O Instagram passará a banir usuários que postarem ou compartilharem conteúdos relacionados a terapia de conversão sexual, conhecido popularmente como “cura gay”, se estendendo também aos transgêneros. A declaração foi feita ela diretora de políticas públicas da rede social, Tara Hopkins, à BBC.
“Estamos atualizando nossas políticas para proibir a promoção de serviços de terapia de conversão” – disse, afirmando também que a atualização pode levar um tempo para entrar em vigor, mas que as medidas já foram tomadas.

A reorientação sexual é condenada por grande parte das instituições científicas, sendo considerada não só ineficaz, como todas as tentativas feitas ao longo da história causaram danos psicológicos.
Aqui no Brasil, o Conselho Federal de Psicologia proibiu as terapias de conversão no ano de 1999 e, em 2018, as normas também passaram a valer para pacientes transgêneros e travestis.
POR QUE CURA GAY É PROIBIDA?
Segundo o vídeo “Existe Cura Gay?“ do Nerdologia, existem muitas características nossas que queremos mudar e não necessariamente se tratam de doenças, citando que uma ruga na testa, por exemplo, dificilmente será considerada uma doença pela sociedade, mas a pessoa pode procurar um cirurgião plástico para aplicar botox e se livrar dela.
Partindo dessa premissa, uma pessoa pode saber que homossexualidade não é doença e mesmo assim, por crenças e valores morais, ela queira sair daquela condição, já que isso é motivo de sofrimento. Ou seja, a pessoa sente atração sexual por pessoas do mesmo sexo, mas gostaria de desejar o sexo oposto.
Ignorando o fato daqueles que renunciam seu desejo sexual em prol de viver uma vida heteronormativa sob o argumento religioso de que “isso é o certo”, um estudo científico publicado em 2008 pela Ohio State University em parceria com a University of Minnessota, avaliou todas as tentativas de terapia publicadas nos últimos cinquenta anos, incluindo psicoterapia individual ou coletiva; tratamento eletroconvulsivo; indução de náusea ou vômito; hipnose e reorientação de orgasmo. Todas as tentativas falharam em reorientar o desejo sexual dos pacientes, causando aumento no número de depressões profundas, disfunções sociais, pensamentos suicidas e outros danos psicológicos.
O estudo também concluiu que essas tentativas não tinham fundamentação teórica, haviam sérias falhas metodológicas e violavam princípios éticos e direitos humanos. Já um outro estudo publicado na Professional Psychology: Research and Practice 33, fez uma entrevista com mais de 200 clientes que passaram pela terapia de reorientação sexual. Destes, apenas 26 declararam que a terapia era de alguma ajuda e só 9 disseram passar a desejar o sexo oposto. Já o restante, os danos psicológicos foram os mesmos citados anteriormente.
Os testes de hipótese apontam que, assim como os héteros não mudam sua orientação sexual pela presença de gays (ou seja, não há nada que faça a pessoa desejar o mesmo sexo), os homossexuais também não são convertidos em héteros. A conclusão é de que não existe nenhum método que reoriente o desejo sexual de ninguém, já que a homossexualidade se trata de mais uma variação da natureza.
Além disso, os gays que buscam ajuda por estarem sofrendo devido a sua condição, param de sofrer quando aceitam sua homossexualidade e não são mais perseguidos por aqueles que estão a sua volta. O que acaba com o sofrimento é a aceitação, não a reorientação.
“Cura gay” na Alemanha Nazista: castração, overdose hormonal e sexo forçado com mulheres
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