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A Alemanha se torna neste domingo o décimo quinto país europeu a permitir o casamento gay, lei aprovada por Angela Merkel após anos de oposição. As prefeituras de Berlim, Hamburgo e Frankfurt permanecerão abertas neste final de semana para celebrar as primeiras uniões igualitárias.

Casamento gay aprovado na Alemanha. Foto: Tobias Schwarz

“É um dia que deve ser celebrado à altura de sua importância”, afirmou Knut Mildner-Spindler, vice-prefeito de Friedrichshain-Kreuzberg, bairro da moda da capital alemã.

As primeiras bodas serão realizadas em clima pacífico, apesar da oposição da direita nacionalista da AdF. O partido é atualmente codirigido por uma lésbica militante, Alice Weidel, mãe de dois filhos adotados.

Alemanha se soma à Europa

“Finalmente, nosso país se soma ao resto da Europa!”, comemora Joerg Steinert, da Associação de Gays e Lésbicas, que considera a medida “muito simbólica”.

A lei sobre casamento gay votada em 30 de junho modificou o Código Civil ao definir o matrimônio como uma “união entre duas pessoas, de sexo diferente ou idênticos”.

A mudança legislativa é o resultado de longos anos de combate da comunidade LGBT. Concretamente, os casais homossexuais que desejam oficializar sua união se beneficiarão dos mesmos direitos que os casais heterossexuais: em termos de impostos, mas sobretudo com a possibilidade de adotar filhos.

“Ganhamos uma batalha em 2001 com a aprovação da união civil contra a posição da Igreja protestante, abrindo uma primeira brecha na instituição matrimonial”, disse Steinert.

Atualmente, mais de 75% dos alemães são favoráveis ao casamento igualitário, segundo as pesquisas.

Entretanto, as opiniões não são unânimes. Durante muito tempo, Angela Merkel adiou a decisão para não se opôr à ala mais conservadora de sua formação política, o partido social-cristão bávaro CSU.

Merkel ambígua

“Paradoxalmente, foi a religião que abriu caminha para o avanço atual: sem o apoio da Igreja protestante, que há anos já havia decidido celebrar casamentos homossexuais religiosos em algumas regiões, (o processo) poderia ter sido mais longo”, avalia Steinert.

A proximidade das eleições legislativas de setembro pode ter sido um dos motivos para a aprovação do casamento gay.

Inicialmente oposta a essa lei, Angela Merkel surpreendeu em junho passado ao autorizar a seus deputados a pronunciar-se em função de suas próprias convicções, tirando de seus rivais social-democratas a possibilidade de usar o tema como arma eleitoral.

Dias depois, os representantes de esquerda social-democratas, ecologistas e a esquerda radical tomaram-lhe a palavra e submeteram à votação um projeto de lei sobre casamento homossexual que estava bloqueado no Parlamento há anos.

O texto foi aprovado por ampla maioria, com o respaldo de uma parte dos representantes conservadores também partidários da medida. Na época, Merkel havia votado contra, explicando que para ela, “o matrimônio é, segundo a nossa Constituição, a união de um homem e uma mulher”.

 




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