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O CORRE Coletivo Cênico – integrado pelos multiartistas Anderson Danttas, Igor Nascimento, Marcus Lobo, Luiz Antônio Sena Jr e Rafael Brito – desde 2019 tem mergulhado nos impactos da masculinidade na construção identitária do homem gay.

O isolamento e toda crise socioeconômica causada pelo COVID-19, que tem impactado diretamente na sobrevivência de pessoas LGBTQIA+, fez o grupo encontrar uma interseccionalidade com a epidemia do HIV/AIDS no Brasil. Diante desse panorama, o CORRE apresenta a partir do dia de 22 de fevereiro a 10 de abril o projeto PARA-ISO, composto por uma Imersão e um espetáculo multilinguagem.

De 22 de fevereiro até 18 de março, o coletivo ocupa as instalações do sexto andar da Casa Charriot (Comércio/Salvador-BA) para compartilhará seus rastros de pesquisas em narrativas políticas de corpos gays, negros e identidades socializadas através da ação Imersão ao PARA-ISO, que se dá no tempo presente. Esta ação artística política é formada por residências, bate-papos, lives e processos criativos, com exibição diária em diversas plataformas digitais – Instagram, Youtube, Zoom e Tumblr -, das 14h até 18h.

A imersão precede o lançamento de um espetáculo inédito com estreia dia 3 de abril, com direção de Luiz Antônio Sena Jr. e Marcus Lobo, uma trama que versará sobre pandemias, masculinidades, sorofobia e seus impactos à identidade e vida do homem gay, com ênfase nas realidades racializadas. A proposta do grupo revela artisticamente uma atualização das assimilações discursivas e políticas circulantes no cenário pandêmico da primeira onda brasileira de HIV/AIDS nos anos noventa, em paralelo com a pandemia do coronavírus (COVID-19) em 2020.

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Para isso, o CORRE visita “Devassos no Paraíso”, obra do dramaturgo, jornalista e cineasta João Silvério Trevisan – que além dos registros históricos acerca de sexualidade e soropositividade, discute direitos civis, inserção social de minorias e intolerância. A Imersão ao PARA-ISO é dotada de suportes visuais e estruturas virtualizadas, dentro dos parâmetros de biossegurança vigentes, propondo diálogos com o espectador através de relatos autobiográficos, depoimentos em vídeos, materiais de imprensa, jogos cênicos, musicalidade e movimento.

A TRAMAturgia utiliza a rede como um tecido estendido para criar um trajeto tal qual um vírus percorre pelo corpo, levantando crítico-afetivamente a questão: “quais são os corpos que a sociedade escolhe salvar e descartar?”. Para contribuir no processo imersivo ao PARA-ISO, a primeira residência artística (22 a 26 de fevereiro) é com o ator e dramaturgo Ronaldo Serruya (Teatro Kunyn – SP, que se debruça em questões Queer no teatro, e integrou Grupo XIX de Teatro) e o ator, diretor teatral e mestre em arte e cultura contemporânea Fabiano de Freitas (Teatro de Extremos – SP), vulgo Dadado.

Numa parceria que já dura quase duas décadas, Serruya e Dadado têm desenvolvido uma pesquisa sobre políticas de linguagens em relação aos atravessamentos geracionais e as vivências com HIV/AIDS, assim como a relação desta epidemia com a do COVID-19. Na residência, versarão sobre Como Eliminar Monstros: Olhares Decoloniais a partir do HIV/AIDS, de 22 e 26 de fevereiro, que busca provocar e apresentar produções artísticas que tem em pesquisas artísticas o HIV/AIDS como eixo temático, numa perspectiva de produzir olhares decoloniais sobre esse recorte.

Georgenes Isaac, integrante do Coletivo das Liliths, também integra a programação de residências artísticas, entre os dias 01 e 05 de março, com a temática Sistema Imune – uma busca pelo corpo transgressor, uma experiência intersubjetiva que tensiona a relação de hibridação entre o espaço, tempo, memória, ancestralidade e corpo. Serão levantadas na experiência laboratorial as consequências psicossociais impostas pelas epidemias da Covid-19 e o HIV/AIDS, sobretudo, nos corpos dissidentes.

“É uma espécie de experiência cênica de cura-morte-vida. Uma experiência “pós-vida-morte”. Entendendo aqui as relações entre corpos dissidentes e os processos de adoecimento social”, explica o artista preto e LGBTQIA+, Georgenes Isaac é soteropolitano, nascido no Curuzu.

Reprodução

Entre os dias 15 e 17 de março, a Imersão ao ParaIso trará as experiências de artistas e especialistas quanto e com corpos positivos (HIV/AIDS e COVID-19), através de lives a serem transmitidas no perfil do Instagram do Corre – Coletivo Cênico (@corre_ba). Xan Marçall, mulher trans amazônida do Belém do Pará, atriz performer integrante do Coletivo das Liliths e escritora inicia e versa sobre seu corpo positivo para HIV há 6 anos, levantando como o vírus, em concomitância ao seu processo transicional, tem sido um deflagrador de verdades em Urgências sociais e artísticas para um corpo trans soropositivo.

No segundo bate-papo, Ramon Fontes, que tematiza em A escrita soropositiva, uma pesquisa acadêmica com fontes em dramaturgias, cartas e poesias de soropositivos, além de colocar em pauta suas escrevivências quanto corpo positivo preto não retinto. Para fechar o ciclo de conversas ao vivo, Márcia Rachid, em HIV/AIDS e COVID-19 – Relações Epidemiológicas, trará sua experiência profissional enquanto infectologista nacionalmente reconhecida para traçar um paralelo entre as epidemias, numa abordagem mais estatística e científica.

O coletivo cênico convoca ainda instituições atuantes nas campanhas de prevenção e combate à HIV/AIDS para bate-papos integrantes deste rastro de pesquisa que é a Imersão ao PARA-ISO. Essa ação busca instigar espectadores a transformarem as telas – assimiladas como espaços de confinamento, em lugares de libertação gradativa. Desprendendo-se com auxílio das artes, pesquisas, expressões e técnicas, das zonas opacas da desinformação e fobias sociais construídas historicamente.

O projeto PARA-ISO tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal”.

Reprodução

Programação

Imersão ao PARA-ISO – 22 de fevereiro a 18 de março

  • 22 a 26 de fev – residência Como Eliminar Monstros: Olhares Decoloniais a partir do HIV/AIDS – com Fabiano de Freitas e Ronaldo Serruya (Youtube do CORRE – 14h às 16h30)
  • 01 a 05 de março – Georgenes Issac (Youtube do CORRE – 14h às 16h30)
  • 15 de março – live Urgências sociais e artísticas para um corpo trans soropositivo com Xan Marçall (Instagram do CORRE – 14h às 16h)
  • 16 de março – live A escrita soropositiva com Ramon Fontes (Instagram do CORRE – 14h às 16h)
  • 17 de março – live HIV/AIDS e COVID-19 Relações Epidemiológicas – com Márcia Rachid (Instagram do CORRE – 14h às 16h)



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