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São Paulo recebe a primeira edição da Rave de Autógrafo, que ocorre no próximo dia 19 de agosto. O evento recebe atrações como Paulete Lindacelva, Balera, NAIR, Transvegana, Tuxe, Miss Tacacá, DRH e Kair, e marca o lançamento do livro “Aqui, Agora, Todo Mundo”, de Alexandre Mortagua.

Aqui, Agora, Todo Mundo: como estou me matando e outros venenos que podem me curar”, da editora Philos, é um livro de autoficção que traz narrativas atuais sobre o contexto de um jovem LGBTIQAP+ . Escrevi o ‘Aqui, Agora, Todo Mundo’ num momento da pandemia que ainda não tínhamos vacinas, mais de 3 mil mortos por dia. Era uma vibração de morte. O livro veio desse não-lugar, desse limbo que a pandemia me fez experimentar. O livro foi meu exercício para manter a sanidade durante a pandemia”, revela o autor.

Alexandre Mortagua (Foto: Vitor Bossa)

A obra, também discorre sobre a experiência de Mortagua com a pandemia, propondo um olhar para temáticas ligadas à saúde mental. “Não a saúde mental como um objetivo, um totem, porque não acho que é assim que funciona. Mas como uma experiência, um processo. O livro é sobre a minha experiência, sendo um homem gay cisgênero, carioca morando no centro da maior cidade da América do Sul. É o meu espelho para o tempo que a gente viveu (lembrando que a pandemia ainda não acabou)”, explica ele.

De acordo com Mortagua, a escrita de seu livro iniciou ao mesmo tempo que ele começou a fazer análise. “Eu já tinha feito muitos anos de TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental) durante a infância e pré-adolescência, sempre incentivado pela minha mãe, que, da forma dela, sempre me ensinou a buscar a escuta. Aí eu fui me escutar”, conta o autor.

Tratar o livro como autoficção é entender que a minha versão dos eventos é única e exclusivamente minha. A realidade individual é uma ficção que a gente cria a partir das informações que a gente tem. Entender o livro como autoficção, que foi um processo mais recente, aconteceu nos últimos cinco meses, é entender que é a minha versão da história. Essa versão importa e eu tenho o direito de contar ela, porque é a minha versão, mas é a minha versão”, pontua ele.

Para o lançamento da obra, o autor diz: “Estamos preparando uma noite que conte a história do livro”. Mortagua também adianta que começou a escrever o próximo livro assim que terminou o “Aqui, Agora, Todo Mundo”, em junho do ano passado: “O título é ‘Anuário’. Por enquanto é isso. Em algum momento do segundo semestre do ano que vem [será lançado]”.

Capa do livro (Foto: Divulgação)

Longa-metragem sobre o manto Tupinambá

Além do livro, Mortagua tem em seu portfólio o documentário “Todos nós cinco milhões”, sobre o abandono paterno no Brasil e prepara documentário de longa-metragem em co-direção com Glicéria Tupinambá sobre o manto Tupinambá. “Eu conheci a Glicéria por intermédio da minha amiga Fernanda Liberti […]. Eu e Fernanda fomos visitar ela e a família na terra tupinambá da Serra do Padeiro e nós nos demos muito bem. […] Durante nossa estadia na aldeia, eu e Glicéria começamos a registrar em vídeo o processo de feitura dos mantos Tupinambás que ela estava confeccionando na época“, conta.

Registramos o processo de confecção das tramas da capa, todo o processo manual. Foi muito lindo e especial participar de um momento tão importante para a Glicéria e a família dela. O filme é uma co-direção nossa e o título é ‘Quando o Manto Fala e o Que o Manto Diz’. O manto é o maior símbolo da cultura tupinambá, tem um peso histórico muito grande eles terem condições de despertar os saberes das terras que ocupam“, adianta Mortagua.

Alexandre Mortagua (Foto: Vitor Bossa)



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Jornalista gaúcho formado na Universidade Franciscana (UFN) e Especialista em Estudos de Gênero pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)