A vida do jornalista, radialista, apresentador e ator Leão Lobo (66) é repleta de fatos interessantes. É de se surpreender que a alcunha “Leão” não seja exatamente um apelido, mas o nome real do jornalista especializado em televisão, cujo nome de batismo é Leão Nicola Lobo.

Leão Lobo foi uma das primeiras figuras públicas a assumir a sua orientação sexual, ainda nos anos 1980. São 46 anos de profissão, com passagens em quase todas emissoras de TV e publicações de fofoca, e muitas histórias para contar, como a do dia em que foi repreendido por seguranças da Globo, numa festa, porque estava aos beijos com o ator Lauro Corona (1957-1989).
Ainda triste com a demissão do SBT, Leão Lobo comentou de forma sucinta o assunto e outros temas nesta entrevista. Desde 2016, ele apresentava na emissora paulista o Fofocando, que depois virou Fofocalizando, onde as polêmicas entre os apresentadores rendiam mais que os temas debatidos no programa.

Como você reagiu quando soube de sua demissão no SBT?
Com tristeza, mas tranquilidade. Eu não esperava por isso.
Por que você acha que Mara Maravilha foi a única poupada da demissão “em massa”?
Certamente pelo talento dela.
Nos primórdios do Fofocalizando, com a Mara, Mamma Bruschetta, Leo Dias, Décio Piccinini e Lívia Andrade, o clima era harmonioso nos bastidores? Pra quem assistia, às vezes parecia que existia ali muita guerra de vaidade.
Era um programa de debates de ideias, então parecia sempre um alvoroço, mas o clima nos bastidores, na medida do possível, era bom.

No passado, você era muito amigo da Mara Maravilha. Como está a sua amizade com ela?
Continuo amigo dela.
Mesmo após diversas reformulações, o Triturando continuou com um ibope fraco. A que se deve essa baixa audiência na sua opinião?
Nunca trabalhei nesse programa, então não posso falar sobre ele.
É verdade que você teve um rápido affair com o ator Lauro Corona?
Na verdade foi uma “ficada”, como a gente fala hoje, né? A gente se beijou muito. Foi muito legal, mas aí os seguranças da Globo no final da festa separaram a gente, disseram que ele não podia fazer aquilo e puseram ele para dançar com a Glorinha Pires. Mas foi muito legal, a gente trocou telefones, aquelas coisas… mas foi super bonitinho. Ele estava bem encantado, e eu também bem encantado.
(Em 1978, Lauro Corona foi par romântico de Glória Pires na novela Dancin’ Days)

E o romance com a Roberta Close no passado, como aconteceu? Houve sexo?
O romance com a Roberta Close não aconteceu. Na verdade, eu fiquei muito encantado com ela, e ela pirou na maionese né, pirou na tangerina, e queria tornar público um romance entre a gente e tal. Mas eu não entrei nessa, então não houve nada na verdade. Não houve sexo de jeito nenhum.
Nós fazíamos um par romântico em uma peça (O Lobo da Madrugada, de 1999), e foi isso que na verdade nos envolveu. Só que ela percebeu, e como o marido dela estava viajando, estava na Suíça, ela queria fazer um auê na imprensa e tal, mas eu não topei.

Ao longo de sua carreira, você já criticou várias vezes a Xuxa e a Sandy, já aconteceu algum episódio envolvendo você e elas?
Nunca tive maiores problemas com nenhuma das duas, aliás a Xuxa eu mal conheço. Vi acho que duas ou três vezes na minha vida. A Sandy eu vi um pouco mais. Acompanhei desde pequena na barriga da mãe, mas, enfim (risos), não tenho nenhum problema. Sou crítico de televisão, então eu tenho que criticar as pessoas. Não critiquei só a Sandy e a Xuxa, critico muitos artistas, às vezes elogio também.
Você passou por quase todas as emissoras, como Band, Gazeta, e SBT, e já trabalhou com várias personalidades, como Astrid Fontenelle e Celso Russomanno. Com quem você mais gostou de trabalhar na TV e com quem menos?
Eu gosto de trabalhar com todos os meus companheiros. Adoro todo mundo que faz televisão, que ama televisão, como eu. Com certeza, a pessoa que eu me dei melhor, mas foi porque eu me dei bem com ela em cena, foi a Claudete Troiano. Mas isso não quer dizer que eu não tenha gostado de trabalhar com os outros, muito pelo contrário – amei trabalhar com todos eles. Só tive problemas com a Ana Maria Braga.
Em 2001, você quase foi para a Rede TV para apresentar o TV Fama, porém isso acabou não acontecendo, anos depois você declarou que houve uma puxada de tapete. Quem puxou o seu tapete?
Tive um problema sim. Alguém me puxou o tapete… foi o Otávio Mesquita na época, mas já está tudo resolvido também.

Você já teve algum problema com algum desses jornalistas especializados em televisão como Flávio Ricco, Ricardo Feltrin, Léo Dias, Sônia Abrão e Fefito?
Nunca tive problemas com nenhum deles. E cada um tem o seu estilo, isso que é bacana, né? Eu tive problemas com a Ana Maria Braga, Otávio Mesquita, Gilberto Barros, com Márcia Goldsmith, que todo mundo sabe.
Em 2016, você revelou que foi vítima de um estupro coletivo quando tinha 16 anos, no começo da década de 1970. De que forma essa agressão afetou suas relações afetivas?
Foi um estupro mesmo. Foram seis rapazes do exército. Eles estavam em uma casa de praia em Mongaguá (SP). Eu passei na praia, paquerei um deles, ele me levou e, quando cheguei lá (na casa) tinham mais cinco. Eles me amarraram, me penduraram de ponta-cabeça, enfiaram garrafas em mim, enfim, foi uma coisa terrível, assustadora. Puseram um revólver na minha cabeça. Foi uma coisa assustadora, e que me marcou para o resto da vida. Foi terrível, mas já superei também.
Aliás, por falar em relacionamentos, você sempre se relacionou com homens bem mais novos, alguns até com 30 anos ou mais de diferença. Não é complicado se relacionar com alguém bem mais jovem quando se tratam de gerações diferentes, e com mentalidades diferentes?
Relacionamento sempre é difícil, né? – e também é fácil (risos). Na verdade, eu me relacionei com todas as idades. Já me relacionei com mais velhos, com pessoas da minha idade, com pessoas mais novas. Me relacionei bastante, graças a Deus. É sempre complicado. Não é a idade que faz isso, na verdade é a maturidade. Algumas pessoas jovens são maduras, e outras não são; outras mais velhas não são maduras, não amadureceram. É sempre complicado.

Mas você já teve também seus momentos de imaturidade nos relacionamentos?
Tem a questão da nossa maturidade, porque a gente sempre fala do outro, mas tem a nossa maturidade. Eu, no começo da minha vida sexual, também era muito imaturo e buscava coisas que as pessoas não podiam me dar, então eu entrava em desespero e tal. Teve uma época da minha vida que eu transei muito. Eu transava, sei lá, oito vezes por noite, e às vezes até com pessoas diferentes. Porque eu tinha essa ansiedade, essa necessidade de preencher alguma coisa que eu não sabia o que era. Na verdade, o que preenche essa ansiedade é o amor, o amor verdadeiro.
Você usa aplicativos de paquera?
Eu não uso aplicativos de namoro. Não é por preconceito, não, mas é porque eu sou lesado mesmo com essas coisas de tecnologia (risos), então pra mim é bem complicado. E também porque eu estou namorando.

O Leão Lobo já foi alvo de uma fofoca?
Já fui alvo de fofoca sim. Chegaram até a me ‘matar’. Disseram que eu tinha morrido, essa coisa toda. Faz parte. A partir do momento que você está no vídeo, que você está no ar, que você é uma pessoa pública, o juiz me falou “50% dos seus direitos de privacidade você perde”, você se tornou uma pessoa pública porque você quis, você optou por isso.
Acompanhe Leão Lobo nas redes sociais:
Site: http://www.portaldoleaolobo.com.br/
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