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Ele tem 29 anos, 1,78m de altura, 75 kg, 19 cm, versátil e se considera safado e sem frescuras. Ele é Tarcízio, mais conhecido como Marcos Goiano. Atualmente morando em São Paulo, seu sobrenome é uma referência à época em que morou em Goiânia, apesar de ser natural de Cristalândia, no interior do Tocantins. Sucesso nas redes sociais e plataformas eróticas, Marcos Goiano está com mais de 80 milhões de visualizações no Xvideos, sendo o quarto perfil mais acessado do mundo.
Profissional do sexo há dez anos, ele faz filmes pornôs há cinco e também possui uma conta no Only Fans. Em seu currículo há mais de 300 filmes eróticos. Ambicioso, ele não pensa em deixar a profissão tão cedo, mas cogita trabalhar como publicitário, sua área de formação. Alguém duvida que ele sabe fazer muito bem o seu marketing pessoal?

Como você se tornou garoto de programa?
Eu morava em Goiânia e estava terminando o último semestre da faculdade de criação e produção publicitária na faculdade Fasano. Eu tinha um namorado que fazia programa e ele não tinha boas sacadas de marketing, não sabendo anunciar para esse mercado. E decidi ajudá-lo. Eventualmente percebi que também poderia iniciar nesse ramo.
Mas foi por necessidade financeira?
Não digo que foi uma necessidade, pois na época eu trabalhava num call center em um shopping e ganhava um pouco mais que mil reais por mês. Esse dinheiro ia para as despesas básicas: aluguel, água, luz, alimentação, etc. Se eu quisesse ter um carro, por exemplo, era quase impossível. E querendo realizar meus desejos materiais, decidi fazer programas.
Você atende homens, mulheres e casais, mas você se considera gay ou bissexual? Embora nos vídeos você está interagindo com homens basicamente.
Eu me considero gay na minha vida pessoal e bissexual na profissional. Se uma mulher quiser sair comigo, eu atendo ela sozinha e realizo seus desejos, e tem até um vídeo no XVideos transando com uma cliente. Já aconteceu de eu ter relações com uma mulher fora do meu trabalho, mas mesmo assim, sou gay.

Quantos programas você faz em média por dia?
É relativo e, por isso, fica difícil dizer uma média. Tem dias que posso ficar sem clientes e já teve finais de semana que eu ficava com dez em um único dia. Recentemente, estive nos Estados Unidos e foi a mesma coisa: tinha dias que conseguia dez clientes.
Você trabalha com sexo há anos, não chega um momento que satura? Pensa em ter uma profissão paralela?
No meu caso é o contrário: a saturação vem quando não tenho clientes. Se estou trabalhando bastante, essa vontade não passa pela minha cabeça. Por ser formado em publicidade e propaganda, eu já quis trabalhar com essa área e creio que será o que farei quando me aposentar daqui uns cinco anos. Pretendo fazer uma pós-graduação e talvez entrar no mercado de trabalho. Eu já tenho alguns bens adquiridos [com os programas], mas quero mais (risos).
Qual foi a fantasia mais bizarra que um cliente já lhe propôs?
Já teve vários pedidos estranhos e acho que não vale a pena comentar. Tem algumas propostas que eu não aceito por não sentir nenhum tipo de tesão, mas já me pediram várias coisas bizarras.

E o que você não topa fazer em um programa ou filme erótico?
Eu não aceito ser humilhado ou qualquer coisa que possa atacar minha saúde mental e física. Mesmo sendo passivo, não gosto de me sentir menosprezado, e o cliente deve entender que é apenas um homem sendo ativo com outro homem. Não admito que me inferiorizem.
Já se apaixonou por um cliente?
Uma vez, quando morava em Goiânia. Atendia um cliente que era filho do dono de uma rede de materiais de construção famosa na cidade e ele também era apaixonado por mim. No entanto, eu ainda namorava com o garoto de programa que disse antes, mas estávamos no fim da relação. Eventualmente rompi com o namoro, mas o cliente não me esperou e acabou noivando com uma mulher.

Como a sua família reage à sua profissão?
Eu virei garoto de programa e contei a verdade para minha mãe. E o mesmo quando iniciei nos filmes pornôs. Ela lida super bem com a situação e não liga. Nós somos do interior do Tocantins e seria impossível que as pessoas não comentassem, já que essa é uma realidade das cidades pequenas. Todo o mundo sabe de tudo e todos me respeitam, até porque ninguém paga as minhas contas, então não permito que ninguém opine.
A vida de um acompanhante é solitária?
Sim, eu acho bastante. Eu tenho a sorte de ter clientes maravilhosos: lindos, gostosos, tesudos, uns passivos lindos e uns ativos maravilhosos também. Por outro lado, a gente não deixa de ser “um objeto”, já que o cara tem sua esposa ou um namorado e a gente está ali apenas para transar com eles. Estou na profissão que é para isso, mas isso pode ser um pouco triste em uma madrugada fria de São Paulo. Se a gente não tem namorado, isso pode ser um problema e nada me impede de arrumar alguém, mas acho que acaba atrapalhando na profissão. Ser garoto de programa é melhor quando se está solteiro.
Você faz uso de algum artifício como Viagra por exemplo?
Não somente eu, né? Todos os garotos de programa e todos os atores pornô tomam. A gente precisa para fazer muitos atendimentos.

E quando o cliente não te atrai fisicamente, como você faz?
Eu tento focar no que o cliente tem de melhor. Por exemplo, o cliente tem um rosto lindo, uma boca linda, um sorriso lindo, um ótimo hálito, mas o corpo não me atrai. Então, eu vou focar no rosto dele. Vou dar beijos apaixonantes e conseguir fazer meu atendimento. Se ele tem um rosto horrível, uma barriga horrível, mas ele tem uma bunda linda, funciona também. Quando estamos nessa profissão, precisamos entender que existem vários tipos de pessoas e elas estão pagando para terem prazer. Não cabe a mim fazer julgamentos e jamais vou demonstrar que não gostei de um cliente. O objetivo é que ele fique satisfeito e contrate os serviços novamente.
Como você se vê daqui a 20 anos?
Com certeza já aposentado e fazendo outra coisa, mas ainda não defini. Provável que volte para minha área de formação como disse antes, mas não faço ideia. Já tenho alguns imóveis e trabalho com aluguéis e penso em expandir isso. Talvez eu viva de renda e não trabalhe mais.
De que forma a pandemia atrapalhou o seu trabalho?
Simplesmente fiquei seis meses trancado na minha casa em Tocantins sem trabalhar e só curtindo a piscina. Agora estou São Paulo e voltei a trabalhar, mas os clientes não saem mais de casa como antigamente.

Recentemente o GAY BLOG postou uma matéria sobre um áudio que você respondeu (educadamente) a um rapaz que te propôs sexo sem pagar. Esse tipo de proposta ocorre com frequência?
Às vezes acontece de caras acessarem um site de garoto de programa e, por se acharem bonitos, se acham no direito de tentar seduzir os profissionais. Há alguns que aceitam, mas comigo é diferente. Para o cliente não pagar nada, ele tem que ter um rosto bonito, um corpo gostoso e ser muito bem dotado, já que eu vendo o vídeo para o Only Fans, posto no meu site e também no XVídeos. Ou seja, mesmo com o cliente não pagando, eu monetizo de alguma forma. Homens de pau pequeno não me dão assinantes, então nunca aceito. A verdade é que corpo se constrói, pau é algo que nasce com a pessoa. Da mesma forma que os pedidos [de atendimento gratuito] são constantes, o “não” também é.
Inclusive, parece que alguns sites deturparam essa situação, não foi?
O que me incomoda são os sites gays sensacionalistas. Alguns canais escreveram “Marcos Goiano recusa um cliente por ter um pau pequeno”. Mentira! E acho muito desagradável e antiprofissional alguém escrever um título desses, pois pode me prejudicar. Tenho clientes com todos os tamanhos e não faço distinção. Mas também sei que isso não acontece só comigo e o meio artístico também sofre bastante. É a forma que esses canais têm de fazer a matéria render e repercutir. Fico muito chateado com isso.
Você gasta seu dinheiro em roupas e viagens também?
Prefiro investir em imóveis.

Para acompanhar Marcos Goiano nas redes sociais:
Instagram: @marcosgoiano_real
Twitter: @MarcosGoianoXXX
XVideos: MarcosGoiano
Site: www.marcosgoiano.com.br

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