Em 2017, Arthur Benozzati (30) viralizou nas redes sociais ao postar uma foto sua uniformizado com um macacão azul marinho, ganhando o apelido de “Médico Gato do Samu“. Meses depois, Benozzati ganhou a web novamente, mas desta vez com visual metrossexualmente caprichado. Fotos suas viralizaram acompanhadas de adjetivos femininos sufixados com “h”, como “Masculynah“. O médico pegou para si o sucesso do meme e transfomou a fama repentina em um negócio lucrativo.


Em entrevista bem humorada ao GAY BLOG BR, Benozzati falou sobre os mais diversos assuntos – com muito “H” ao final das palavras.
Quem era o Arthur antes da fama? Você trabalhava como socorrista?
Na verdade, pouca coisa mudou. Antes de ser famosah, fazia exatamente o mesmo: era médico, trabalhava e estava buscando me especializar em uma área que já era de meu interesse. A minha rotina era praticamente a mesma. O que realmente mudou foi a visibilidade e tudo isso aconteceu em 2017. Meu primeiro emprego foi como médico socorrista no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Eu postei uma foto com o uniforme e viralizou. Dormi e quando acordei eu virei o Médico Gato do SAMU: um sex symbol héterotop no Brasil. Eu fiquei chocadah.
Lembro como se fosse hoje. Eu havia deixado o meu trabalho no domingo e na segunda-feira foi uma loucura na internet. Os grupos de Facebook estavam fervorosos (Gina Indelicada, Alfinetei, Barbie sem Ken e muitos outros). Todos compartilhavam minha foto e usavam frases do tipo “Quero ser socorrida por ele”, “Vem apagar meu fogo”. Eu tomei um susto repentino, mas adorei a exposição e todo carinho.
Em algum momento se sentiu mal ao se ver nessas páginas de humor?
O primeiro impacto como meme foi agradável. As pessoas me viam como: o cara bonito, gostosão e isso elevou a minha autoestima. Em um segundo momento, viralizei novamente, mas desta vez como o cara gay, afeminado, que teria supostamente enganado a mulherada. É importante deixar claro que isso nunca aconteceu até porque eu sempre fui muito transparente com isso. Sofri uma espécie de “julgamento”, onde apontavam meus defeitos, faziam chacota e outras críticas. Nada disso foi ruim, pois graças a este fato, eu pude trabalhar na construção dessa persona e ressignificá-la. Isso fez com que eu ganhasse muito dinheiro. Eu sou ricah (risos).

O que mudou na sua vida, além dos 540 mil seguidores no Instagram?
Além da fama e do carinho das pessoas, me permitiu conhecer muita gente legal, viajar, realizar novos projetos, como o Tour da Masculynah. Também consegui realizar novos trabalhos para internet e isso me possibilitou uma segunda renda.
Com o isolamento social, as pessoas ficaram mais tempo na internet. Apesar de não acontecerem trabalhos de “presença VIP” em eventos, alguns influencers, como Felipe Neto, comentaram que ganharam mais durante este período. Foi o seu caso?
Antes da pandemia ganhei bastante dinheiro na internet. Durante a pandemia, por incrível que pareça, foi a época que mais ganhei, pois todo mundo estava em casa e consumindo mais conteúdo na internet. Não costumo participar de eventos até porque era bem difícil de conciliar as agendas. Acredito que agora, morando em São Paulo seja mais fácil. Eu sou uma pessoa muito tranquila. Gosto de reunir poucos amigos, de fazer um jantar legal ou conhecer um restaurante bacana, tomar um bom vinho ou champanhe, adoro relaxar com o Clayson, ver uma série e cuidar da beleza, além de viajar bastante.
E os haters, ainda existem? Como você lida? Responde, bloqueia ou ignora?
Estou achando eles tão sumidos. Gostaria de dizer que a porta está aberta (risos). Eu adoro os haters, pois eles acabam alavancando nossa fama. No meu caso especificamente, não entro em polêmicas, não curto tretar com outros famosos e isso talvez tenha afastado os haters. Também sou bastante seguro, tenho minha autoestima inabalável e me divirto com o deboche e tudo mais. Atenção haters: vamos tomar um café?

Houve um tempo com muitas cobranças a você em relação a posicionamento político. Você votou no Bolsonaro na última eleição? Se sim, se arrepende?
É uma temática fatigante, pois as eleições aconteceram há 2 anos atrás. Eu não entendo nada de política, assim como também detesto falar sobre. Não tenho esperança alguma nos políticos brasileiros.
Como você avalia o Brasil sob gestão de Bolsonaro?
O adm tá off.
Você tem 30 anos e é muito vaidoso, já fez lipoaspiração, bichectomia, peeling, preenchimento de queixo e de olheiras, etc. Tem ideia de quantos procedimentos já fez? Está satisfeito atualmente ou tem planos próximos para novos procedimentos?
Enquanto houver procedimentos estéticos e cirurgias, estarei belíssimah! Fiz poucas intervenções e estou satisfeito. Caso pretenda fazer outros, com certeza compartilharei com todos.
Já considerou posar nu?
Eu adoro o nu, mas não posaria não.
Clayson (marido de Arthur) é tão vaidoso como você? Ele tem planos de se tornar influencer? Com o que ele trabalha?
Clayson é um grande companheiro que, além de marido, é o gerenciador de tudo. Sua formação acadêmica é Arquitetura, porém ele nasceu para ser um grande empreendedor. Eu acredito que tenho talento, tenho habilidades e obviamente tenho um homem que soma ao meu lado. Sou muito agradecidah! Ele é mais tímido na rede social e não tem pretensões de ser um “influencer”, embora tenha quase 50 mil seguidores no Instagram.
E como vocês se conheceram? Estão juntos há quanto tempo?
Estamos juntos há 4 anos. Nos conhecemos pelo Instagram, conversamos por 3 semanas e nos encontramos pessoalmente. Foi bem rápido e deu tudo certo.

Voltando um pouco às origens, você nasceu em Sousa, uma cidade de apenas 70 mil habitantes, no interior da Paraíba. O preconceito foi grande? Você ainda mantém contato com pessoas da sua cidade natal?
Desde criança sofri bullying: na escola, na faculdade ou em qualquer lugar que eu fosse. Sempre fui muito transparente e espontâneo. Nunca me prendi a versões fictícias do meu “eu”. O que mais prezo na vida é a liberdade, embora tenha tido muitos fantasmas emocionais, isso foi me fortalecendo e, hoje, ser gay é algo muito simples na minha vida. Enfrentei tudo com honestidade, respeito e alegria.
E como é a relação com os seus pais no que se refere a sua orientação sexual e toda essa exposição que você tem hoje?
Não temos tanto convívio hoje em dia, pois vivemos em lugares distintos. Hoje moro em São Paulo e eles moram no interior da Paraíba. Sobre orientação sexual e exposição, eles não falam muito sobre. Eu procuro viver a minha vida com dignidade, assim como eles. Não precisamos concordar em tudo!

Recentemente você lançou um videoclipe. Quais são os próximos passos? TV? Novela? Cinema? Quais seus planos pós-pandemia?
Eu estou abertah à todas as possibilidades. Estamos gravando um reality e um talk show divertido. Além disso, quero poder lançar músicas, filmes, séries, bem como participar de programas e viajar muito com o Tour da Masculynah, podendo me aproximar cada vez mais dos meus fãs e conhecendo lugares do Brasil e do mundo.
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