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A dor durante o sexo anal, conhecida como anodispareunia, é uma condição que causa grande incômodo e afeta muitos homens durante a penetração. Para esclarecer essa questão, o especialista em fisioterapeuta pélvica Mauro Barbosa Jr, coordenador do Departamento LGBTQIA+ da Associação Brasileira de Estudos em Medicina e Saúde Sexual (ABEMSS), foi consultado e explicou sobre as causas dessa dor e os tratamentos disponíveis para promover uma vida sexual mais confortável e satisfatória.

Mauro Barbosa Jr (Foto: reprodução/Instagram/@maurobarbosajr_fisio)

Segundo o Project Sigma, um estudo de redução de risco de HIV realizado com 232 homens declaradamente gays da Grã-Bretanha, 31% deles evitam sexo anal devido à dor física. Já a pesquisa do Jornal of Sex & Marital Therapy, conduzido pelos pesquisadores Rosser, Metz, Bockting e Buroker, apontou que 61% dos entrevistas relataram ter sentido do no sexo anal receptivo em algum momento da vida, enquanto 16% relataram dor frequente durante o ato.

Causas da dor anal durante o ato sexual

As causas dessa dor incluem condições proctológicas como hemorroidas e fissuras anais, além de uma tensão elevada dos músculos ao redor do ânus. Outras razões podem ser a falta de lubrificação adequada, a técnica e experiência do parceiro, práticas sexuais específicas como fisting, e o tamanho do pênis.

Fatores socioculturais também podem influenciar. A homofobia internalizada e o medo de sujar o parceiro podem contribuir para a tensão muscular. Além disso, traumas emocionais e experiências abusivas podem agravar a situação, tornando a relação sexual dolorosa.

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Mauro ressalta que nossas experiências sexuais, começando na puberdade, moldam nossos padrões de comportamento sexual. Experiências iniciais de sexo anal com dor, devido à falta de habilidade ou conhecimento, podem levar à crença equivocada de que a dor é uma parte natural do prazer anal. “Um reforço negativo, mesmo que não intencional, pode levar a um padrão disfuncional sexual“, explica.

Persistência na dor pode levar a uma resposta de contração protetora contínua dos músculos do assoalho pélvico, criando um ciclo vicioso de dor e tensão. “É como se estes músculos aprendessem a ficar sempre contraídos, tensos o tempo inteiro. Isso acontece por um mecanismo de evitação da dor, que pode antecipar o ato sexual em si e até ciclar outras disfunções coloproctológicas, como dificuldade evacuatória, por exemplo“, relata o fisioterapeuta. Nesses casos, a fisioterapia pélvica pode ser um tratamento eficaz, ajudando a relaxar os músculos e reduzir a dor.

Se a dor persistir, deve-se procurar um profissional

Para diagnosticar a anodispareunia como uma disfunção sexual, é necessário considerar a duração da dor (mais de três meses), a intensidade do sofrimento (que limita ou incapacita) e o contexto (relacionado ao parceiro ou fatores culturais).

Entender as causas da anodispareunia é fundamental para seu tratamento. Em muitos casos, a educação sobre saúde sexual, incluindo técnicas de relaxamento anal, higienização e lubrificação, pode ser suficiente. Para casos mais graves, Barbosa Jr afirma que é essencial procurar um profissional de saúde especializado para um diagnóstico e tratamento adequados.

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