A Justiça da Pensilvânia divulgou nesta terça, 09, o vídeo registrado pela câmera corporal usada na abordagem que levou à prisão de Luigi Mangione em 9 de dezembro de 2024.
As imagens, apresentadas durante audiência de supressão de provas, mostram o momento em que agentes se aproximam do suspeito dentro de um McDonald’s na cidade de Altoona, após dias de buscas realizadas no estado.
No vídeo exibido em tribunal, Mangione aparece sentado, usando máscara facial enquanto come, quando os policiais se identificam e iniciam a abordagem. Segundo a Associated Press, a gravação revela que a interação com os agentes prosseguiu por vários minutos antes da leitura dos direitos previstos no protocolo Miranda, exigido pela legislação norte-americana. A defesa afirma que esse intervalo de vinte a trinta minutos comprometeria a legalidade de eventuais declarações prestadas no local.
Documentos judiciais apresentados na audiência indicam ainda que a revista na mochila ocorreu antes da formalização desses direitos. De acordo com a promotoria, foram encontrados no interior do objeto munição, carregadores e um caderno com anotações mencionadas no processo. Os advogados de Luigi sustentam que a busca foi realizada sem mandado e pedem que os itens sejam excluídos.
O Ministério Público argumenta que os agentes atuaram diante de uma situação de risco iminente, o que justificaria a revista imediata no espaço e nos pertences. A defesa, por sua vez, afirma que houve violação do devido processo. O tribunal deve decidir nas próximas semanas se as provas permanecem anexadas ao caso, etapa decisiva para a continuidade do julgamento.
Mangione permanece detido. As acusações incluem homicídio em segundo grau no estado da Pensilvânia, além de possíveis desdobramentos federais. A data do julgamento ainda não foi definida.
Relembre o caso
O caso teve início em 30 de novembro de 2024, quando o executivo Geoffrey F. Young, identificado pela imprensa norte-americana como CEO da UnitedHealthcare, foi encontrado morto em sua casa no estado de Minnesota.
Segundo documentos apresentados pelas autoridades, o corpo apresentava marcas de violência, e a investigação passou a apontar Luigi Mangione como principal suspeito após análise de movimentação, registros eletrônicos e objetos encontrados na residência.
De acordo com a Associated Press, a polícia afirma que Mangione deixou Minnesota logo após o crime e dirigiu até estados vizinhos, chegando à Pensilvânia dias depois. A promotoria sustenta que a possível motivação do crime estaria relacionada a desentendimentos pessoais e a anotações encontradas em um caderno apreendido na mochila do suspeito.
Segundo relatado em audiência, o material contém referências à vítima, além de frases que, segundo a acusação, indicariam ressentimento e possível planejamento. Os advogados de Mangione argumentam que as anotações não têm valor probatório e afirmam que o conteúdo é interpretado fora de contexto.
A investigação também cita a presença de munição e carregadores encontrados com o suspeito. A defesa alega que a busca foi realizada sem mandado e pede que os itens sejam desconsiderados, ponto que atualmente está sob análise da Justiça da Pensilvânia.
A rota percorrida por Mangione entre Minnesota e Pensilvânia ganhou atenção da mídia, assim como as circunstâncias da captura. Como já informado pelo GAY BLOG BR em março de 2025, o caso mobilizou grande interesse nas redes sociais, alimentado pela circulação de supostos vídeos íntimos e pela repercussão internacional do crime. Em outubro de 2025, o nome de Mangione chegou a ser cogitado em produções audiovisuais, segundo rumores do setor.
Mangione responde a acusações que incluem homicídio em segundo grau. A definição sobre as provas apresentadas na audiência de dezembro de 2025 deve influenciar diretamente o andamento do julgamento, ainda sem data marcada.
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