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O ex-apresentador da CNN Brasil, Marcelo Feller, revelou ser gay no Twitter, dizendo que não o fez antes por receio das outras pessoas. “Ter medo por ser e por existir. Um medo que, em 2022, não deveria fazer sentido”, disse.

Ao longo da série de tweets, Feller conta que teve uma relacionamento heteroafetivo com uma mulher chamada “Maria” (nome fictício), e que ela também se descobriu lésbica.

“Conheci a Maria aos 16 anos de idade. Eu tinha mil questões com minha sexualidade e, anos depois, descobri que ela também tinha. Ela já tinha beijado garotas. Eu nunca tinha me relacionado com garotos.

Éramos melhores amigos. Meu avô, já falecido, chamava ela de a ‘não namorada’, porque éramos tão íntimos que era normal para as pessoas presumirem que namorávamos. Tínhamos uma relação realmente sensacional, de muita intimidade.

- BKDR -
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Depois de um tempo separados, voltamos a namorar. No total, foram quase sete anos de namoro que, no final, não deu certo, óbvio. Maria e eu nos amávamos, e nos amamos até hoje. Mas faltava algo…

Éramos amantes, melhores amigos, confidentes. Me lembro quando ajoelhei para lhe pedir em namoro após ela cantar ‘se você quiser eu vou te dar um amor desses de cinema’, olhando para mim, no festival da música da faculdade. Alí me ajoelhei e pedi ela em namoro… e fomos felizes. Pela minha visão, ao menos, fomos muito felizes.

Maria era muito mais inteligente do que eu. Após uma viagem juntos, ela percebeu nos tratávamos como amigos, não como namorados/amantes, e pediu que nos separássemos. Sofri como um condenado. O assunto sexualidade tinha desaparecido com ela, Maria, por quem tinha amor e tesão. E eu sabia que, com a separação, teria que lidar com a sexualidade.

Anos depois, consegui me reconhecer e assumir, para mim mesmo, que gostava de meninos. Maria foi crucial nessa jornada, saiba ela ou não. O interessante é que Maria também se redescobriu e achou sua Maria, com quem hoje é casada.

Ela, lésbica (ou bi, sei lá, não quero falar por Maria nisso). Eu, ay. E sem nos conhecermos por inteiro, sofremos tanto pelas nossas orientações. Poderíamos nos ter ajudado, mas a culpa falou mais do que nós.

Ex-apresentador da CNN Brasil Marcelo Feller se declara gay
Reprodução

Minha melhor amiga perdeu o ar quando lhe contei que era gay, porque ela mesma era, estava se relacionando há anos com outra grande amiga, e não teve coragem de me contar. Minha melhor amiga, naquela época, teve medo de me contar que se relacionava há anos com outra grande amiga.

Esse é o tamanho do buraco e do medo. Sou de 1986, e vejo com muita, MUITA felicidade como esse assunto já é menos relevante para as gerações mais novas. Que os jovens não sofram mais (ou não deveriam sofrer), por isso. 

Ter medo por ser e por existir. Um medo que, em 2022, não deveria fazer sentido. Amo minha melhor amiga, hoje casada e feliz com sua esposa. Amo a Maria, minha ex-namorada, hoje casada e feliz com sua Maria (e de quem eu e meu namorado somos amigos). Amo a ex da minha melhor amiga, que também está na lista de melhores amigos. Amo a liberdade ser ser, de existir, pleno. Sem amarras, sem medo de ser feliz. 

Nesse mês do orgulho LGBTQIA+, jovens, tenham orgulho. Somos e existimos. E podemos ser o que quisermos. Marias e Marcelos do passado, saibam: o futuro é lindo e podemos ser quem somos. E sim. Você pode ser advogado, juíz, delegado, promotor. Seja inteiro, antes de tudo. 

O resto? Vem com a vida. Um beijo, aos que são do vale: não deixem de ser por medo. E estaremos juntos no futuro, cheios de purpurina e tudo”. 




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