Há dois meses, surgiu em Curitiba “O Hamburgay“, delivery encabeçado pelo casal curitibano Helton Araújo (43) e Bruno Brandt (28). Como eles mesmo dizem, a ideia é trazer mais cor e muito glitter nesse período medonho que a humanidade está vivendo.
Além dos hambúrgueres, que têm ingredientes como glitter comestível e maionese pink, há donuts no cardápio. Para ampliar a experiência de saborear a “culinária LGBT+”, os clientes ainda podem desfrutar da playlist no Spotify intitulada de “Babadeira do Hamburgay”, que traz “farofas” que vão de Pepita a Queen.
Com o que trabalhavam até montar o “O Hamburgay“?
Helton é advogado imobiliário e Bruno designer de interiores, ambos empresários proprietários do Restaurante Barão Box Comida de Fazenda há 6 anos, até idealizarem e lançar O Hamburgay.
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Como surgiu a ideia do negócio? Teve alguma inspiração?
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Em meio à pandemia. Como já éramos usuários de aplicativos de comida, percebemos a inexistência de qualquer produto ou serviço que identificasse nossa Comunidade LGBT+ e ainda, algo que trouxesse uma experiência de alegria e descontração aos consumidores. Assim surgiu O Hamburgay, com a criação de produtos que, além de sabor, tivessem uma identidade LGBT, com brilho, cores além da apresentação e embalagem dentro desse contexto.
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O delivery já se tornou a fonte de renda principal? Quantas pessoas vocês atendem em média (por dia ou mês)?
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Hoje o Delivery é o único canal de vendas do Hamburgay. E como está no início de suas atividades, com menos de dois meses, o número de clientes vem aumentando a cada semana, não tendo ainda uma estimativa exata de média de atendimentos. Porém, cada pedido atende em média duas a três pessoas, geralmente casais (LGBTs e héteros) ou casais com filhos.
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Já passou por alguma situação inusitada?
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Já passamos, em pouco tempo, por várias situações inusitadas. Tivemos uma cliente, que comprou pelo aplicativo, ela estando em Minas Gerais, para entregar a um amigo daqui de Curitiba como presente de aniversário. Tivemos outra cliente, usuária do Tiktok, que comprou nossos produtos e compartilhou sua experiência e, para surpresa de todos, o vídeo viralizou em pouco tempo chegou a cerca de duzentos mil visualizações. Outra situação foi a de que, como nossa entrega é limitada até 7 km, uma cliente nos ligou dizendo que residia em um bairro distante, mas queria muito comprar nossos produtos para sua filha, pois era aniversário dela e queria de presente de aniversário nossos hambúrgueres com glitter. No outro dia fez as encomendas, fechamos nossa hamburgueria e levamos pessoalmente para vermos a reação. Chegando lá a primeira que veio nos receber foi a avó, encantada com nossa ideia; logo vieram as crianças gritando de alegria junto da mãe que havia feito o pedido. Foi uma satisfação e alegria muito grande para nós em ver que, além de um negócio, temos essa responsabilidade social, em transmitir que a comunidade LGBT é exatamente isso, transmite amor, alegria a felicidade a todas as pessoas indistintamente.
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Projetos para criar um estabelecimento físico para servir clientes ou atender outras cidades?
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Nosso projeto é de inaugurarmos nosso primeiro espaço físico no segundo semestre deste ano, inclusive para podermos aumentar nosso cardápio com opções de milkshakes e chopp. Temos recebido muitos pedidos para abertura de franquias em outros estados do Brasil, então já estamos projetando a expansão de nossa rede já para o próximo ano.
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E a maionese?
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A ideia da nossa Pink Mayo surgiu justamente para derrubar a ideia de que meninos usam azul e meninas usam rosa. Aqui todes comem maionese rosa. Spoiler: vem aí nossa Lilac Mayo! Ah! E os sabores serão diferentes.
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Além do hambúrguer, já há donuts no cardápio. Planos de expandir para outras comidas?
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Pesquisando, vimos que a maioria das hamburguerias oferecem cookies ou pudim de leite e, como somos uma hamburgayria, nada mais gay que o Donuts do Homer Simpson: rosa com granulados coloridos. Pretendemos lançar um novo Donuts Rainbow, além de outra opção de doce. Não fugiremos da essência da nossa hamburgayria que são nossos hambúrgueres.
Como vocês analisam as políticas de enfrentamento à crise/pandemia sob o governo de Bolsonaro?
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Vemos de forma catastrófica a atual política de enfrentamento frente à pandemia e as crises consequentes da mesma. Primeiro que existe essa propaganda desastrosa por parte do presidente e sua equipe contra todas as formas de cuidado e de se evitar a propagação do vírus. Segundo, não houve no ano passado a compra em tempo hábil de vacinas em número suficiente para a imunização em massa, sendo que o Brasil tem o melhor sistema logístico de vacinação do mundo como as campanhas de vacinação que temos todos os anos. Os gestores para piorar a situação fazem campanha de remédios para tratamento preventivo totalmente ineficazes, comprovado pela OMS. E por fim não houve um planejamento nacional eficaz para o combate à Pandemia até hoje, deixando governadores e prefeitos à própria sorte.
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Existe algum plano de ação em relação à Comunidade LGBTQIA+?
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Sim, teremos dentro de nossa política e responsabilidade social da empresa a geração de empregos para LGBTs, além de ações que estamos envolvidos que atenderão entidades beneficentes LGBTs, como o Festival do Orgulho que estamos promovendo juntamente a outras três empresas durante o mês de junho, no qual parte da arrecadação será dividida entre entidades de Curitiba que atendem a comunidade da cidade e região.
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