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Angela Ro Ro concedeu uma entrevista ao jornal O Globo comentando um pouco sobre sua carreira, pioneirismo em se assumir lésbica e seu retorno aos palcos no próximo dia 18 de janeiro, no Teatro Rival, no Rio de Janeiro. Ao longo do papo, ela diz que “sair do armário” é algo muito sadio, mesmo com os desafios.

“E acho que, de uma certa forma, eu continuo sendo (a única cantora lésbica da MPB). Lésbica diamante, invicta. E fui quem inaugurou isso, a beijos e tapas. Desde a primeira entrevista, eu abri a boca e falei. Perguntaram se eu era bissexual e eu disse que só tinha uma genitália. Nunca tive caso com homem, acredite se quiser.

Acho que sou lésbica diamante, mereço fila de prioridade. Eu fiz isso há 40 anos, levei um pouquinho na cara, mas acho que valeu a pena ser corajosa. E estou achando muito boa essa liberdade de hoje, as pessoas saindo do armário, acho isso muito sadio”, disse.

Angela Ro Ro foi pioneira em se assumir lésbica (Foto: Reprodução)
Angela Ro Ro foi pioneira em se assumir lésbica (Foto: Reprodução)

Atualmente apaixonada, sem citar o nome, ela diz que está casada com uma mulher “linda, divina, maravilhosa, inteligente, boa de caráter, uma pessoa maravilhosa”. Além disso, ela comenta também um pouco sobre seu vício em drogas.

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“Em 1999, eu recuperei minha saúde de uma década de 90 não muito estável. Eu estava com 130 quilos, passei para estes 60 que fui mantendo graças a dietas. Larguei um monte de vícios. Do tabaco, infeliz, que é o mais difícil de se largar e o mais fácil de se achar, à bebida, que até criança compra. Se esses dois já detonam, imagina os outros vícios…”

“30 anos atrás eu ficava parada no palco em uma marca: do lado de um cinzeiro e de um copo de uísque com gelo. Hoje em dia eu estou livre! Eu não voltaria aos meus 40 anos, de jeito nenhum! Aos 70 anos eu danço, não paro quieta, canto ‘Malandragem’ pulando que nem um cachorrinho. Cansa um pouco, mas cansa normal. Eu saía do palco mais cansada quando estava com 40, 45 anos. Estou me sentindo maneira”.

A IMPORTÂNCIA EM SAIR DO ARMÁRIO

A autoaceitação é o primeiro processo para a pessoa ser feliz (Foto: Superinteressante)
A autoaceitação é o primeiro processo para a pessoa ser feliz (Foto: Superinteressante)

De acordo com o psicólogo Paulo Cogo em uma entrevista ao canal Lado A, expor publicamente e naturalmente a sua orientação sexual é um processo “essencial para a construção e afirmação de uma identidade gay positiva e afirmativa” e que, ficar no armário, é sempre algo negativo.

Para ele, existem vários tipos de gays e vários níveis de “estar dentro do armário”, sendo uma referência tanto para aqueles que negam que são homossexuais para si mesmos, quanto aqueles que se aceitam, mas não expõem para os outros ou simplesmente dizem que são heterossexuais.

“Neste grupo [de homossexuais que se aceitam, mas não falam nada] muitos gostariam de sair do armário, mas têm medo, problemas de autoconhecimento ou de auto-estima, ou ainda, não sabem como sair do armário, ou seja, precisam de ajuda para iniciar o processo. Independente dos motivos que levam um homossexual a permanecer dentro do armário os efeitos para eles próprios e para os demais homossexuais é sempre negativa.”

É importante frisar que, para todos os gays que saíram do armário, é praticamente unânime o discurso de que “se assumir” foi a melhor decisão. Mesmo com todos os conflitos que possam surgir e os desafios que vêm pela frente, como enfrentar a sociedade, a repressão da própria família, perda de eventuais pessoas que você considerava amigos, sempre haverão pessoas que te amam e aceitam você do jeito que você é.

Há casos em que uma “barreira é quebrada”, como apontou o Luba em um vídeo que fala sobre sua orientação sexual; há casos em que as pessoas já sabem e, a partir do momento que você fala, elas ficam felizes em você contar algo tão íntimo para elas também.

“Se pudesse voltar no tempo e falar com meu eu adolescente, diria que ela não está sozinha. Que muito mais gente no mundo sente a mesma coisa. Que ter uma forte atração por mulheres, e ao mesmo tempo um desejo forte de tornar-se uma, não quer dizer que somos ‘pervertidas’ nem é motivo de vergonha. Significa que somos mulheres transgênero e lésbicas.

É possível ser as duas coisas. Diria para mim mesma para aguentar firme, porque nossa hora chegaria. Um dia sairíamos do armário e descobriríamos que as pessoas mais importantes das nossas vidas nos aceitam e continuam nos amando. É possível ser feliz nesta vida, afinal de contas.” – Melody Maia Monet, YouTuber de Orlando que saiu do armário como mulher transgênero aos 39 anos (via HuffPost Brasil)

Sair do armário | Eliseu Neto




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Jornalista formado pela PUC do Rio de Janeiro, dedicou sua vida a falar sobre cultura nerd/geek. Gay desde que se entende por gente, sempre teve desejo de trabalhar com o público LGBT+ e crê que a informação é a a melhor arma contra qualquer tipo de "fobia"