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Conselho Municipal do Museu de Arte do Rio (Conmar) divulgou nesta terça-feira (3) que cancelou as negociações para trazer à cidade a exposição “Queermuseu”, após veto da Prefeitura do Rio.

“Aqui no Rio a gente não quer essa exposição. Saiu no jornal que ia ser no MAR. Só se for no fundo do mar, porque no Museu de Arte do Rio, não”, disse Crivella.

Obra da exposição ‘Queermuseu’, fechada pelo Santander Cultural em Porto Alegre (Foto: RBS/Reprodução)

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“Lamentamos o modo como este debate tem sido inflamado por intensas polêmicas, que levaram a Prefeitura do Rio de Janeiro, por ser este um museu de sua rede municipal de equipamentos culturais, a solicitar a não realização de Queermuseu – cartografias da diferença na arte brasileira no MAR”, diz parte do texto.

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Algumas imagens da mostra foram consideradas ofensivas por pessoas que classificam o conteúdo como um “incentivo à pedofilia, zoofilia e contra os bons costumes”. Em 10 de setembro, a exposição foi cancelada em Porto Alegre, após protestos e ataques nas redes sociais e no próprio interior do museu Santander Cultural.

O prefeito Marcelo Crivella (PRB), em entrevistas e mensagens em redes sociais, já havia se manifestado publicamente contra e disse que não permitiria a mostra.

Mesmo com a interrupção das conversas para um possível acordo com os responsáveis pela exposição, o Conmar se disse favorável à mostra e a qualquer outra “que contribua para o exercício da arte como fundamento de nosso processo civilizatório”. Na nota, o conselho lamentou:

“O Conmar foi instituído em 2013 e é formado por nove membros – dois ligados à Secretaria municipal de Cultura, incluindo a titular da pasta Nilcemar Nogueira. O conselho recomendou ainda que o MAR “promova, abrigue e amplie o debate e as reflexões em torno do papel da arte, das instituições e de toda a sociedade para a construção da diversidade e da produção de diálogos calcados na escuta e no respeito às diferenças”.

Por fim, o Conmar disse que o museu e a Secretaria municipal de Cultura “mantenham um diálogo constante, afim de que exposições dedicadas às questões pungentes do nosso tempo continuem a ser realizadas”.

Também em nota, a Secretaria Municipal de Cultura rebateu o Conmar: “Discussões sobre diversidade, respeito às diferenças e inclusão têm sido colocadas em pauta pela atual gestão, de forma democrática e participativa. Exemplo disso é a programação que a Secretaria Municipal de Cultura elaborou para o mês de outubro – no calendário oficial da Prefeitura, nosso “Mês da Diversidade” – que terá dezesseis atividades cuja tônica é a discussão da diversidade sexual e de gênero“.

A exposição reunia mais de mais de 270 obras, de 90 artistas plásticos. A mostra Queermuseu foi descrita pela instituição que a exibiria no sul como “uma iniciativa inédita que explora a diversidade de expressão de gênero e a diferença na arte e na cultura em períodos diversos”.

Procuradoria a favor da mostra
Após a polêmica em Porto Alegre, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal (MPF) do Rio Grande do Sul, recomendou ao Santander Cultural a “imediata reabertura” da exposição Queermuseu. O centro cultural, no entanto, informou que a mostra – de “cunho privado” – não será reaberta.

O procurador da República Fabiano de Moraes disse que o precedente do fechamento de uma exposição artística “causa um efeito deletério a toda liberdade de expressão artística, trazendo a memória situações perigosas da história da humanidade, como os episódios de destruição de obras na Alemanha durante o período de governo nazista”.

Além disso, para o procurador, as obras que provocaram maior revolta não apresentam apologia ou incentivo à pedofilia, conforme manifestação dos promotores que visitaram as obras.

Alerj repudia
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) também entrou na cruzada contra a vinda da exposição “Queermuseu” para o Rio. Quarenta deputados assinaram a “Moção de repúdio e indignação” à vinda da mostra o Museu de Arte do Rio, apresentada semana passada pelo líder do DEM, Milton Rangel.

Como a quantidade de assinaturas representa maioria absoluta dos integrantes da Casa, composta por 70 parlamentares, a moção ganhou caráter de manifestação política da Alerj, foi aprovada automaticamente e será publicada integralmente no Diário Oficial do Poder Legislativo.

O documento ressalta que a exposição “utilizou verbas públicas para ferir a legislação vigente e agredir a formação moral, bons costumes e valores familiares da população fluminense”, estende as críticas ao curador da mostra, Gaudêncio Fidelis, e critica a falta de classificação etária, que “constrange famílias sem aviso prévio”.

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Obra de Milton Kurtz
Obra de Adriana Varejão

Entrada da mostra em Porto Alegre (foto: O Globo)



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