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No dia 31 de outubro, uma das montagens mais relevantes do universo gay ganha uma nova versão: “The Boys In The Band – Os Garotos da Banda”. Com temporada em São Paulo, o espetáculo se passa em Nova York e gira em torno de um grupo de amigos gays que se reúne para celebrar o aniversário de um deles.

Bruno Narchi está no elenco de "The Boys In The Band" - Reprodução/Instagram
Bruno Narchi está no elenco de “The Boys In The Band” – Reprodução/Instagram

A peça, que teve a última montagem no Brasil há 53 anos, aborda questões de identidade, sexualidade, relacionamentos e autoaceitação – à medida que a celebração avança e o álcool sobe. Entre os atores que dão a vida a esses personagens, está Bruno Narchi, que acredita na potência da montagem dirigida por Ricardo Grasson.

“Refletindo sobre autoaceitação, salvo algumas exceções, somos uma comunidade que cresce ouvindo o discurso de ‘sermos errados’. Isso planta muitas sementes ruins dentro da gente, e acho que o texto mergulha justamente nesse ponto, abrindo uma excelente discussão sobre o tema”, analisa Narchi, em entrevista ao GAY BLOG BR.

Bruno Narchi - Foto: Rafa Marques @rafamarques_fotografo
Bruno Narchi – Foto: Rafa Marques @rafamarques_fotografo

A seguir, o artista fala sobre os destaques da montagem e como vê a questão da representatividade no Brasil:

- BKDR -
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  • O que te atraiu em fazer parte dessa montagem?

Tenho que dizer que foi todo um conjunto de fatores… Desde 2019, comecei a explorar outros caminhos artísticos. Produção, direção, a criação de textos e musicais autorais. Essa jornada acabou me deixando um tempinho fora dos palcos, e tava doido para voltar. Soma-se a isso, o convite, para integrar um elenco cheio de artistas incríveis, com a direção do Ricardo Grasson e do Heitor, e um texto tão importante, representativo, e que conversa comigo. Não tinha nem o que pensar.

  • Como lida com o assédio/stalking do público gay em seu perfil? Como lida com nudes, por exemplo?

Olha, acho que até o momento, tudo caminha super bem (risos). Às vezes, recebemos mensagens super bacanas, pessoas que acompanham nosso trabalho, ou que assistiram algum espetáculo… São super bem-vindas e, na medida do possível, sempre tento responder.

  • Você namora. Como é a questão de exposição para vocês?

Estou com meu parceiro há 13 anos! Uma história bonita de dois homens, que seguimos escrevendo… Sinto que não temos nada a esconder. Mas, falando desse mundo da internet, preferimos resguardar nossa intimidade.

  • Como vê a questão da representatividade no Brasil? Estamos avançando?

Pergunta difícil. Complexa. Mas tentarei ser sucinto. Avançando, sempre. Acho que isso é um fato. Mas um avanço ainda muito difícil, cheio de barreiras e pessoas que não querem que ele aconteça.

  • O que espera de sua carreira daqui um ano, por exemplo? Tem vontade de fazer mais projetos com a bandeira LGBT?

Já escrevi aqui que sou um explorador desse mundo das artes… ator, autor, cantor, diretor, tradutor, versionista, produtor, professor… já passeei por muitos lugares, e continuo um apaixonado. Mas também entendi que sou movido pelas mensagens, e acho que é isso que espero da minha carreira: poder continuar levando mensagens importantes até as pessoas que cruzam com o meu trabalho. A arte tem o grande poder de transformar, e acredito muito nele. Sobre projetos com a bandeira LGBT, são super bem-vindos!

  • O que é mais dificil de ser gay no Brasil?

É muito ruim crescer em uma casa/lugar/ambiente/país que acredita na existência de um certo, já pré-definido, e que todo o resto se configura como algo errado. Esse pensamento oprime, diferencia, rebaixa, violenta, fere, tira sarro, silencia, mata. E, com isso, as lutas para apenas sermos, só se multiplicam. Lutamos com a gente mesmo para nos aceitarmos, para nos entendermos, para nos emanciparmos, para sermos. Tudo isso, enquanto também lutamos para sermos aceitos pelo outro, sermos compreendidos pelo outro, sermos reconhecidos por aquilo que somos. Ainda temos uma longa jornada pela frente, rumo a uma verdadeira igualdade de direitos, a uma maior aceitação das individualidades de cada ser, e pelo respeito que todxs merecemos.

Após 53 anos, peça gay ‘The Boys in the Band – Os Garotos da Banda’ tem nova montagem em São Paulo




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