O estudante Luyz Mariano (PSOL), de 25 anos, concorre a deputado estadual na Paraíba, pela candidatura coletiva É Nóis a Mudança. Natural do Rio de Janeiro (RJ), homem negro e trans, ele mora em João Pessoa (PB). Além de militante LGBT+ e ativista cultural, o candidato também é rapper.

“Eu quero mostrar que nós não precisamos apenas de visibilidade e representatividade, mas também lutar por todos os direitos que qualquer cidadão tem, como: saúde, educação, segurança, entre outros”, afirma o candidato, que divide com Josi Barbosa (PSOL) a candidatura coletiva.
Entre as propostas, eles tratam de temas como educação, diversidade, espaços públicos, agricultura e ambientalismo, saúde e LGBTfobia. “Precisamos eleger pessoas que lutem a favor de nossas pautas e que fortalecem esses movimento”, salienta o candidato, que é um dos entrevistados da semana no especial “Eleições 2022” do Gay Blog BR.

Confira na íntegra a entrevista com Luyz Mariano
GAY BLOG BR: Qual a sua formação e trajetória profissional?
Luyz Mariano: Tenho o ensino superior incompleto (Educação Física) e minha última profissão foi operador de máquinas em uma fábrica no Rio de Janeiro.
GB: O que motivou a se candidatar?
Luyz: A falta de representatividade de pessoas trans, negras e periféricas na política do nosso país, lutando por políticas públicas e de inclusão para as minorias. Eu quero mostrar que nós não precisamos apenas de visibilidade e representatividade, mas também lutar por todos os direitos que qualquer cidadão tem, como: saúde, educação, segurança, entre outros.
GB: Quais os desafios enfrentados ao ser uma candidatura abertamente LGBT+?
Luyz: Por conta da exposição nesse período de campanha e, principalmente, pela conjuntura política atual, estamos expostos a preconceitos diversos. Também sentimos a falta de visibilidade em portais de notícias, que não nos ajudam a mostrar nossas propostas através dos seus canais.
GB: Quais são as suas principais propostas? Há pautas exclusivamente para LGBT+?
Luyz: Aplicação e fiscalização efetiva da Lei nº 11.645/2008, através da LDB, que torna obrigatório o ensino da História da África, da História e das Culturas Afro-brasileiras e indígenas nas escolas das redes pública e privada do país, com punição aqueles que não enquadrarem-se na Lei imediatamente; Os programas culturais realizados nas comunidades também incentivam o apoio à diversidade. Uma maior aceitação e respeito, por parte da sociedade, em relação a todos os moradores da periferia, independente do gênero, raça, profissão, sexo, condições financeiras ou nível de escolaridade; Garantir o uso de espaços públicos como praças, anfiteatros, ginásios… para rodas culturais dando prioridade para cultura de rua e periférica; Incentivo aos pequenos agricultores e à produção livre de agrotóxicos e transgênicos; Aumentar a investigação para ocorrência de crimes ambientais e infrações administrativas lesivas ao meio ambiente; Lutar pela distribuição gratuita dos hormônios para homens trans, mulheres trans e travestis no estado da Paraíba; Ampliação de delegacias Especializada de Repressão aos Crimes Homofóbicos, Racismo e Intolerância Religiosa na capital e nos interiores; Propostas exclusivas para comunidade LGBTQIAPN+; Implementação/ Fiscalização da lei que garante cirurgias para a população trans feita pelo SUS no estado; Apesar do acesso reduzido da população LGBT a direitos econômicos, sociais e culturais, algumas conquistas foram obtidas desde então. Mais precisamente, podem ser citados o direito à retificação de nome e sexo em documentos de identificação de pessoas trans e a especificidade de cuidado no atendimento médico; Estimular a contratação de travestis e transexuais por empresas com mais de 100 empregados na proporção mínima de 3% a 4% dos funcionários. Essas são as principais propostas para a comunidade LGBTQIAPN+.
GB: Quais medidas você acredita serem necessárias para combater a LGBTfobia?
Luyz: O primeiro passo é lutar por políticas públicas de inclusão. No meio artístico, isso ainda é muito comum de lidar, eu sou rapper e tenho amigues que dependem desse meio, mas não são valorizades. Precisamos apoiar artistas e figuras públicas do grupo para ter mais representatividade na cultura. E, na política tem que ser da mesma forma, precisamos eleger pessoas que lutem a favor de nossas pautas e que fortalecem esses movimentos.
GB: O que você pensa sobre o uso e políticas da PrEP?
Luyz: Acho válida toda forma de prevenção a ISTs, de forma que essa prevenção tenha acessibilidade para toda população que necessite fazer o uso delas.
GB: Como você avalia o governo de Bolsonaro?
Luyz: Foi um dos piores governos que nosso país já teve, um homem que é a favor da tortura, incentivador da homofobia e todo tipo de preconceito contra as minorias, não era nem para ser presidente. É um péssimo governo em todos os setores, não tem planejamento, vai se formando de acordo com os acontecimentos, e, além disso que foi um governo criado em base de fake news, e que ainda ganha força e visibilidade através delas.
GB: Qual o diferencial da sua candidatura em relação a outras da Paraíba?
Luyz: Minha candidatura é uma candidatura coletiva com uma mulher preta, feminista e estudante de pedagogia que tem um olhar voltado para educação, temos como uma as principais pautas de nossas propostas que a valorização da educação e da informação para todes podemos conscientizar nossa sociedade e fortalecer as minorias.
Confira a lista de candidaturas LGBTQIA+ de 2022 neste link.
Lista de candidatos LGBTQ+ nas eleições 2022 | Deputados, Senadores, Governadores
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