Desde pequeno, o ator Tiago Pessoa já dizia que seu sonho era se tornar pai. No entanto, a partir do momento que se entendeu gay, ele passou a achar que dificilmente conseguiria realizar o seu maior desejo. Anos depois, ele conheceu o também ator Paulo Tardivo e os dois começaram a conversar sobre paternidade. Casados, juntos eles concretizaram o sonho em 2018 ao adotar Sara, 9, e Davi, 4, que viviam no interior do Ceará.
O número de famílias homoafetivas, como a de Paulo e Tiago, aumentou no Brasil. Em 2021, o total de adoções feitas por casais formados por dois homens foi 93% maior do que o de 2019, segundo dados obtidos pelo Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento por meio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Apesar do número expressivo, casais homossexuais com crianças ainda representam uma minoria no país. Em 2021, foram 3.800 adoções, sendo 91 por casais com duas mulheres e 131 por casais de dois homens — 82 nos estados de São Paulo e da região Sul. O número de famílias formadas por dois pais cresceram mais que as constituídas por duas mães: o aumento foi de 36% em comparação a 2019.

De acordo com a Folha de S. Paulo, o processo de adoção dos filhos de Paulo e Tiago ocorreu em São Paulo, de forma tranquila. “Mas, claro, estamos falando de uma bolha“, afirmou Tiago, em entrevista ao jornal. Além disso, ele ressalta que o preconceito que sofrem se concentra nas redes sociais.
Desse modo, o casal se preocupa em preparar as crianças para essas situações. “Somos pais gays, com crianças nordestinas, filha e filho negros. Dizemos ao mais novo que o cabelo dele é lindo, que a pele dele é linda. Para a Sara, falamos que ela não precisa ficar esperando pelo príncipe encantado e pode vestir o que quiser“, conta.
Para Betho Fers, que trabalha como doula de adoção e fala sobre paternidade nas redes sociais, a falta de informação e a preconceitos da sociedade, por exemplo contribui para que homossexuais ainda sejam a minoria entre aqueles que adotam crianças no país.
Ele e o marido Erick Silva, adotaram a filha deles em 2018. “Nós não conhecíamos nenhum casal homoafetivo com filhos. Por muito tempo, fomos o único casal gay do prédio com filhos“, relata Fers. “As pessoas não conseguem me entender como pai, precisam me encaixar no modelo heteronormativo. E a minha família não é ‘como se fosse’. A minha família é de verdade“, acrescenta.

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