Antes de falar sobre Fire Island Pines, é bom descrever o que era esse paraíso gay que se tornou tão popular ainda nos anos 70. A Ilha do Fogo é a maior ilha paralela à costa sul de Long Island, Nova York. No entanto, o nome é usado muitas vezes para se referir a ela num todo, contudo cabe focarmos somente em uma parte dela, conhecida simplesmente como Pines.

Fire Island Pines foi um reduto nos anos 70 da comunidade gay dos Estados Unidos, que vivia a liberdade do sexo e do amor livre numa era pré-AIDS. Sol, mar, festas, homens belos e a liberdade de fazer o que quisesse, num paraíso que acolheu uma comunidade que vivia o ápice da liberdade e porque não a libertinagem também.

Pines era um pequeno trecho de Long Island e, provavelmente, a parte mais animada da ilha, que reunia amigos de todas as idades e com um único propósito: ser feliz. Enquanto o resto do país não via com bons olhos a cultura Queer, Fire Island era o refúgio para aqueles que só queriam se divertir, longe do (ainda pouco) preconceito da sociedade da época.

Todos que frequentavam o local eram amigos, curtiam a vida sem julgamentos e, devido à proximidade com Nova York, frequentavam pessoas de todas as áreas culturais, mesclando arte, artistas etc. A capital da gaylândia, como alguns a chamavam, não surgiu de forma intencional, simplesmente foi acontecendo.

Os corpos que habitavam (não de forma permanente) Fire Island, eram naturais, com pelos e definidos – porém sem exageros, sem uma pressão de ser o mais belo ou o mais forte. As poucas mulheres que iam ao local na companhia de seus amigos gays se sentiam à vontade para fazer topless e até mesmo ficar nuas com eles.
Aliás, a nudez, o sexo, as festas e o romances de verão faziam parte do contexto de Fire Island Pines, onde o amor era livre. Com a chegada dos anos 80, veio com ela a epidemia da AIDS, que destruiu os sonhos e projetos de jovens alegres. A ilha da alegria ficou de luto e o medo pairava sobre as pessoas – ao mesmo tempo que o preconceito da sociedade aumentava com o surgimento da doença, que logo no início afetou em massa a comunidade gay americana, sendo chamada de “peste gay”.

Fire Island Pines ainda existe e ainda acontecem algumas festas por lá. O destino tem recebido um grande número de turistas interessados em conhecer o lugar que foi sinônimo no passado de festas, alegria e sexo, onde qualquer um podia ser quem quisesse, sem temer julgamentos ou reprovações. A ilha onde tudo era permitido (no bom sentido) inspirou livros e filmes como o longa “Meu querido companheiro” (1990), uma das obras mais tocantes sobre o tema produzidos na época.

Para o fotógrafo Tom Bianchi, Pines é um lugar especial, ele viveu toda a intensidade daquele Éden no pico de sua efervescência na década de 70 e escapou ileso para contar a história, não apenas a dele, mas de todos os seus amigos que infelizmente não estão mais aqui para relembrar. Bianchi é autor do livro “Fire Island Pines: Polaroids 1975-1983”, recheado de fotos registradas ao longo de oito anos.
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