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O roteirista e cineasta Fernando Grostein revelou que foi vítima de estupro duas vezes. O paulista, que é irmão do apresentador Luciano Huck, deu a declaração em entrevista à Revista Piauí, ao jornalista João Batista Jr, divulgada nesta quarta-feira (31).

Eu era um adolescente com traços bastante andróginos. Quando tinha 14 anos, durante uma festa em uma boate, homens me seguraram à força e penetraram meu ânus com o dedo. Desde então, passei a anular o meu modo de ser: empostava a voz, para fazê-la mais grossa, e me reprimia na hora de caminhar, para parecer mais masculino“, revelou Grostein.

Fernando Grostein (Foto: Reprodução)

De acordo com o cineasta, o episódio ocorreu depois dele ter aparecido em uma  reportagem de TV sobre flores. No vídeo, Grostein falava da paixão por plantas. “Foi uma matéria linda sobre um menino que cultivava plantas para escapar da dor do luto. Fiquei feliz e orgulhoso, mas houve um efeito colateral: a reportagem virou a minha vida de ponta-cabeça. Passei a ser chamado de ‘florzinha’ na escola. A minha voz e meu jeito de andar foram alvos de piada”, contou.

Durante a entrevista, ele ainda disse que foi vítima de estupro pela segunda vez já adulto. “Aos 28 [anos], fui estuprado mais uma vez, porém sobre este episódio não consigo falar ainda”, desabafou Grostein. O cineasta também revelou que sofreu assédio e foi sequestrado por um garoto de programa: “Aos 18 anos, sofri assédio sexual. Aos 20, vivendo sempre às escondidas e com medo, fui sequestrado por um garoto de programa”.

- BKDR -
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Outras experiências sexuais também marcaram Grostein. “Na juventude, amigos me forçaram a transar com uma mulher que havia posado para Playboy. Foi quando perdi a virgindade, aos 17 anos. A homofobia pode ser tão cruel que é capaz de tirar o direito de a pessoa ter sua primeira relação sexual de maneira privada, com quem deseja e escolheu de verdade“, relatou o cineasta.

Grostein também recordou a perda de um amigo, que tirou a própria vida em decorrência do preconceito. “Existem várias maneiras de mata um gay. Você pode matar agredindo-o fisicamente ou tirando a dignidade dele, a ponto de não reconhecer seu próprio desejo como legítimo. Na adolescência tive um grande amigo que também foi uma paixão. O máximo que conseguimos fazer foi nos masturbarmos um diante do outro, sem nos encostarmos. Depois de ejacular, apagamos a luz. Nunca mais tivemos coragem de falar nesse assunto. […] Pouco anos depois, meu amigo se matou. Não suportou a homofobia“, comentou o paulista.

Fernando Grostein (Foto: Reprodução)



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