O jornalista e historiador Jean Volpato (PT), concorre a uma vaga de deputado estadual em Santa Catarina. Morador de Blumenau (SC), o especialista em Políticas Públicas é gay e tem 30 anos. O catarinense é um dos entrevistados da semana do Gay Blog BR, no especial “Eleições 2022“.
Sua trajetória é marcada pela militância dos movimentos estudantis e na luta LGBTQIA+. Além de ter atuado como jornalista na TVL da câmara de Blumenau, já foi assessor político dos deputados federais Décio Lima (PT-SC) e Maria do Rosário (PT-RS), além do senador Rogério Carvalho (PT-SE).

Entre suas propostas, ele ressalta a criação de delegacias de combate aos crimes de intolerância e ódio em Santa Catarina; a instalação imediata do Conselho estadual LGBTI+; a elaboração de política Estadual de Saúde Integral de LGBTQI+; e o programa transcidadania, garantindo incentivo fiscal para empresas que contrate transexuais e que incentive com bolsas de estudo.
“Temos um grande desafio em nossa era: nos politizar para entendermos e lutarmos pelos nossos direitos. Sobretudo o direito de ser, amar e viver. Vencida essa etapa teremos um grande time do amor para fazer o enfrentamento necessário e chegarmos a tão sonhada sociedade […] sem preconceitos e de todas as cores”, afirma o jornalista.
“De maneira muito especial, estou disposto a contribuir na construção de uma Santa Catarina e um Brasil de todas as cores, onde nós, LGBT’s, sejamos protagonistas dessa história”, declara o candidato a deputado estadual de Santa Catarina.

GAY BLOG BR: Qual a sua formação e trajetória profissional?
Jean Volpato: Minha vida é marcada na militância dos movimentos estudantis e na luta LGBTIA+. Sou jornalista, historiador e especialista em gestão estratégica de políticas públicas. Importante destacar que só consegui cursar faculdade por uma oportunidade do Presidente Lula (PT) através do Prouni. Atuei como jornalista na TVL da câmara de Blumenau (SC). Integrei a assessoria de política do Dep. Federal Décio Lima (PT) em Brasília e da Dep. Maria do Rosário (PT), onde apresentamos diversas propostas como a tipificação da LGBTfobia nos boletins de ocorrência e também o Projeto que puni os crimes de ódio. Ainda no congresso assessorei o Senador Rogério Carvalho (PT) até o ano de 2022. Atualmente coordeno o grupo Todas as Cores em Santa Catarina.
GB: O que motivou a se candidatar?
Jean: O Presidente Lula lançou um desafio para toda a juventude PeTista, dizendo que nós só perdemos a luta que não fazemos. Por não estar satisfeito com a política que vem acontecendo no Brasil, encarei esse desafio do Presidente para lutar com força e coragem na renovação das lideranças políticas de SC e do Brasil. De maneira muito especial, estou disposto a contribuir na construção de uma Santa Catarina e um Brasil de todas as cores, onde nós, LGBT’s, sejamos protagonistas dessa história.
GB: Quais os desafios enfrentados ao ser um candidato abertamente LGBTQIA+?
Jean: O maior desafio é ter que conciliar ao mesmo tempo as duas tarefas, de abordar e enfatizar a importância do papel educativo na sociedade, e além de ter que combater o preconceito enraizado expressado diariamente nas redes e nas ruas.
GB: Quais são as suas principais propostas? Há pautas exclusivamente para LGBTQIA+?
Jean: Delegacias de combate aos crimes de intolerância e ódio em Santa Catarina; Instalação imediata do Conselho estadual LGBTI+; Elaboração de política Estadual de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e de pessoas intersexo; Programa transcidadania, garantindo incentivo fiscal para empresas que contrate transexuais e que incentive com bolsas de estudo; Criação do disque cidadania SC para receber denúncias de discriminação em razão de orientação sexual ou identidade de gênero; Apresentação da lei que tipifica nos Boletins de Ocorrência a LGBTfobia; Lutaremos pelas casas de acolhimento à população LGBT que sofre violência doméstica ou se encontram em situação de rua.
GB: Quais medidas você acredita serem necessárias para combater a LGBTfobia?
Jean: A medida mais eficaz é atuar contra a desinformação e a ignorância sobre a outras sexualidades que não se encaixam no padrão criado pela sociedade heteronormativa, para isso a educação pública tem um papel fundamental nessa tarefa. Outra questão é que o estado deve ser um garantidor dos diretos constitucionais da população LGBTIA+, desde o direito sem discriminação à saúde, emprego, segurança e entre outras áreas. Precisamos de tratamento humanizado para com a população LGBTIA+ nesses espaços, e isso se constrói com políticas públicas.
GB: O que você pensa sobre o uso e políticas da PrEP?
Jean: É um mecanismo medicinal fundamental para conter a epidemia do HIV e aids, sabemos que ela por si só não garante a segurança sobre as mais diversas doenças, porém deve ser combinada com o uso do preservativo para conter um contágio múltiplo. No entanto, atualmente ela não está à disposição como deveria para a população brasileira e em especial o público alvo LGBTIA+. O que temos visto é que apenas moradores de metrópoles e capitais tem acesso a esse medicamento, além disso ele ainda está sendo pouco divulgado para a população mais afetada.
GB: Como você avalia o governo de Bolsonaro?
Jean: O governo de Bolsonaro é totalmente desgovernado. Ele é o principal responsável pelo genocídio das vidas perdidas durante a pandemia, pelo genocídio das populações negras, indígenas e sobretudo da nossa população LGBTIA+. Sua gestão é um caos atrás de outro. Diariamente precisamos conviver com a insegurança e imprevisibilidade de seu governo que impacta diretamente na vida da classe trabalhadora e da população mais sensível da sociedade. Bolsonaro estimula o ódio e impulsiona o preconceito e empodera a intolerância. Essa opressão institucionalizada faz vítimas todos os dias
GB: Como você avalia a participação LGBTQIA+ na política?
Jean: Acredito que a vulnerabilidade que se encontra hoje o público LGBTIA+, somada com preconceito social contra a nossa população, afasta a comunidade da politica e também dos espaços institucionais. Temos um grande desafio em nossa era: nos politizar para entendermos e lutarmos pelos nossos direitos. Sobretudo o direito de ser, amar e viver. Vencida essa etapa teremos um grande time do amor para fazer o enfrentamento necessário e chegarmos a tão sonhada sociedade justa, humana, fraterna, igual, sem preconceitos e de todas as cores, onde tenhamos orgulho de ser quem somos e não sejamos reprimidos.
Confira a lista de candidaturas LGBTQIA+ de 2022 neste link.
Lista de candidatos LGBTQ+ nas eleições 2022 | Deputados, Senadores, Governadores
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