A falta de falta de representatividade foi uma das motivações para Luiza concorrer a deputada distrital pela Coletive Chão. “As candidaturas coletivas tem tem sido uma forma de distribuição de poder e renovação política”, afirma a candidata.
“[…] Vale ressaltar que eu só estou nessa [eleição] por se tratar de uma candidatura coletiva, pois se fosse uma candidatura individual, eu não conseguiria ter estrutura financeira e nem psicológica para enfrentar uma candidatura”, acrescenta ela.
Ao lado de Luiza, também integram a candidatura coletiva Lêda de Freitas, Lukas Chaparral e Sheila Campos. “Temos como base e um dos nossos pontos altos a criação de políticas públicas que possam garantir o acesso de pessoas trans e travestis ao mercado de trabalho”, conta a candidata.
Confira a entrevista de Luiza Cruz, da Coletive Chão, na íntegra
GAY BLOG BR: Qual a sua formação e trajetória profissional?
Luiza Cruz: Não tenho formação universitária. Infelizmente não consegui estudar, tive que desistir da escola muito cedo. Sendo assim, sempre estive no sub-emprego, geralmente trabalhos precarizados e com salários bem baixos.
GB: O que motivou a se candidatar?
Luiza: A falta de representatividade política atuante para população LGBTQIAPN+ principalmente a falta de representantes Trans, além da proposta de ser em formato coletivo. As candidaturas coletivas tem tem sido uma forma de distribuição de poder e renovação política.
GB: Quais os desafios enfrentados ao ser uma candidata abertamente LGBTQ+?
Luiza: Somos uma população historicamente invisibilizada, então, se por como co-candidata dentro desse processo político cis normativo e branco que existe no pais. É uma luta diária contra esse sistema que diz que eu não posso e que eu devo. E vale ressaltar que eu só estou nessa [eleição] por se tratar de uma candidatura coletiva, pois se fosse uma candidatura individual, eu não conseguiria ter estrutura financeira e nem psicológica para enfrentar uma candidatura.
GB: Quais são as suas principais propostas? Há pautas exclusivamente para LGBTQ+?
Luiza: Somos uma candidatura coletiva pelo Distrito Federal. Temos com base e um dos nossos pontos altos a criação de políticas públicas que possam garantir o acesso de pessoas trans e travestis ao mercado de trabalho (a exemplo do projeto transcidadania de São Paulo); Ampliação e reestruturação de equipamentos públicos que atendem essa população, mas que estão sucateados ou negligenciados, como: Creas da Diversidade,; Ambulatório Trans, Decrin (DELEGACIA ESPECIAL DE REPRESSÃO AOS CRIMES POR DISCRIMINAÇÃO RACIAL, RELIGIOSA OU POR ORIENTAÇÃO SEXUAL OU CONTRA A PESSOA IDOSA OU COM DEFICIÊNCIA); Treinamento e capacitação de profissionais da saúde, bem como de outros órgãos públicos para que possam fazer um atendimento mais humanizado e especializado para população LGBTQIAPN+; Banheiros neutros em espaços públicos; Sistema de cotas para universidades, órgãos do GDF e Empresas.
GB: Quais medidas você acredita serem necessárias para combater a LGBTfobia?
Luiza: Maior rigidez na lei Lei 7.716/2018 e criação de uma lei específica. Além de campanhas de conscientização, para desmistificar a ideia de marginalização e demonizaçao posta para essa população.
GB: O que você pensa sobre o uso e políticas da PrEP?
Luiza: Importantíssimo, principalmente tendo em vista que 95% população trans no Brasil, sobrevive de prostituição. Considero indispensável
GB: Como você avalia o governo de Bolsonaro?
Luiza: Desastroso o pior governo de todos os tempos, um governo pautado na mentira e no ódio contra as mulheres, contra população LGBTQIAPN + contra Negros, pobres, um governo que desestimula a construção de um país democrático. Um governo genocida e ecocida.
GB: Como é viver no Brasil, sendo transexual?
Luiza: O Brasil é o país que mais assassina pessoas trans e travestis em todo o mundo, é geralmente são assassinatos carregados de muito ódio, temos vistos manas e manos sendo assassinadas das formas mais cruéis possíveis, por exemplo temos a Dandara que foi espancada a pauladas no meio da rua, muita gente gravando e ninguém ajudando, temos caso em que uma mana é assassinado a e tem seu coração arrancado. Então viver nesse país, é desafiador, e viver com medo, e sentir na pele a sensação de que a qualquer momento será morta, você acorda de manhã viva, mas não sabe se chega a noite. Sobreviver a tudo isso é um ato de resistência.
Confira a lista de candidaturas LGBTQIA+ de 2022 neste link.
Lista de candidatos LGBTQ+ nas eleições 2022 | Deputados, Senadores, Governadores
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