O deputado federal Marcelo Calero (PSD), que chegou a ser ministro da Cultura durante seis meses no Governo Temer, recebeu convite do prefeito Eduardo Paes para voltar a comendar a Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro. Calero, que atualmente é secretário de Governo e Integridade Pública da cidade carioca, assumirá a função a partir de fevereiro.
“O prefeito Eduardo Paes me convidou para comandar, uma vez mais, a Secretaria Municipal de Cultura do Rio. Muito honrado e agradecido, aceitei o desafio, na certeza de que a cultura tem papel fundamental na construção de uma cidade mais justa, democrática e diversa. Diálogo, gestão e paixão. Vamos com tudo!”, comemorou Marcelo em uma rede social do grupo Meta.
“Acho que o prefeito quis dar uma mensagem política importante, acompanhando o momento do país em que a cultura retorna ao status de ministério e que volta, por isso, a estar na centralidade das políticas públicas. Acredito que a ideia era trazer alguém com histórico nessa área e, mais do que isso, com uma marca de gestão forte, além da legitimidade política de ter passado pelas urnas. Claro que o sarrafo está lá em cima, já que a gestão do Faustini é super bem avaliada. Temos uma responsabilidade grande de consolidar todas as conquistas que ele organizou. A gente chega para avançar mais, com essa forte mensagem política”, disse Calero à redação do GLOBO.

O cargo era ocupado, desde 2021, pelo produtor e diretor teatral Marcus Faustini, que relatou ter se reunido com Calero, pela primeira vez, nesta terça-feira, 24, para tratar de assuntos pertinentes à transição da administração.
“Quando comecei na secretaria, já tinha combinado com o prefeito que cumpriria um ciclo de dois anos à frente da pasta, mas, claro, pensando em reavaliar depois esse tempo. Quero fazer uma boa transição, mostrando os pontos de atenção para o novo secretário. Minha saída não é uma surpresa”, comentou Faustini ao jornal GLOBO.
Na política desde 2013
Atualmente com 40 anos, Marcelo Calero se graduou em direito, em 2004, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), tendo conseguido, no ano de 2019, o título de mestre em Ciências Políticas pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP/UERJ). Pelo seu empenho em defesa da cultura nacional, foi imortalizado na Academia Brasileira de Cultura (ABC).
Em 2013, após indicação de um embaixador com quem trabalhara, foi cedido para atuar na Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, assumindo o cargo de coordenador-adjunto de Relações Internacionais. Naquele cargo, participou da organização da Jornada Mundial da Juventude (2013), cujo ponto alto foi a visita do Papa Francisco em sua primeira viagem internacional como Pontífice. Foi convidado pelo prefeito a assumir a presidência do Comitê Rio450, órgão criado pela gestão municipal para organizar a celebração do aniversário de 450 anos da cidade, com um calendário de mais de 600 eventos comemorativos. Nesse período, lançou o Passaporte dos Museus, que dava descontos ou gratuidades em mais de 40 equipamentos à população.
Na sequência, foi convidado a assumir a Secretaria Municipal de Cultura (2015). Em sua atuação à frente da pasta, foi responsável por projetos como: o Ações Culturais, que, com investimento total de R$ 4 milhões, financiou 85 iniciativas de pequeno porte pela cidade; as Areninhas; as Bibliotecas do Amanhã, equipadas com acesso gratuito à internet, programa educativo de excelência e grade de eventos sócio-educativos; a reforma e inauguração dos teatros Serrador e Ziembinski; a recuperação do Museu da Cidade, reaberto poucos meses após a saída de Calero do cargo; e a entrega do Museu do Amanhã, na Zona Portuária do Rio.
Deixou a secretaria municipal para assumir a Secretaria de Cultura do Ministério da Educação, mas ainda antes de sua posse a pasta recuperou o status ministerial, com a recriação do Ministério da Cultura. Assumiu o cargo do ministro de Estado da Cultura em maio de 2016, nele permanecendo por cinco meses e 28 dias. Em 18 de novembro de 2016, pediu demissão do cargo, após denunciar tentativas de interferência em assuntos da alçada de sua pasta. Na ocasião, afirmou à Polícia Federal ter sido fortemente pressionado por Geddel Vieira Lima, Temer e outros membros do governo a rever decisão técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), negando licença para um empreendimento imobiliário na Bahia, no qual Geddel possuía um apartamento. Geddel negou a acusação e o porta-voz do Governo Michel Temer negou que o presidente houvesse pressionado o ex-ministro a tomar decisão que “ferisse normas internas ou suas convicções”, apesar de confirmar reuniões de Michel Temer e Calero para “solucionar impasse” com Geddel. O episódio, no entanto, resultou no pedido de demissão de Geddel, abrindo espaço para sua posterior prisão em decorrência da perda de seu foro privilegiado. O caso teve repercussão internacional, abrindo a maior crise do Governo Michel Temer até então.
A filiação ao Partido Popular Socialista (PPS) ocorreu em 2018 e, nas eleições daquele ano, em sua segunda disputa ao cargo, foi eleito deputado federal. Após ser a única pessoa LGBTQIA+ no primeiro escalão do governo Temer, foi uma das três pessoas LGBT+ eleitas parlamentares federais em 2018. Por outro lado, sua pauta de campanha eleitoral não foram os direitos LGBTI.
Em janeiro de 2021, foi nomeado pelo prefeito Eduardo Paes como Secretário de Governo e Integridade Pública do Rio de Janeiro, tornando-o responsável pela implantação de um programa de compliance na gestão do município. Em março de 2022, Calero filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD), mesmo partido de Paes. Além disso, costumou reassumir o cargo de deputado federal durante votações julgadas mais importantes, alternando as licenças dos dois mandatos.
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