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O primeiro hotel LGBT de Cuba, “Gran Muthu Rainbow Hotel”, foi reaberto em Cayo Guillermo, na província de Ciego de Ávila (leste), no último dia 15 de novembro. Ele tinha sido inaugurado originalmente em dezembro de 2019, mas teve que ser fechado pouco tempo depois devido à pandemia do coronavírus. As informações são do Exame.
Segundo o gerente de vendas do centro de hospedagem, Marlis Delgado, a existência do hotel representa “passos importantes diante do novo código de família”, que está sendo estudado em Cuba.
“Isso significa um avanço para a nossa sociedade e ter este hotel aqui neste momento e outro que será inaugurado em breve em Havana, nos dá a possibilidade de que esse código de família tenha um alicerce um pouco mais forte para ser aprovado”, considera Delgado.
Nas primeiras semanas, os principais visitantes estrangeiros do foram canadenses. Para um deles, Kevin McGrath (37), o hotel pode servir como inspiração para o governo fazer “as mudanças adequadas para todas as pesosas LGBT que vêm a Cuba”.
“É um lugar aconchegante e nos sentimos muito incluídos”, completa.
O novo código de família em Cuba, que deverá ser sancionado pela Assembleia Nacional no final do ano, para então ser submetido a um referendo nacional em 2022, contempla a união homoafetiva.
Originalmente, a ideia era incorporar o tema à Constituição de 2019, mas na época houve forte rejeição geradas pelas Igrejas Evangélicas e por boa alguns outros grupos sociais, e o debate foi adiado.
A expectativa com o turismo é que o hotel receba cerca de 100 mil visitantes nos últimos 45 dias de 2021. Já em 2022, a expectativa é que haja 2 milhões de turistas.

CUBA E HOMOSSEXUALIDADE
É de conhecimento geral que após a Revolução Cubana em 1959, os gays eram perseguidos. Segundo o livro “Antes que anoiteça”, nos primórdios da revolução havia muita violência policial, campos de concentração e trabalhos forçados para todos aqueles que eram dissidentes do novo regime cubano e aqueles que eram considerados “sexualmente desviados” também indicavam um “indício para dissidência”
“A homofobia era a regra.” diz Mariela Castro em entrevista ao Opera Mundi – “O que se considerava anormal era o respeito a quem havia escolhido uma orientação sexual diferente. Mas, repito, não era algo específico de Cuba.
A homofobia institucionalizada dos primeiros anos da Revolução refletia essa realidade e estava em consonância com a cultura da época. Zombar dos homossexuais era algo normal, assim como depreciá-los ou denegri-los. Era normal discriminá-los no mercado de trabalho, em sua vida profissional, e esse era o aspecto mais grave”
Mariela também cita que a Revolução Cubana tinha um programa político que reivindicava a luta contra desigualdades, racismo e diferentes formas de discriminação contra mulheres, além do fim de injustiças, mas contraditoriamente não tinha se interessado pelos homossexuais.
Os gays não podiam trabalhar com educação ou cultura porque eram considerados “maus exemplos para crianças e alunos” e que era necessário afastá-los da juventude. A política discriminatória só foi revogada no ano de 1976, quando foi criado o Ministério da Cultura e a resolução passou a ser considerada inconstitucional e, por fim, foi eliminada. Já em 1979, a homossexualidade deixa de ser crime.
De lá pra cá houve muitos avanços quanto a questão LGBT no país, incluindo o sistema público de saúde promover a cirurgia de redesignação sexual, e também o dia 17 de maio ser comemorado o “dia nacional contra a homofobia”, sendo este patrocinado pelo governo. Há leis que protegem os gays contra a discriminação em ambientes de trabalho, por exemplo, e há campanhas promovidas pela mídia estatal que denunciam o preconceito contra os LGBTs.
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