O jogador de futebol da Escócia, Zander Murray (31), concedeu uma entrevista ao canal Pink News e contou um pouco sobre a trajetória de aceitação como um homem gay, revelando que ele precisou lidar com muitos problemas de saúde mental, sendo um longo processo até aceitar sua orientação sexual.
“Foi difícil, muito difícil processar tudo isso” – disse Murray – “Foi bom estar em campo – essa foi minha libertação – depois disso foi apenas uma desgraça iminente. Foi quando a homofobia internalizada foi crescendo, crescendo e crescendo”, continuou.
O futebolista conta que percebeu que não sentia atração por mulheres na época da escola, pois seus amigos viam as revistas masculinas adultas, e ele não sentia nada. Querendo reverter isso, na época de seus 20 anos ele tentou viver uma vida heteronormativa, algo que ele próprio categoriza como “terapia de conversão pessoal”.
“Chegou a um ponto em que eu estava em um relacionamento com uma mulher e eu sabia que, no fundo, aquilo não estava certo. Eu não podia me colocar naquela situação de novo”, explicou.
A primeira vez que aceitou a própria homossexualidade foi aos 27 anos, na época ele já estava seguindo carreira no futebol e, desde então, ele ouviu comentários homofóbicos de seus colegas. “Ser gay naquele ambiente [futebol] era visto como inferior. Houve [muitas vezes] comentários depreciativos no camarim. Eu não acho que eles eram necessariamente homofóbicos, é apenas falta de educação… e isso tem um impacto enorme. Você apenas pensa, isso é uma coisa horrível.”
Para família e amigos, Zander Murray só contou em abril de 2021. “Para algumas pessoas é fácil se aceitar e depois contar, mas para mim eram duas coisas diferentes graças ao mundo do futebol. Demorei até setembro de 2022 e tive aquele momento ‘eureca’ e pensei: ‘Quer saber, eu poderia ser um pilar nesta comunidade e realmente ajudar as pessoas, inspirar as pessoas’. Cheguei ao ponto em que me aceitei totalmente”.
Após a revelação, Murray conta que a recepção foi positiva das pessoas em sua volta, mas finaliza dizendo que o futebol masculino ainda tem um “longo caminho a percorrer”.
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