Em uma festa de aniversário de um jovem gay, tem de tudo! Em “The Boys in the Band”, um dos convidados leva um garoto de programa de presente de aniversário para Harold (Bruno Narchi). Trata-se de “Cowboy”, vivido por Júlio Oliveira, que diz ter conversado com pessoas que vivem da prostituição para construir o papel.

Mais do que isso, Júlio avalia que o espetáculo reflete sobre como o mundo andou – afinal, o texto adapta para o palco uma história ambientada na década de 1970 em Nova York. “Sempre que a gente percebe que pode contribuir com algo relevante pras discussões dos tempos atuais a gente explode em satisfação pessoal. A polêmica de reencenar uma obra 53 anos depois da sua estreia é interessante para se perceber o quanto andamos como sociedade – e se andamos – nessas últimas décadas”, avalia Oliveira, em entrevista ao GAY BLOG BR.
Para avaliar o impacto do texto, o ator usa um trecho do próprio texto, que é dirigido por Ricardo Grasson. “É uma frase cruel e autoexplicativa num parâmetro assustador: ‘Pra cada gay feliz há uma gay morta’. É um momento onde tudo está desmoronado no espetáculo e essa frase ecoa no teatro como uma flecha na plateia.”
“The Boys in the Band” estreia neste dia 31 de outubro, em São Paulo, e segue temporada até dezembro. Esse é somente um dos projetos de Oliveira, que já tem alguns projetos engatilhados: estará em “Equus”, que está idealizando, e também dará vida ao Silvio Santos mais jovem em “Hebe, uma Revista Musical”. Há ainda tempo para um projeto sobre transfeminicídio, que estreará no MixBrasil, em novembro.
“Eu tenho feito um movimento de pensar a longo prazo nos meus projetos. Acho que no Brasil a gente quase nunca faz isso. Vive vendendo o almoço pra comprar a janta, a grosso modo”, afirma ele, entre risadas. Mas, pelo visto, a intenção é seguir apostando em projetos que façam a diferença – já que a sociedade ainda há muito a evoluir em relação aos LGBTQIA+.
“Ainda falta muito pra esse ‘mundo ideal’ que todo mundo como ser humano almeja, mas o importante é não parar. Você não precisa ser gay pra lutar contra a homofobia e nem preto pra lutar contra o racismo. Quando a história for contada, os omissos estarão do lado dos opressores.”
Entre um projeto e outro, Oliveira também aproveita para se relacionar com os fãs nas redes sociais. Sobre nudes, ele se considera “muito tranquilo”. “É muito bacana receber a manifestação de alguém que curte o seu trabalho. Sem falar que todo mundo no planeta gosta de receber um carinho no ego, não? (risos) Brincadeiras à parte, é só a gente não levar tudo a ferro e fogo”, finaliza.
Após 53 anos, peça gay ‘The Boys in the Band – Os Garotos da Banda’ tem nova montagem em São Paulo
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