Com rosto de garoto travesso, Leonardo Miggiorin, mineiro de Barbacena (MG), no mês vem completará 39 anos. Ator versátil, iniciou a carreira no teatro aos 12 anos e, de lá pra cá, não parou mais.
Formado em Artes Cênicas e Psicologia, Miggiorin também estudou ballet. Conhecido pelo personagem Zezinho da minissérie “Presença de Anita” (2001), muitas pessoas acham que este foi o debut do ator na TV. Na verdade, sua estreia aconteceu em 1999, no infantil “Flora Encantada” e, logo depois, emendou com várias novelas em diferentes emissoras, como “Essas Mulheres”, “Senhora do Destino”, “Viver a Vida”, “Insensato Coração”, “Malhação”, “A Terra Prometida”.
Leonardo Miggiorin participou de seriados, programas e minisséries, tais como: “Sob Nova Direção”, “Toma Lá, Dá Cá” e “Casos e Acasos”. A sétima arte também não ficou de fora do currículo do ator, que atuou em “Em Nome do Pai”, “Mistéryos”, “Colegas” e “Nova Amsterdam”. Isso sem esquecer de mencionar o teatro.
Com uma agenda repleta de compromissos profissionais e pessoais, o ator arranjou um tempinho para conversa com exclusividade para o GAY BLOG BR em que abordamos os mais diversos assuntos, desde política, arte e redes sociais.

Além de ator, diretor e cantor, você é formado em psicologia. Você exerce a profissão de psicólogo também?
Eu sempre quis estudar Psicologia, antes mesmo de pensar em ser ator. Mas a carreira como ator surgiu de surpresa e deu certo, então aproveitei ao máximo, pois é algo que amo e me realiza muito. Neste momento da minha vida, a Psicologia está a serviço da arte, mas já atendi em consultório clínico e foi uma experiência muito positiva. Hoje estou fazendo pós-graduação (neste período estamos estudando online) em Psicodrama, que é uma forma de integrar essas duas áreas, o Teatro e a Psicologia. Estou curtindo muito!
A psicologia, além da construção dos personagens, te ajuda a lidar com os altos e baixos da profissão?
Sim. Tanto na construção dos personagens e das tramas, a Psicologia me ajuda a refletir e buscar novos pontos de vista sobre as relações, sobre minhas expectativas e frustrações. Os altos e baixos fazem parte de qualquer profissão e como autônomo, sinto que precisamos estar preparados pra tudo. Inclusive para recomeçar ou encontrar novos caminhos.

Onde se sente mais à vontade para expressar a sua arte?
Eu gosto de estar com meus personagens, seja onde for. Tanto no Teatro, quanto na Televisão ou no Cinema, busco personagens que me tragam desafios, que me tirem da zona de conforto. O personagem é o que eu busco, seja onde for.
O futuro da TV/novelas está ameaçado com as plataformas de streaming ou vai trazer mais oportunidades?
Pelo contrário, acho importante a pluralidade de conteúdo e de canais para o público. Acredito que hoje temos mais chances para trabalhar do que antes, quando poucas emissoras detinham esse poder de produção e exibição. Hoje temos novas formas de consumir conteúdo e muito mais opões.
Tem algum tipo de personagem que ainda deseja interpretar?
Eu adoraria fazer um vilão bem carismático e causar muito em cena.
Você aparenta ser muito mais jovem, tanto que em “Presença de Anita” seu personagem tinha 15 anos. Alguns atores veteranos reclamam da ausência de papéis/personagens na faixa de idade deles. Acredita que existe um nexo nessa crítica?
Há personagens de todas as idades, para todos os tipos, pois a vida é diversa e a Arte deve representar isso. A falta de personagens de determinado perfil fala mais sobre o sistema do que sobre os atores.
Em 2001, você fez uma cena de nudez em “Presença de Anita”. Depois no teatro, em 2018, ao lado de Caio Blat e Luiza Lemmertz…
Nessas cenas de nudez eu fiquei constrangido, mas tinha uma equipe muito responsável envolvida. Eu sabia que podia confiar e que seria sempre respeitado. Ninguém gosta de ter sua intimidade exposta gratuitamente, sem um propósito. Ninguém quer ser desrespeitado nesse sentido.

Em 2017, você participou do “Dancing Brasil”, como foi essa experiência com a dança? Ouvi dizer que os ensaios são intensos e, às vezes, até arriscados (no sentido de se machucar).
Sim, foi tudo muito intenso no Dancing Brasil e eu me entreguei totalmente. Quando percebi, eu estava completamente contaminado pela competição. Foram muitos aprendizados, inclusive, aprender e aceitar perder foi muito importante pra meu amadurecimento.

E sua relação com as redes sociais?
Eu gosto de redes sociais e interajo sempre que consigo. Às vezes, me sinto exposto demais. Não consigo ter uma frequência muito constante e não encaro ainda como parte do meu trabalho, mas preciso me atualizar, porque sei que hoje isso se tornou importante. Entramos num esquema de autopromoção sem limites que me deixa um pouco confuso.
É mais difícil namorar quando se é um ator reconhecido? Alguns atores já disseram o oposto, que isso ajuda.
Não acho mais ou menos difícil por conta da profissão, e sim por ser baixinho (risos).

Como você avalia a cultura brasileira atualmente sob o ponto de vista político?
Sinto que há uma tentativa de desvalorizar o poder e a função da Arte e, consequentemente, dos artistas que foram atacados com diversas calúnias generalizadas. Além disso, ocorreu um verdadeiro desmantelamento de políticas públicas para a Cultura. A necessidade de expressão de todas as formas, para todos os públicos e gostos é absolutamente necessária para unificar o país e para nosso desenvolvimento enquanto nação. A Arte deve ser inclusiva, não excludente. Devemos ampliar os temas em debate, aumentar as formas de expressão, libertar padrões e tabus. A Arte tem um caráter transgressor e libertador, não pode ser diferente, senão deixa de ser Arte e se torna Doutrina.
E como você enxerga a questão de personalidades LGBT conquistando espaços na política, como vimos recentemente em São Paulo?
Fiquei muito feliz em ver que a Erika Hilton e o Thammy Miranda foram eleitos vereadores em São Paulo. Votei na Erika porque vejo a necessidade de ampliar o debate sobre diversidade e pela representatividade que ela vai inaugurar no cenário político. É precisar dar voz e notoriedade a temas LGBTQIA+, para que todas as diversas possibilidades de orientação sexual e de identidade de gênero possam conviver e ser respeitadas. Todo mundo quer ser e merece ser respeitado.
Quais são seus próximos projetos?
Primeiro estou estudando para melhorar como pessoa. Em seguida, parto para novos projetos.
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