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O Distrito Federal tem o professor Gui Sousa (REDE) na disputa por uma vaga como deputado distrital. O candidato tem 34 anos, é gay, evangélico e mora em Brasília (DF). Além de dar aulas de Administração no Instituto Federal de Brasília (IFB), ele é pesquisador de startups sustentáveis.

“Eu sempre quis fazer mais e ter mais alcance no impacto da minha atuação profissional, e percebi que na política poderia alcançar mais pessoas e somar esforços com aqueles que têm feito a defesa e a luta pela educação e pela redução das desigualdades”, afirma o candidato.

Prof. Gui Sousa, candidato aa deputado distrital pelo REDE do DF (Foto: Reprodução/ Facebook)

Para o professor, boa parte da população ainda tem preconceito com candidaturas LGBT+. “Os candidatos LGBTs têm se mostrado excelentes parlamentares, lutando por diversas pautas além das pautas da nossa comunidade“, destaca Gui.

Entre suas propostas, além de pautar a saúde e moradia dentro da comunidade LGBT+, o candidato também direciona sua atenção para a educação, juventude e combate ao fundamentalismo religioso.

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Evangélico, ele aborda a diversidade sexual dentro da fé evangélica há muitos anos. “O fundamentalismo religioso tem minado as instituições democráticas e mantido opressões de todo tipo, e isso não tem nada a ver com o evangelho de amor que eu aprendi”, afirma Gui, que é um dos entrevistados no especial “Eleições 2022” do Gay Blog BR.

Prof. Gui Sousa (Foto: Divulgação)

Confira na íntegra a entrevista com Gui Sousa

GAY BLOG BR: Qual a sua formação e trajetória profissional?

Gui Sousa: Estudei a vida inteira em escola pública, fui bolsista integral do PROUNI na UCB e hoje sou professor de Administração no IFB. Sempre fui apaixonado pela educação pública e pelas políticas públicas que combatem a desigualdade, e isso me fez buscar trabalhar na educação e dedicar minha carreira a isso. Hoje estou finalizando o mestrado e pesquisando Startups Ambientais.

GB: O que motivou a se candidatar?

Gui: Eu sempre quis fazer mais e ter mais alcance no impacto da minha atuação profissional, e percebi que na política poderia alcançar mais pessoas e somar esforços com aqueles que têm feito a defesa e a luta pela educação e pela redução das desigualdades. A minha caminhada na política tem me ensinado muito e estou cada vez mais certo de que tomei a decisão correta.

GB: Quais os desafios enfrentados ao ser um candidato abertamente LGBT+?

Gui: Boa parte da população ainda tem preconceito e acredita que um candidato LGBT só atua em defesa da comunidade, o que é um grande erro. Os candidatos LGBTs têm se mostrado excelentes parlamentares, lutando por diversas pautas além das pautas da nossa comunidade. Além disso, os partidos dão pouco espaço e menos recursos ainda para as candidaturas LGBTs, e às vezes o fazem somente para poderem se afirmar à favor da diversidade.

GB: Quais são as suas principais propostas? Há pautas exclusivamente para LGBT+?

Gui: Minhas principais propostas estão nas pautas de Educação, Juventude, LGBTQIA+ e combate ao fundamentalismo religioso. As propostas específicas para os LGBTs são:

Saúde LGBTQIA+: acompanhamento dos equipamentos de saúde existentes no SUS, defesa de estrutura adequada, vigilância contra os desmontes, além de ampliação das políticas, tanto em número para atender a demanda, quanto em abrangência dos tipos de necessidades atendidas. Moradia: Inclusão de pessoas LGBTQIA+ nos programas de moradia do DF, e prioridade para os que sofrem violência doméstica, além da ampliação das vagas de repúblicas LGBTs, que existem para atender estas mesmas pessoas.

GB: Quais medidas você acredita serem necessárias para combater a LGBTfobia?

Gui: Eu sou um educador, e eu sempre vou achar que o combate ao preconceito começa pela educação. Medidas punitivas são necessárias, sem dúvidas, mas é preciso educar para a diversidade! E para isso precisamos ter diálogos propositivos com as resistências da educação para a diversidade. Muito diálogo, muita persistência e muita luta para que a LGBTfobia fique no passado do nosso país.

GB: O que você pensa sobre o uso e políticas da PrEP?

Gui: Eu acredito que a política de PrEP precisa ser universalizada. Todas as pessoas que optam por se prevenir precisam ter acesso rápido e sem burocracia, o que não é realidade. Os lugares que fazem atendimento de PrEP em Brasília não atendem a demanda e as filas chegam a seis meses de espera. Se uma pessoa em situação de risco demora seis meses para conseguir a Profilaxia, infelizmente ela tem grandes chances de contrair o HIV.

GB: Como você avalia o governo de Bolsonaro?

Gui: Os últimos quatro anos foram de ataques de todos os tipos à comunidade LGBT. Desde os ataques de narrativa que reforçam o estigma e a LGBTfobia, até os ataques institucionais que desmontam as políticas públicas necessárias para a nossa comunidade. Esse desgoverno não pode continuar!

GB: Como tem sido falar sobre direito LGBT+ sendo um candidato evangélico?

Gui: Esse debate sobre diversidade sexual dentro da fé evangélica eu faço há muitos anos. Tem sido muito bom falar sobre isso na campanha porque as pessoas têm entendido que é preciso combater o fundamentalismo religioso. Existem muitos evangélicos progressistas que discordam dos pastores televisivos e seus discursos de ódio contra os LGBTs. Não tem como ter algum tipo de preconceito com base nos ensinamentos de Jesus, então mantenho as duas bandeiras com muito orgulho. O fundamentalismo religioso tem minado as instituições democráticas e mantido opressões de todo tipo, e isso não tem nada a ver com o evangelho de amor que eu aprendi.

Confira a lista de candidaturas LGBTQIA+ de 2022 neste link.

Lista de candidatos LGBTQ+ nas eleições 2022 | Deputados, Senadores, Governadores




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Jornalista gaúcho formado na Universidade Franciscana (UFN) e Especialista em Estudos de Gênero pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)