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Durante sua visita à São Luís, no Maranhão, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma piada homofóbica ao beber um copo do Guaraná Jesus, típica do estado.
Após tomar alguns goles da bebida rosa, ele disse: “Agora eu virei boiola. Igual maranhense, é isso?” – disse – “Guaraná cor-de-rosa do Maranhão aí, quem toma esse guaraná aqui vira maranhense” – continuou. Em um outro momento, ele volta a fazer a “brincadeira”: “Guaraná cor-de-rosa….fod@….fod@….”.
Além da piada homofóbica, Bolsonaro também foi criticado por estar no meio de uma grande aglomeração de pessoas e sem utilizar a máscara, como a Organização Mundial de Saúde recomenda. O presidente esteve em São Luís para participar da inauguração de um trecho da rodovia BR-135.

COMENTÁRIOS HOMOFÓBICOS DISFARÇADOS DE BRINCADEIRA
Segundo o TCC “A discriminação homofóbica por meio do humor: naturalização e manutenção da heteronormatividade no contexto organizacional”, as piadas homofóbicas como a de Jair Bolsonaro, que são disfarçadas de “humor” ou uma simples brincadeira estão diretamente relacionadas aos valores heteronormativos ensinados a sociedade.
Isso significa que quanto mais “heteronormativo” você for, ou seja, quanto mais masculino o homem for (dentro do que a sociedade ensina o que é ser masculino) e quanto mais feminina a mulher for, mais privilegiada a pessoa será e mais “normal” ela será considerada na sociedade.
Caso a pessoa saia deste estereótipo, ela será vista com “maus olhos”, surgindo daí a chacota, que no início pode ser visto como uma simples “brincadeira inocente”, mas que acaba sendo o “berço” para comportamentos homofóbicos mais agressivos, como a violência física e verbal.
Homens heterossexuais com crenças precárias utilizam do humor homofóbico como forma de autoafirmação de sua masculinidade, utilizando piadas também sexistas e, em muitos casos, tendo diversos comportamentos que necessitam reforçar sua virilidade, vindo daí frases comuns como “homem não chora” ou “homem que é homem aguenta firme tudo”, ou piadas relacionadas ao “papel da mulher” na sociedade.
Em casos mais graves, há homens que deixam de se higienizar adequadamente para reforçarem sua identidade masculina, levando a casos de amputação peniana por simples falta de higiene. A “brincadeira inocente”, que é homofóbica, deixa de ser engraçada quando a pessoa entende que o fato do homem “ser viril” ou da mulher “ser feminina” não deveria ser motivo de valorização.
O respeito começa com a aceitação das pessoas do jeito que elas são, independente de padrões pré-estabelecidos. Os homens mais afeminados não estão em uma escala hierárquica “menor” quando comparado aos mais masculinizados.
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