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Em um panorama midiático onde a representatividade é frequentemente diluída em favor do apelo comercial, “Cartas pra Pepita” se destaca como um bastião de autenticidade e inclusão. A nova temporada, que se desdobra sob os holofotes do Terra a partir desta quarta-feira, 8 de novembro, não é apenas uma continuação de uma série de sucesso; é a consagração do talento e da determinação de Pepita, uma artista que se tornou um ícone de vanguarda e uma fonte de inspiração na comunidade LGBTQIA+.

A jornada até o lançamento desta nova fase é repleta de nuances e descobertas pessoais. Como editor-chefe, fui convidado a cobrir os bastidores do programa e vivenciei uma tapeçaria de sensações, desde o reconhecimento inesperado de Grag Queen no saguão, despojada de seu personagem, até o encontro com Pepita, cuja presença transforma o dia da semana em uma celebração vibrante da existência. A odisseia para alcançar o estúdio, com suas escadas e elevadores em um arranha-céu na Avenida Berrini, espelha a trajetória de Pepita: uma escalada que desafia barreiras, tanto físicas quanto simbólicas.
O estúdio do Terra, que conta com seis câmeras 4k robotizadas, serve como o cenário onde Pepita, com sua genuinidade e carisma, revela as diversas facetas de sua personalidade. A ausência de roteiros ou teleprompters sublinha a autenticidade de seu improviso; cada episódio é uma celebração da vida em sua forma mais pura. “Tem uma estrutura que eu acho que é digna do meu talento e do que eu acredito. E é um programa que merece ser tratado com muito carinho, é meu bebezinho”, orgulha-se a apresentadora.
O novo “Cartas pra Pepita” está dividido em três blocos: leitura de cartas, o novo quadro chamado “Fala, povo!” e entrevistas com convidados. O programa, que será amplamente distribuído nas redes sociais do Terra e da Pepita, começa com a clássica leitura da carta de um fã, que conta dilemas sobre relacionamentos amorosos, família, carreira, sonhos e muitos outros assuntos que permeiam a vida de todos nós. Em seguida, a apresentadora leva o tema central da carta para debate com as personalidades convidadas, direto do sofá nos estúdios Terra. Para enriquecer a conversa, o repórter Roberto Bete traz a opinião do público nas ruas sobre os assuntos tratados durante o programa.
Quadro favorito de Pepita, “Fala Povo!” é um testemunho da conexão inabalável que ela mantém com seu público. É uma janela para a empatia e o carinho que fluem das ruas para o estúdio, reafirmando que, apesar da distância mediada pela tecnologia, a conexão humana prevalece.
“O ‘Fala Povo!’ eu amo! Eu amo saber que as pessoas na rua têm um carinho enorme por mim e pelo meu programa. E eu amo saber que as pessoas param para falar com o meu repórter e deixam sempre uma mensagem de carinho comigo. Então é muito gostoso saber que as pessoas me acompanham por uma tela de telefone e têm esse prazer de falar comigo numa tela enorme, que é do programa”, diz Pepita.
A curadoria dos convidados desta nova temporada de “Cartas pra Pepita” reflete um compromisso com a diversidade e a educação social. Pepita destaca a importância de escolher personalidades que ressoem com o espírito do programa e que compreendam a seriedade de questões com dignidade.
“A gente sempre se preocupa com aquele convidado que já falou alguma besteira, com aquele convidado que não sabe o que é respeito, o que é racismo, o que é transfobia, o que é ter uma travesti apresentadora de um programa que fala de amor e de relacionamento. E a gente só tem essa preocupação. O resto, é uma pegada de humor, de carinho e um puxãozinho de orelha para quem merece”, conta a artista.
A presença de convidados a cada episódio promete enriquecer o diálogo e desafiar as perspectivas do público: “Todos os convidados foram muito surpreendentes. A Bruna Gonçalves, Aline Torres (Secretária Municipal de Cultura de São Paulo), o Esse Menino e umas surpresinhas que eu não posso falar. Foi maravilhoso a gente conseguir deixar as pessoas bem à vontade e trocar figurinhas pra gente montar um álbum legal. Pra mim e para os convidados também”.
O “Cartas pra Pepita” já foi para o Youtube, virou livro e agora entra na marca editorial “Nós”, do Terra, hub de conteúdo que aborda e discute temas sobre diversidade, questões de gênero, raça, comunidade LGBTQIAP+, pessoas com deficiência, público 50+ e populações indígenas. “Ter a Pepita no Terra, fortalecendo ainda mais a vertical ‘Nós’, mostra o quanto estamos alinhados com o nosso papel de sermos uma plataforma inclusiva e diversa. Essa parceria já nasce forte e temos certeza de que será um sucesso de audiência”, comenta Manoela Pereira, Head de Conteúdo do Terra.
E o sonho de Pepita para o futuro de “Cartas” é tão grandioso quanto seu talento: ela almeja levar o programa para os palcos, buscando uma interação ainda mais direta e palpável com seu público. “Eu sonho voar, incomodar, crescer, evoluir e pisar em um teatro, para ouvir a sua história ao vivo e eu responder do meu jeitinho”, revela Priscila Nogueira, atualmente com 40 anos de idade.

Em um momento de transformações políticas e sociais, Pepita vislumbra um futuro onde a comunidade LGBTQIAP+ avança com passos decididos, fortalecendo-se a partir de sua própria criatividade e resiliência, sobretudo após as eleições de 2022.
“Eu acho que este ano mudaram algumas coisas. Melhoraram algumas coisas. Este ano a gente está engatinhando e ficando com o joelho ralado. Eu acho que no ano que vem a gente vai começar a andar. Se fortalecer sem precisar de um andador”, reflete a mãe do pequeno Lucca Antonio, de um ano de idade.
A analogia da fase “mãe” com a parte de “engatinhar” desta entrevista é particularmente poética e significativa, as palavras ressoam com uma promessa de crescimento e fortalecimento, uma previsão otimista para o futuro da comunidade e do programa. Assim como uma mãe acompanha os primeiros passos incertos de seu filho, Pepita observa a comunidade LGBTQIAP+ encontrar seu lugar e sua voz em um cenário muitas vezes hostil.
“Acho que a comunidade LGBTQIAP+ – e que possa aparecer mais e mais letrinhas -, nós somos pessoas que somos cercadas, na realidade, de motivação. Tudo, para gente, tem que nos motivar e fazer a gente acreditar. Se a gente acredita no amor, se a gente acredita no viver, se a gente acredita na palavra resistência, renovar, para gente, faz parte do nosso vocabulário”, reflete a cantora.
Essa energia criativa é um reflexo da própria essência de “Cartas pra Pepita”, que se reinventa para refletir e celebrar as muitas cores do espectro humano. A nova temporada é um manifesto de vida, um convite para abraçar a diversidade e celebrar a existência em todas as suas formas, sobretudo pela forma como reflete a jornada de uma comunidade que, como uma criança que engatinha, está aprendendo a se firmar e a caminhar com confiança em um mundo que ainda está se adaptando à sua presença vibrante e inegável.
À medida que a nova temporada de se desenrola, o público pode esperar não apenas entretenimento autêntico, mas também um espaço de diálogo, aprendizado e celebração. É uma plataforma onde a diversidade é não somente aceita, mas exaltada; onde a representatividade não é um mero detalhe: é o coração pulsante do programa. “Cartas pra Pepita” está destinado a ser mais do que um programa de sucesso – é um movimento cultural, um farol e um símbolo de tudo o que podemos alcançar quando abraçamos quem somos com coragem, amor e um toque de fabulosidade.
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