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O espetáculo “CHECHÊNIA: um estudo de caso, criado por Ronaldo Serruya, retorna ao cartaz em dezembro no Teatro Manás Laboratório, em São Paulo. A obra combina ficção e elementos autobiográficos para discutir a homofobia institucional a partir de referências às prisões para homossexuais reveladas na República da Chechênia em 2017.

Peça que relaciona Brasil e Chechênia ao abordar homofobia retorna a SP
‘Chechênia’ retorna a SP e provoca reflexão sobre prisões para homossexuais (Foto: divulgação/Camila Picolo)

A nova temporada acontece de 5 a 21 de dezembro, com apresentações às sextas e sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h. O trabalho é apresentado como uma peça-palestra, formato que Serruya vem estudando e usando em suas criações. A ideia é convidar o público para algo que parece uma conversa, mas que segue um roteiro definido. “Na prática, tudo parece improviso, mas não é. Na verdade, cada detalhe foi cuidadosamente pensado”, explica o autor.

Confira a sinopse oficial:

Um ator-palestrante propõe um jogo imaginativo: como países distantes podem compartilhar a mesma fronteira simbólica? A partir de uma distopia inspirada em fatos reais, ele mistura ficção e autobiografia para denunciar a homofobia institucional e afirmar a alegria como ato revolucionário de resistência e reinvenção. No caso, a da violência engendrada pela homofobia institucional. Para isso, o ator-palestrante parte das notícias reais sobre a existência de prisões para homossexuais na República da Chechênia em pleno século XXI, para criar uma ficção distópica que é atravessada, a todo tempo, por sua própria história, revelando os meandros violentos por onde essa homofobia institucional se insinua na vida de pessoas dissidentes de gênero. Mas, em algum momento, a ficção precisa ser recusada para que a própria história do ator-palestrante seja reinventada e, assim, o ciclo da violência se torne obsoleto e não mais se perpetue. Afirmar a alegria e a viabilidade da vida é o caminho mais revolucionário para se falar, hoje, sobre a dissidência.

Peça que relaciona Brasil e Chechênia ao abordar homofobia retorna a SP
‘Chechênia’ retorna a SP e provoca reflexão sobre prisões para homossexuais (Foto: divulgação/Camila Picolo)

Violência institucional e memórias pessoais

Segundo informações via assessoria de imprensa, a dramaturgia parte da pergunta “Quantas Chechênias existem no Brasil?” e usa lembranças da infância do artista para imaginar como seria a rotina de alguém preso em um lugar voltado à “cura gay”. A história inventa um cenário distópico baseado em fatos reais para mostrar como certos tipos de violência se repetem em vários lugares.

Em um primeiro momento, pode parecer estranho comparar Brasil e Chechênia, já que lá, o próprio governo legitima e estimula a violência contra a população LGBTQIAPN+, algo que não acontece aqui. No entanto, o Brasil é um dos países que mais mata LGBTS no mundo e temos que falar sobre isso”, comenta Serruya.

Peça que relaciona Brasil e Chechênia ao abordar homofobia retorna a SP
‘Chechênia’ retorna a SP e provoca reflexão sobre prisões para homossexuais (Foto: divulgação/Camila Picolo)

Na apresentação, o personagem e o ator-palestrante se misturam, criando um jogo que mostra a linha tênue entre o real e o imaginado. As imagens feitas ao vivo por Sol Faganello, que codirige o trabalho, reforçam essa mistura e seguem o ritmo da narrativa.

À medida que a apresentação avança, o protagonista enfrenta os efeitos da homofobia institucional tanto fora do país quanto no Brasil. A peça mostra como ações e práticas repressivas, mesmo sem respaldo oficial do Estado, continuam a interferir na vida de pessoas LGBTQIA+. “O que eu realmente espero é mostrar para a plateia que não podemos mais construir histórias que se apaziguem com a mera explicitação da tirania e da opressão. Precisamos inventar algo que extrapole isso”, afirma.

‘Chechênia’ retorna a SP e provoca reflexão sobre prisões para homossexuais (Foto: divulgação/Camila Picolo)

Ficha técnica

Concepção, direção, dramaturgia e atuação: Ronaldo Serruya
Co-direção e criação audiovisual: Sol Faganello
Desenho de luz: Paloma Dantas
Direção de arte: Clau Carmo
Designer Gráfico: Rafael Fortes
Trilha sonora original: Camila Couto
Produção: Corpo Rastreado – Gabs Ambròzia e Andrea Marques
Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes
Redes sociais: Jorge Ferreira
@checheniateatro

Serviço

CHECHÊNIA: um estudo de caso
Temporada: 05 a 21 de dezembro de 2025
Sextas e sábados, às 21h | Domingos, às 19h
Local: Teatro Manás Laboratório – Rua Treze de Maio, n.º 222, Bixiga, São Paulo/SP
Ingressos: R$ 60 (inteira) | R$ 30 (meia)
Venda: Sympla 
Classificação: 16 anos | Duração: 70 minutos

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