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Aos 24 anos, o jornalista Lucas Luz (PSB) concorre a uma vaga como deputado distrital no Distrito Federal. Abertamente gay, ele é morador de Ceilândia (DF) e conversou com Gay Blog BR sobre suas propostas no especial “Eleições 2022“.

Lucas Luz, candidato a deputado distrital do PSB no DF (Foto: Reprodução/ Instagram)

“Ser candidato a deputado distrital é uma forma de levar ‘luz’ para a população do Distrito Federal. É esclarecer todas as dúvidas, é usar a comunicação como um meio poderoso e transformador. É cumprir uma missão de vida, servir!”, afirma Lucas sobre sua candidatura.

Para ele, o maior desafio de ser uma candidato abertamente gay é o preconceito velado. “[…] Aquele que machuca e diz que foi sem intenção; aquele que pergunta com o intuito de diminuir ou aquelas situações que te colocam justamente para querer ferir”, comenta o jovem.

Entre suas propostas, ele destaca o  “Programa LGBTQIA+ em Ação”. “Queremos inserir a comunidade LGBTQIA+ no mercado de trabalho, garantindo principalmente o acesso para pessoas trans. Neste projeto oferecemos grandes ações de treinamento para que se sintam acolhidos e seguros para os futuros processos seletivos” explica o candidato.

- BKDR -
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Lucas Luz (Foto: Reprodução/ Instagram)

Confira a entrevista de Lucas Luz na íntegra

GAY BLOG BR: Qual a sua formação e trajetória profissional? 

Lucas Luz: Sou jornalista e me orgulho muito de exercer essa profissão que tanto me encanta. Atuo na Comunicação Social desde o primeiro semestre da graduação, passei por algumas agências de comunicação também por alguns órgãos públicos como, por exemplo, a Rádio Justiça do STF que me proporcionou um período ao qual fortaleceu a decisão jornalística em minha vida

GB: O que motivou a se candidatar? 

Lucas: Acredito que é preciso ouvir a voz de quem sente, de quem sabe o que precisa melhorar em sua rua, em sua cidade, e ouvir com atenção.  O meu desejo em ajudar é o ponto primordial. Foi o que me levou a tomar essa decisão de ser candidato.

Um dos momentos mais importantes e que me fez iniciar a pré-candidatura foi quando uma mulher, que participava de uma ação social realizada por um dos meus trabalhos voluntários, me disse: “Tudo o que eu queria era ver minha rua asfaltada, meus filhos em uma escola pública de qualidade e uma saúde pública ao qual eu pudesse contar com rapidez”. Essa  fala me trouxe uma grande reflexão e a certeza de que era possível ajudar a mudar esse quadro.  

Ser candidato a deputado distrital é uma forma de levar “luz” para a população do Distrito Federal. É esclarecer todas as dúvidas, é usar a comunicação como um meio poderoso e transformador. É cumprir uma missão de vida, servir!  

GB: Quais os desafios enfrentados ao ser um candidato abertamente LGBTQ+? 

Lucas: O maior desafio é o preconceito velado, aquele que machuca e diz que foi sem intenção, aquele que pergunta com o intuito de diminuir ou aquelas situações que te colocam justamente para querer ferir. 

Em um momento tão delicado como o que vivemos, o ódio está muito mais percebível, o preconceito tem se escancarado de uma forma muito violenta. Por isso a importância de se fortalecer através das pessoas que de fato acreditam no mesmo propósito que o seu. 

Tenho orgulho em deixar claro para os meus eleitores que o seu deputado distrital é gay com muito orgulho, isso é algo que me engrandece

GB: Quais são as suas principais propostas? Há pautas exclusivamente para LGBTQ+?

Lucas: São algumas propostas. Programa LGBTQIA+ em ação: Queremos inserir a comunidade LGBTQIA+ no mercado de trabalho, garantindo principalmente o acesso para pessoas Trans. Neste projeto, oferecemos grandes ações de treinamento para que se sintam acolhidos e seguros para os futuros processos seletivos.

Garantir um espaço em cada Região Administrativa oferecendo o trabalho da DECRIN – DELEGACIA ESPECIAL DE REPRESSÃO AOS CRIMES POR DISCRIMINAÇÃO RACIAL, RELIGIOSA, POR ORIENTAÇÃO SEXUAL, CONTRA A PESSOA IDOSA OU PORTADORA DE DEFICIÊNCIA.

Construir a maior casa de apoio para a comunidade LGBTQIA+ no DF, construída em Ceilândia. O objetivo é o acolhimento de todas as pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social, insegurança alimentar, desabrigadas e sem oportunidades. Nesta casa, os acolhidos poderiam ficar por um tempo determinado até que sejam direcionados ao mercado de trabalho, acompanhamento psicológico e a inserção em cursos profissionalizantes.

GB: Quais medidas você acredita serem necessárias para combater a LGBTfobia?

Lucas: Sem dúvidas é necessário fazer valer a lei. O poder Judiciário através do STF nos garante a equiparação do crime de Homofobia aos crimes de racismo mas infelizmente ainda falta muito conhecimento sobre a criminalidade da homofobia. Informar a população de uma forma objetiva pode ajudar na luta da nossa comunidade.

Outro ponto, é fortalecer candidaturas LGBT em todo o território nacional e além disso é importante que a comunidade entenda, apoie e incentive a participação dos seus na inserção política. Precisamos eleger mais dos nossos e precisamos ocupar aquilo que é nosso por direito, isso fará toda a diferença no combate a LGBTfobia

GB: O que você pensa sobre o uso e políticas da PrEP?

Lucas: A PrEP é uma tecnologia de prevenção ao HIV que deve ser usada antes de uma possível exposição de risco. Vale ressaltar que o SUS oferece e indica o uso para pessoas que possam ter uma exposição maior ao HIV, como gays, profissionais do sexo, pessoas transsexuais e casais quando um dos parceiros vive com HIV e outro não.

O que é importante se atentar é que a PrEP não irá previnir as demais ISTs, então é de extrema importância que Todes não se esqueçam da prevenção combinada, a camisinha é uma rotina de testagem se tornam essenciais mesmo com o uso diário da PrEP. Fortalecer a distribuição e conscientização através do SUS deve ser um objetivo de todos, principalmente de candidatos LGBT

GB: Como você avalia o governo de Bolsonaro?

Lucas: Um governo que recusa vacina, não respondendo mais de 90 e-mails que tinham como objetivo salvar vidas e tornar o país vitrine de vacinação para o mundo, só pode ser chamado de genocida, pois, é cúmplice e responsável pela morte de vários brasileiros devido à COVID-19. Sou Fora Bolsonaro e tenho orgulho de não defender um governo tão destruidor, negacionista, fascista e mentiroso como esse que infelizmente temos

Confira a lista de candidaturas LGBTQIA+ de 2022 neste link.

Lista de candidatos LGBTQ+ nas eleições 2022 | Deputados, Senadores, Governadores




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Jornalista gaúcho formado na Universidade Franciscana (UFN) e Especialista em Estudos de Gênero pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)