Galisteu, parei de ir nos programas, no Mulheres parei e falei “Vou ficar sossegado”.

E após isso você se casou?

E aí eu casei e fiquei fora do mercado, de 2008 a 2018. Quando eu me divorciei, amigo, a chama se reacendeu, voltei para o teatro com a peça “Querido Amigo”, que ficou em cartaz no teatro Augusta, depois eu fiz o “Sabe quem não sou”, um personagem principal que vai virar filme. Estou até fazendo teste para o filme também, porque tem que fazer teste, né, filme é filme, teatro é teatro. E aí voltou tudo. Comecei no ano passado a fazer seriado, fui pra TV Globo esse ano fiz “Salve-se Quem Puder”, gravei cenas de Malhação, passei uma semana maravilhosa na Globo e gravei a minha música “Jogo de Amor”. E é isso, todo o meu histórico.

Você teve uma treta com o Clodovil no programa dele, não foi?

Clodovil foi assim… Eu fui no programa Mulheres – não foi lá que aconteceu, é só pra eu te explicar – e no Mulheres eu fui com o grupo Dominó. Era com a Cristina Rocha e o Clodovil e a gente se sentou no sofá, todos os integrantes do grupo. Eu fiquei lá na outra ponta e aí começou a conversar com todo mundo, mas eu era modelo… eu sei lá… era o mais bonito, né, eu era novidade, havia acabado de entrar no grupo, os meninos já estavam naquela onda do grupo, entendeu? E eu não, eu cheguei turbinado, eu era o Tom Cruise, era do Passa ou Repassa, da agência Elite… Poxa, e eu já tinha sido capa da Íntima e ele sabia quem eu era, né, e nesse dia ele pegou leve até, estava todo mundo lá, a apresentadora Cristina Rocha. E aí quando fui na RedeTV (quando o Clodovil estava na emissora) ele se engraçou comigo, ele gostou de mim. Eu fiquei no ar, dei um puta ibope, era pra eu ficar um bloco, eu fiquei três no ar. Depois eu voltei em um outro dia, com uma menina que era capa da Sexy e uma psicóloga super idônea e ele estava atiçado… Porque na segunda vez que ele me conheceu na RedeTV a gente meio que trocou telefone, entendeu, daí ele morava no Ibirapuera em frente ao parque. E eu moro aqui em Moema né, sempre morei nessa região e aí eu sempre tô no parque e falei: “Pô, Clodovil, vou passar lá então um dia”, porque eu sempre fui de boa assim, nunca levei nada na maldade. “Vou passar lá pra gente caminhar no parque”… Aumentar a amizade, porque eu sempre fui fã dele, porque ele era muito verdadeiro, como estilista… Eu sempre acompanhei tudo, eu sou uma pessoa que desde criança acompanho televisão forte, minha mãe, minha avó, todo mundo… Meu avô foi famoso em São Paulo, era dono da Salada Paulista, era o vô Frederico Hee, onde hoje é o McDonalds na Avenida Ipiranga. Até passei lá na Praça da República, porque fui entregar uma revista lá na cobertura do prédio do Supla e eu vi lá o McDonald’s e pensei “Poxa, era aqui o restaurante do meu avô”.

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Bom… aí eu fui chamar ele (Clodovil) pra caminhar e ele falou: “Entra aí”. E falei: “Como assim… entra aí?”. E então a caseira veio abrir a porta pra mim e eu entrei e ela disse: “Ele vai se arrumar e já vai”. E aí, de repente, surge ele de roupão… roupão! E eu de calça de moletom, né, porque eu ia caminhar no parque (risos). Cara eu nunca contei isso pra ninguém… [gargalhadas]. E ele com uma tacinha de champagne e eu falei: “Não, não… Vamos caminhar, né?”. E ele com a tacinha de champagne na mão e deu uma tacinha pra mim. Aí veio a empregada, toda arrumadinha, casa dele linda, impecável, aí eu dei uma bicadinha no champagne e fiquei lá todo simpático mas pensei: ‘Xiii… o negócio aqui já vi que não vai ter caminhada, né? E eu quero fazer esporte e vou pra lá’. E o seguinte, eu não fiz teste do sofá nunca na vida, entendeu? Nem pra entrar no grupo Dominó. Foi uma coisa natural, foi uma coisa que teve toda uma sequência que eu te falei. E eu nem precisava sair com ninguém, nem eu curto sair com homem, entendeu? Mas eu respeito, desde a época da moda. Meus melhores amigos, os mais carinhosos são os maquiadores do SBT, cara… eu abraçava, dava beijinho na bochecha, tira sarro e vê pelado… e assim essas brincadeiras beleza, entendeu? Mas nada de ‘ah, vamos nos encontrar e vamos botar pra quebrar’. Isso não rola, né? Então tá, aí fiquei lá…. fiquei lá e pensei ‘puta merda o que eu vou fazer?’. E aí perguntei pra ele se ele não ia caminhar e ele disse: “Calma… senta aqui”. Aí, da sala, ele já queria caminhar para outro lugar, né? Aí ele disse: “Daqui a pouco vai vir o Jean”. “Que Jean?”, eu perguntei. E ele disse: “O Jean, do Big Brother, ele vai fazer massagem em mim” (Jean Massumi, massoterapeuta que participou do BBB 3). Aí eu disse: “Ah… por isso você tá de roupão, né? Então a gente já devia ter caminhado, né?”. E ele: “Ah, não… Fica mais um pouco e tal…”. E aí, de repente, chegou o Jean, eu já estava saindo e ele chegou. Eu saí fora e deixei ele fazendo massagem com o Jean, porque ele ia fazer massagem mesmo e pensei: “Vou picar a mula aproveitando que ele chegou e não vou perder a amizade do cara (Clodovil)”. Tem que saber sair à francesa, mas aí acho que ele ficou puto. E foi isso. Aí ele me detonou no programa, mas tudo bem, eu não perco o carinho por ele.

[O trecho abaixo se refere à terceira participação de Klaus no programa do Clodovil para divulgar a revista G Magazine, após a situação relatada acima]

Aí ele cismou porque ele não viu nada, não conseguiu ver nada, não tirei a camisa e não fiz nada. Aí ele começou a falar que eu tinha…. que não era tamanho grande, que não sei o que lá… etc. E começou a querer me humilhar, só que eu estava lindo naquela entrevista do A Casa É Sua, cabelão… roupa, bota do Fernando Pires, roupa de marca… eu tinha patrocinador, eu tinha tudo. E tudo agora eu conquistei de novo. Tô reconquistando, aguardem que vocês vão ver o meu visual que eu vou chegar… E aí foi isso, ele ficou atiçando, atiçando… E eu não dei bola; depois que eu me liguei, na hora eu também não tinha me ligado muito, aí o pessoal falou: “Pô, ele judiou de você”, e eu falei “Ah… tudo bem, não tem erro não”.

Klaus Hee
reprodução

Então eu tenho a minha consciência limpa, adorava ele, era fã dele, sempre fui fã, nunca fui pra Ubatuba, que é aquele lugar que ele levava os convidados, nunca fui e nunca rolou nada, nem beijo no rosto pra você ter uma ideia. Que Deus o tenha.

E quais são seus projetos pós-pandemia?

Então, eu vou interpretar no teatro o Doca Street, eu peguei um personagem fodástico, que é aquela história de 1970 e poucos, não sei exatamente a data. Ele era caso… namorado de uma socialite, estavam indo pra Búzios e lá acabou assassinando a mulher. Então essa peça vai ter a segunda versão agora; o Marcelo Wollner que é o diretor e eu vou fazer esse personagem. Um grande desafio interpretar esse rapaz que está vivo até hoje, tem 84 anos. E se tudo correr bem com a pandemia, a gente estreia de 14 a 19 de novembro em Curitiba, vamos para o Rio, confirmadíssimo. Enfim, Curitiba, Rio e Santos.

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Para acompanhar Klaus Hee: @klaushee




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